segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Adeus Levezinho!


Do abalado mundo sportinguista surge mais uma notícia com impacto. Liedson acaba de deixar Alvalade, voltando para o clube de onde veio, Corinthians. No meu ponto de vista é uma notícia triste e que só contribui para piorar a qualidade do campeonato português.

As figuras de maior relevo do clube leonino têm vindo a desaparecer gradualmente, e o que poderia ser visto como uma saudável e necessária "limpeza de balneário” perde todo o sentido quando visivelmente não se vêem perspectivas de encontrar alternativas viáveis por parte do clube.

Parte o “Levezinho”, mas ficam as memórias de um dos melhores avançados que já actuaram em Portugal. A sua velocidade, técnica e excelente capacidade de finalização conseguiam transformar a frente de ataque sportinguista numa força temível. A sua qualidade fazia muitas vezes esquecer os pontos fracos da equipa. Jogador esforçado, pressionante e de carácter, deixava a sua marca nos jogos que fazia, decididamente uma das melhores conquistas desportivas do Sporting desta última década.

Resta-nos esperar para ver que alternativa o Sporting apresentará para colmatar a saída do letal número 31, mas tendo em conta o desorientação e desgoverno que reina no mundo leonino já não tenho fé em decisões bem planeadas e acertadas.

Obrigado Liedson por teres contribuído para uma melhor qualidade do futebol português e muito boa sorte para a tua nova etapa…


sábado, 29 de janeiro de 2011

Paulo Sérgio e a importância de uma estrutura forte

Olho para a equipa do SCP e percebo claramente que tem jogadores para fazerem a equipa render mais… Quando o rendimento colectivo é inferior ao potencial rendimento da soma das partes, algo está muito mal.

Eduardo Barroso escreveu há dias que o que o mais o preocupa enquanto sportinguista é perceber que Paulo Sérgio está a dar o seu máximo…

Na verdade, ninguém lhe exige que lute pelo título uma vez que não tem equipa para tal; ninguém lhe pediu para ganhar a Liga Europa porque todos sabem que é impossível; ninguém acredita que esta possa ser uma época em que seja possível levantar algum troféu, contudo, também ninguém acredita que um treinador no seu perfeito juízo seja capaz de, a perder 3-2 com o Paços de Ferreira em casa, a 5m do fim, troque Evaldo por Grimi (que esteve lesionado a época toda…).

Este é apenas um exemplo do desnorte a que o treinador do SCP nos habituou…

Para além disso, temos de admitir que, a par de Jorge Jesus, Paulo Sérgio é alguém que não nasceu para falar em frente aos microfones. Ora vejamos:

“Tenho os melhores jogadores do Mundo”
“Em 47 pontos possíveis quero conquistar 48”
“Izmailov? Não conto com ele!” “Izmailov? Será um óptimo reforço”
“Couceiro? Com bola não era grande coisa, um pezudo como eu” – na verdade acho que daqui a 20 anos Paulo Sérgio vai dizer algo do tipo: “Carlos Azenha? A treinar não era grande coisa, era um pezudo como eu”.

Contudo, não quero terminar este artigo sem retirar o mérito que acho que AVB não tem: caso Paulo Sérgio tivesse ido para o FCP e AVB para o SCP, a esta hora Paulo Sérgio seria certamente o novo Mourinho, e AVB teria sido mais um fracassado treinador que ousou arruinar a sua carreira ao assumir um desafio impossível chamado SCP.

Ou alguém acredita mesmo que é possível alguém ter sucesso no SCP? Nem com dois directores desportivos…

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Modelo Suicida

Pelos vistos Valdano não viajará para Sevilha juntamente com Mourinho e a restante equipa técnica. Ao invés, desfrutará de uma agradável viagem na companhia de Florentino Perez num jacto privado onde a discussão do reforço do plantel não será certamente um dos temas de conversa entre ambos.

Isto até poderia ser notícia mas acho que todo este show-off não constitui novidade para ninguém! De facto, o Real Madrid representa o típico clube onde os dirigentes procuram estar constantemente acima de tudo o resto. Quem lhes tira o protagonismo tira-lhes tudo e passa a constituir-se como um alvo a abater.

Alvo de constante destaque e elevação na imprensa espanhola, os dirigentes do clube não têm conseguido (ou não querem?), ao longo dos últimos anos, fechar-se em torno de si mesmo e fechar portas a alguns jornalistas sedentos de novas notícias. Tudo neste clube é analisado ao pormenor por todos os meios de comunicação social e os dirigentes nada parecem fazer para contrariar este facto.

Ao invés, o poder e mediatismo que isso lhes confere, parece agradar-lhes cada vez mais.

Mourinho cedo percebeu o modelo de gestão que prevalece no Real Madrid. Não tendo qualquer receio das críticas e das pressões, procurou, desde cedo, abalar a estrutura interna. Conclusão? Paulatinamente, parece estar a ser arrastado para fora do clube.

Compara-se este modelo de gestão com o do Barcelona e rapidamente somos capazes de perceber a diferença entre a orientação estratégica de curto prazo e a orientação de médio e longo prazo. Enquanto no Barcelona se procura criar bases sustentadas que se traduzam em resultados de médio/longo prazo, no Real Madrid a gestão é efectuada centrada no curto prazo onde o protagonismo fala mais alto.

Não seria necessário fazer nenhum inquérito para chegar à conclusão de que, caso esta ruptura se venha a confirmar, quem sairá a perder será única e exclusivamente o Real Madrid. Mourinho continuará a ganhar e, por seu turno, o Real Madrid desperdiça o único treinador capaz de dar a volta a um clube que, de há uns anos a esta parte, não é mais do que um circo de vedetismos onde a conquista de troféus está sempre em 2º lugar…

E assim, ano após ano, os dirigentes vão alimentando o arrastar do clube e aumentando o fosso para o Barcelona. A partir de hoje, a isto se chama um modelo de gestão suicida…

domingo, 23 de janeiro de 2011

Ainda mais incrível?

Saiu esta semana uma estatística que achei bastante curiosa. Actualmente, na Europa, os três jogadores com maior número de golos marcados são, respectivamente, Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e o nosso bem conhecido Hulk.

A pergunta que me fiz perante tais factos foi: irá Hulk alguma vez atingir o estatuto de super-estrelas que os seus companheiros na lista de melhores marcadores possuem? Da sua técnica, poder físico e capacidade de marcar golos acho que já ninguém duvida no nosso campeonato. Mas será Hulk capaz de replicar a boa forma em que se encontra num outro clube de dimensão superior à do FCPorto? Com muita pena minha, o campeonato portugues não tem a qualidade e exigência de um campeonato espanhol ou inglês, pelo que jogar num destes campeonatos será sempre um desafio acrescido. Além disso, Hulk tem de se destacar e ser chamado regularmente à seleção brasileira para mostrar que mesmo entre os melhores dos melhores ele é capaz de sobressair. Se nestes dois ambientes Hulk conseguir alcançar o que tem feito em Portugal, então sim, poderá ser ainda mais incrível...

Um aparte final só para referir o outro jogador que, a par de Hulk, creio serem os jogadores brasileiros a actuar em Portugal merecedores de destaque: espero que David Luiz não saia agora do Benfica, que volte às grandes exibições que fez a época passada e ajude o Benfica a lutar pelas competições onde ainda está (não esquecer que há uma taça europeia envolvida). Assim poderá saír com outro estatuto superior (que já teve a época passada) e render o dinheiro que ele vale. O Benfica e o futebol portugues agradecem...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Uma estrela cadente


O futebol não é só um desporto. Hoje em dia é um espectáculo de tal forma mediatizado que garante milhões em rendimentos gerados por audiências. E em como todos os negócios relacionados com o espectáculo, grande parte da ciência está em inventar estrelas que na realidade nunca o foram.

O guarda-redes Ricardo transferiu-se para o Sporting na época 2003/2004 deixando o Boavista, clube onde actuou com relativo sucesso e conquistou o carinho dos adeptos. Uma vez no Sporting atingiu o seu auge na sua carreira futebolística de clubes quando chegou à final da taça Uefa no bem famoso ano do “quase” (2004/2005) onde o Sporting para além de ter perdido a final da taça Uefa, deixou escapar o campeonato para o Benfica.

Ricardo conseguia realizar de facto exibições de qualidade em certos jogos, no entanto o que me mais marcou sobre ele foi a sua instabilidade emocional que demonstrava e que por isso o tornava incompatível com as qualidades exigidas para um guarda-redes de topo. Toda a gente se lembra dos monumentais frangos que Ricardo conseguia dar quando vestia a camisola leonina. As suas saídas à bola perante cruzamentos e cantos do adversário conseguiam também arrepiar qualquer um. A fragilidade de Ricardo chegou mesmo a ser tema de debates televisivos com psicólogos que opinavam que o melhor método seria o afastamento temporário do guarda-redes da titularidade.

Perante tudo isto, a visibilidade da carreira de Ricardo ficaria por aqui se não fosse a teimosia de uma figura importante: Luiz Felipe Scolari. O ex-seleccionador português mantinha firme a decisão de lhe atribuir a responsabilidade de defender as redes da selecção. Impulsionado e alavancado por uma equipa de sonho de uma certa forma feita à imagem de “Mourinho”, Ricardo e um indiscutível instinto para defender grandes penalidades foi protagonista de um momento único, ao ser determinante na eliminação da Inglaterra com uma defesa sem luvas, digna de um momento heroíco que normalmente é desfecho num filme de Hollywood. As imagens correm mundo e de repente Ricardo é visto como uma estrela, um guarda-redes de topo.

Contudo, uma coisa é certa neste mundo. O estrelato não merecido é incrivelmente efémero e em 2007 sai do Sporting para o Real Bétis, onde sem Scolaris e sem momentos hollywoodescos perde a titularidade e é remetido para o esquecimento. O Bétis desce de divisão e hoje Ricardo está no “desemprego” procurando novo clube enfrentando o seu verdadeiro eu.

Das coisas que nos recordaremos dele irão ser sem dúvida o momento emocionante da defesa sem luvas que fez tanto Eusébio chorar por todos nós, assim como o spot publicitário hilariante de que foi protagonista:


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Jogadas de bastidores??



Hoje ao ler o jornal deparei-me com as seguintes notícias:

"Urreta emprestado ao Penarol"
"Yebda marca pelo Nápoles"

Pois bem, digo aos nossos leitores que estas notícias me fizeram pensar. Sem querer pôr em causa o valor de Gaitan e Salvio (que sei que o têm e cada vez mais o vêm a demonstrar) queria deixar a minha "indignação" por não ter sido dada uma hipótese no Benfica a estes dois jogadores que apreciava sempre que os via jogar por terras lusas. Dizem que o problema do Benfica foi não ter suprimido rapidamente as saídas de Di Maria e Ramires. Certo. Urreta e Yebda não têm o mesmo valor dos dois jogadores enumerados atrás. Certo. Mas creio que poderiam atingir níveis semelhantes.
Urreta na época passada fez apenas um jogo pelo Benfica. Teve uma prestação claramente boa frente ao FCPorto e foi emprestado ao Deportivo. Urreta tem tudo para ser como Di Maria. Rápido com a bola, técnica acima da média, empenho e brilho. Nos tempos em que actuou no Benfica teve sempre excelentes prestações, mesmo não sendo titular de caras era quase sempre opção. Quando se pensava que iria ter um lugar ao Sol foi sucessivamente emprestado. Muito má opção a meu ver.
Yebda é um caso mais discutível. Chegou ao Benfica desconhecido mas pegou "de estaca". Fez grandes exibições tendo inclusivamente recebido elogios de elementos da selecção francesa (mesmo que depois optasse por jogar pela Argélia). Jogador muito regular, com grande entrega e capaz de marcar golos, era sempre muito útil quando era chamado, apesar de nos últimos jogos ter defraudado ligeiramente as expectativas. Não o suficiente para ser afastado do plantel; a meu ver. Passou pelo Portsmouth e está no Nápoles, mostrando que a Europa reconhece o seu valor.

Estes seriam jogadores que trariam, sem sombra de dúvidas, outras opções e um acréscimo de qualidade ao plantel do Benfica. Apenas do ponto de vista técnico (o único que deveria interessar) têm, de caras, lugar no plantel. Gostaria que alguém me explica-se porque é que lá não estão...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Pressão? Qual pressão?

“Quanto mais pressão tenho mais forte sou!”

Todos nós nos recordamos de célebres expressões de José Mourinho quando constantemente confrontado pelos jornalistas sobre a exigência que advém do exercício da sua profissão. Esta que agora acabo de citar, foi proferida aquando da chegada do treinador português ao Real Madrid.

Como qualquer um de nós já deve ter sentido – de forma mais ou menos intensa – a pressão faz parte do dia-a-dia de todas as actividades independentemente do dinheiro que cada uma delas possa envolver.

O modo como José Mourinho assume a pressão, encarando-a de forma positiva e como veículo de responsabilização e comprometimento dos seus jogadores é, em toda a linha, notável. Sabendo que a imprensa estará sempre a bater nessa tecla, o treinador português aceita o desafio e transforma algo que, à partida, poderia ser condicionador para um factor catalisador do desempenho da equipa.

Por outro lado, olhamos para os responsáveis de FCPorto e do Benfica e assistimos a um bate-boca constante em que cada uma das partes procura sacudir a pressão dos seus ombros, colocando-a sobre a do seu adversário. Ao contrário do que o treinador do Real Madrid efectuou, André Villas-Boas e Jorge Jesus têm procurado insistentemente desviar o “mau-olhado” que a palavra “pressão” possa eventualmente trazer para as suas equipas. Parece que, ao aceitarem que ela existe, estariam a demonstrar sinais de fraqueza.

Ficam assim patentes duas formas diferentes de gestão da equipa e da sua envolvente que, ninguém duvide, acabam por ter reflexos no rendimento e na auto-confiança que a própria equipa apresenta em campo.

Eu vou mais com a de Mourinho – perante as adversidades ou as exigências, aceitá-las e encará-las como um desafio. Ele não se sente diminuído e consegue mesmo agigantar-se nestas situações.

Se isso é fácil de se fazer? Não! Mas já por isso é que Mourinho é o melhor do Mundo…

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Portugal – patamares de excelência? Eu acredito!


Os Rankings das melhores ligas do mundo colocam-nos em 8º lugar, atrás de Brasil, Alemanha, França e Argentina, para além dos três habituais vencedores que vão trocando de lugar entre eles.

Quanto a Portugal, convém pensar e reflectir sobre o lugar que ocupamos e qual o caminho que estamos a seguir.

Penso que é unânime dizermos que o futebol de hoje é mais equilibrado e que o fosse entre os grandes e os outros é muito menor, mas, deve-se isto a uma melhoria dos clubes de menor dimensão ou a um decréscimo de qualidade dos grandes, em virtude de uma falta de exigência e competição interna do próprio campeonato?

Só a exigência nos pode levar para patamares de excelência, sendo que a pouca ambição nos conduz a caminhos medíocres.

Vem isto a propósito de um resultado que é chocante e que elucida bem o nivelamento por baixo do nosso campeonato: a derrota do Varzim frente ao Merelinense para a Taça de Portugal!

Alguém consegue imaginar jogadores profissionais serem eliminados por amadores da II Divisão, que necessitaram de pedir dispensa ao patrão da parte da tarde para poderem jogar?

Que este seja apenas um exemplo da mediocridade a que o nosso campeonato chegou e que faça os clubes profissionais tomarem atitudes no sentido de inverterem o rumo vertiginosamente descendente para onde estamos a caminhar…

Porque, os três primeiros lugares, não são uma miragem: que o diga a Espanha que apesar de atravessar uma grave crise financeira, económica e social, conseguiu tomar as rédeas do futebol mundial.

Mais do que se compararem ou quererem ser como os outros, foram capazes de olhar para eles próprios, tornarem-se exigentes, rigorosos e acreditar que só há um sítio onde a palavra sucesso vem antes da palavra trabalho: no dicionário!

Eu acredito que é possível, e vocês?

domingo, 9 de janeiro de 2011

As Eternas Promessas


São jovens, iludidos pelo sonho de um dia chegar ao estrelato. Confiantes do seu talento e das suas potencialidades, chegam a impressionar e a convencer os olheiros e até mesmo o público com as suas boas exibições que os fazem sobressair dos restantes, abrindo-se certas portas que para outros estão vedadas. Porém, o sucesso e a notabilidade no futebol é incrivelmente efémero, e muitos esquecem-se que fazerem-se mostrar é apenas o primeiro passo para chegar ao topo, o mais difícil será manterem-se lá em cima o que exigirá trabalho, esforço, dedicação. Muitos caiem e voltam para o esquecimento…

Ainda ligado ao Benfica, paira um certo mistério sobre o caso Freddy Adu. A jovem promessa norte-americana que ainda mantém uma considerável comunidade de fãs no país de origem, simplesmente nunca conseguiu um lugar de destaque no futebol europeu. Chegou a ser considerado como uma das futuras estrelas do futebol mundial, após ter impressionado no campeonato norte-americano e nos torneios de selecções sub-17, sub-20 e sub-23 norte americanas. Tentando-se mostrar-se no futebol europeu ao ingressar no Benfica em 2007, a verdade é que desde aí estranhamente foi sempre a descer. Foi dispensado e emprestado ao Mónaco, Belenenses e Aris Salonika sem sucesso. Chegou a fazer testes no Sion e no dinamarquês Randers FC mas não teve oferta de contracto. Actualmente está a tentar a sua sorte num modesto clube de segunda divisão alemã que corre o risco de descer para a terceira, Ingolstadt FC.

Das escolas do Sporting, Fábio Paim chegou-nos a iludir de que estaria a caminho mais um extremo de sucesso formado pela academia leonina. O ponto alto foi quando chegou a ingressar nas reservas do Chelsea por empréstimo, mas onde nunca se conseguiu mostrar. Voltou para Portugal, acabando por ser emprestado ao Rio Ave que por sua vez não revelou interesse em mantê-lo. Após passagens fugazes no Estoril-Praia e Real Massamá, actualmente veste a camisola do Torreense, tentando reerguer-se do esquecimento.

Toda a gente se recorda do talento fantástico de Carlos Alberto na época dourada em que o Porto se sagrou campeão europeu (2003/2004). A sua velocidade aliada a uma técnica irreverente fazia prever o nascimento de uma nova estrela mundial. Pois o certo é que essa época chegou a ser o auge futebolístico da jovem promessa brasileira. Desde aí até ao esquecimento, foi um ápice. Regressando a terras brasileiras por via do Corinthians em 2005, atravessou períodos de baixo rendimento futebolístico. Voltou para o clube que o lançou para o futebol, o Fluminense, saiu e reapareceu fugazmente no panorama europeu pelo Werder Bremen, mas rapidamente regressou ao Brasil onde atravessou emblemas como São Paulo e Botafogo, jogando actualmente pelo Vasco da Gama. Todo o seu percurso foi sempre envolto em polémicas, muito derivado do seu temperamento intempestivo e vulnerabilidade emocional.

São exemplos de jogadores cujo talento já se fez prova no passado, mas no futebol como na vida, o talento não é o único atributo que determina o sucesso.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

“Arsène Wenger eleito o melhor treinador da década”

Hoje, ao ler a imprensa desportiva, deparei-me com este título… Como tinha acabado de acordar há pouco tempo, pensei que estivesse a sonhar. Viajei por outros sites, até que pude comprovar que não estava de facto a sonhar: Arsène Wenger foi mesmo eleito o melhor treinador da década.

Para uma melhor transparência e para que estas nomeações tivessem mais credibilidade, era bom que os critérios fossem públicos e objectivos para que fosse possível compreender como é que alguém que nos últimos 10 anos se limitou a ganhar 2 campeonatos (2001/2002 e 2003/2004), 3 FA Cup`s (2001/2002, 2002/2003 e 2004/2005) e duas Comunnity Shield`s (2002 e 2004), é considerado o melhor treinador da década!


Podemos argumentar que Wenger é um mestre no fair-play, um cavalheiro, um mestre na formação de jovens, capaz de por a sua equipa a praticar, em algumas fases da época, um futebol empolgante e entusiasmante mas devemos, sobretudo, pensar naquilo que fica na história: os resultados.

Alguém acha que Wenger foi, na última década, melhor treinador que Mourinho, Alex Ferguson ou até mesmo Benítez? Alguém associa à imagem de Wenger um treinador vencedor? Alguém é capaz de enumerar, sem ter que fazer muito esforço, grandes conquistas na sua carreira?

Penso que a resposta é clara, razão pela qual acho que vale a pena repensar a forma como esta eleição foi feita de forma a evitar que no futuro se cometam erros crassos como este.

Há algo em que os números estão do meu lado e contra factos, não há argumentos. Apelidem Wenger daquilo que quiserem, mas não lhe chamem vencedor…

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Será que sabem fazer contas?

Certamente que grande parte dos leitores já tiveram a oportunidade de ler na diagonal as contas dos três grandes do nosso futebol que recentemente foram publicadas. Caso não tenham tido essa oportunidade, recordo que o passivo dos três chega a cerca de 733 (!!) milhões de euros, sendo que o Benfica é responsável por grande parte deste valor. Numa época em que somos constantemente bombardeados com notícias de restrições ao crédito às empresas e aos particulares, espanta-me a “facilidade” com que os clubes de futebol conseguem ter acesso, todos os anos, a financiamentos avultados.

“O exercício de 2009/2010 apresentou um resultado consolidado negativo de 19 milhões de euros e um resultado operacional consolidado negativo de 11,3 milhões de euros. Em termos individuais, o exercício de 2009/2010 apresentou um resultado negativo de 20,3 milhões de euros e um resultado operacional negativo próximo dos 12,3 milhões de euros, os quais no período homólogo corresponderam aos valores negativos de 34,8 e 29,9 milhões de euros, respectivamente.”

Olha-se para esta frase que retirei de um Relatório e Contas 2009/2010 de um dos três grandes e choca-me a leviandade com que estes assuntos são tratados em praça pública. Alguém ouviu estes temas serem debatidos?

Movidos pela paixão que o futebol consegue transpor para cada um de nós, somos muitas vezes levados a deixar passar em claro estas situações que, a meu ver, são vergonhosas. Fosse uma “simples” empresa a apresentar números destes e todos saberíamos o que o Tribunal de Contas já teria efectuado junto dos gestores destes clubes.

A acrescer a estes factos, deixo ainda dois dados retirados do relatório da UEFA sobre as finanças e o estado dos clubes europeus (dados de 2008/2009):

- A média de endividamento dos clubes da Liga Zon Sagres colocava Portugal na 5ª posição de todas as ligas europeias. Este indicador é sem dúvida negativo, sendo que os clubes de 2 ligas do top 5 europeu (Alemanha e França) têm uma média de endividamento inferior à portuguesa;


- Existe um parâmetro que colocava Portugal na 1ª posição de todas as ligas europeias - a percentagem de receitas provenientes da venda de jogadores, onde os clubes portugueses lideram com 86%. Este indicador revela a fragilidade financeira dos clubes portugueses, tendo necessidade de realizar todos os anos grandes receitas na venda dos seus melhores jogadores para equilibrar as suas contas.

Assim, todos nós somos capazes de reconhecer as dificuldades financeiras dos clubes nacionais, onde o endividamento se torna completamente desajustado à dimensão dos clubes. Considerando que existem já vários clubes cujas principais receitas advêm da alienação de direitos desportivos de jogadores, percebe-se o risco financeiro de que estamos a falar.

Percebo que a emoção se sobreponha à razão no universo desportivo. Não compreendo, no entanto, que essa emotividade se manifeste igualmente junto de alguns gestores desportivos e é bom que estes tenham consciência disso sob pena de, daqui a uns anos, estarem inseridos num buraco sem saída...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Novo ano, vida nova?


Antes de mais, queria deixar uma nota prévia a este artigo. Entre o último jogo do campeonato e a jornada que hoje se iniciou passaram-se cerca de 15 dias. É certo que os jogadores são profissionais e necessitam do seu descanso, assim como qualquer trabalhador. Mas poucos são os trabalhadores ditos "normais" quem têm 15 dias de férias nesta altura. E ainda para mais, quando comparado com outros campeonatos vemos que este interrégono é, de facto, exagerado. Veja-se o caso de Inglaterra, por exemplo.

Posto isto, vamos fazer uma análise ao (ainda pouco) futebol que se viu este ano. Aconteceu finalmente aquilo que André Villas-Boas passou o ano anterior a apregoar que um dia iria acontecer. O FCPorto finalmente cedeu e perdeu o seu primeiro jogo. E logo em casa. O Benfica começou o ano da mesma maneira que acabou o anterior: com um Sálvio em grande forma e a revelar-se um bom "reforço de Inverno". Destaques individuais à parte, o Benfica cumpriu a sua parte, entrou no jogo sem facilitar e conseguiu a vitória.

O que todos os benfiquistas se interrogam neste momento é: será que a boa entrada este ano aliada à derrota do FCPorto poderá empurrar o Benfica para o "renascimento", as vitórias e as boas exibições que todos esperam? Será suficiente para se aproximar do FCPorto?

Os adeptos portistas, por sua vez, recordam (e com razão) a campanha imaculada que a sua equipa fez durante o início da época no ano anterior e acreditam que esta derrota não trará nenhum inconveniente à sua caminhada triunfal.

Poderá este ano trazer uma emotividade nova ao campeonato ou ficará tudo na mesma, à espera que este chegue ao fim e consagre o FCPorto como campeão? Esperemos mais jogos para ver...