segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Jorge Jesus – treinador vs homem


Em 30 de Novembro de 2010 critiquei duramente Villas Boas pelas tristes e vergonhosas figuras que fez no final do célebre Vitória – FCP. Recentemente, fui desafiado a comentar as cenas de JJ no final do SLB – Marítimo. Desafio aceite parcialmente na medida em que nunca neste blog escrevi sobre arbitragem e não será hoje que o irei fazer.

Assim, importa analisar JJ sob dois pontos de vista: o treinador e a pessoa.

Enquanto treinador, ninguém questiona o seu enorme valor e a forma como valoriza os activos de que dispõe. É um homem com método, cujo sucesso deriva do seu próprio trabalho e não do encosto ao melhor do mundo: o que conquistou deve-o a si próprio, algo que nem todos se podem orgulhar…

Enquanto pessoa, e falando do último caso concreto, a atitude de JJ peca por não ser um caso isolado mas por já ser repetida uma vez que num passado recente quis imitar Scolari, parecendo mais um pugilista do que um treinador de futebol.

Poderemos sempre dizer que uma guerra tem dois intervenientes, mas nas muitas guerras do futebol português, JJ é denominador comum, tendo vários colegas de profissão que o consideram personna non grata: Augusto Inácio, Manuel Machado, AVB, Domingos Paciência, Jokanovic, etc… Porque será?

As suas atitudes e comportamentos merecem ser criticados com enorme intensidade e repúdio por todos os amantes de futebol. E como o exemplo deve vir de cima, deveriam ser os próprios dirigentes do Benfica a incitarem JJ a alterar o seu comportamento.

Em vez de confiança demonstra arrogância; não conhece a palavra humildade; não conhece a palavra erro (apenas a conhece para os outros…); não faz ideia sobre o que é pedir desculpa; tem um sentimento de soberania absolutamente assustador; intitula-se o inventor da defesa à zona; promete ganhar a Champions e quase nem se apurou para a Liga Europa, etc… etc…

Por estas e por outras, é que acho que enquanto pessoa, não está à altura do clube que representa. Contudo, reitero que o que interessa são os resultados e nisso, ninguém o pode acusar de nada. Mas devia refinar o seu comportamento. Afinal, representa aquele que é, de muito longe, o maior clube português: o único que mesmo estando no segundo lugar, na prática afastado do título, num Domingo ao fim da tarde, num jogo com o Marítimo, transmitido na TV, consegue juntar 54.991 pessoas no estádio (recorde absoluto da presente época).

Se fosse um clube qualquer, AVB serviria. Assim, o Benfica é obrigado a refinar o comportamento do seu treinador.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

2ª Divisão Europeia

Muito se tem falado da boa campanha das equipas portuguesas por essa Europa fora na presente época desportiva. A meu ver, essas loas que constantemente assistimos (a umas equipas mais que a outras!) não podiam ser mais exageradas e desproporcionais.

Por entre linhas e travessas, já todos sabem que esta época está a ser aquela com mais pontos para o ranking. Quanto a isso ninguém ousará dizer que é mau, bem pelo contrário.

No entanto, o que parece não ser objecto da análise é a divisão europeia em que os clubes nacionais têm vindo a obter a maioria desses pontos. De facto, o que esta época nos começou por demonstrar é que nem Benfica nem Braga possuem estofo para andar na alta roda do futebol europeu. Quando se pensava que o campeão nacional estaria em condições de se afirmar na Europa eis que os factos nos demonstram que esse tempo ainda não chegou.

Gorada a possibilidade de alguma equipa nacional marcar presença nos oitavos de final da Liga dos Campeões, os clubes nacionais tiveram que se contentar com a presença na Liga Europa. Aí, não tenho a menor dúvida de que, sobretudo Porto e Benfica, têm mais que capacidade de a vencer porque são indubitavelmente superiores que a grande maioria dos clubes que aí competem.

Todavia, tapar o sol com a peneira nunca foi boa solução e parece-me que essa é a situação que está a ocorrer. Mais do que se salientar que esta é a melhor época europeia de sempre, importa perceber o porquê de isso estar a acontecer. Como é óbvio, competir com o Estugarda não é a mesma coisa que dividir eliminatórias com clubes de topo como Barcelona, Bayern ou Manchester. Alguém duvidará disso?

Embora estando ciente das diferenças orçamentais astronómicas entre os clubes portugueses e estes que acabo de referir, considero que é para esses níveis de competitividade que deveríamos apontar. A meta deverá ser sempre a de se afirmar progressivamente no panorama internacional e é para aí que deverão ser dirigidos esforços.

Esperemos pelos próximos anos. Acredito que este acumular de pontos e consequente aumento da presença de equipas nacionais nas provas europeias, contribuirá para caminhar neste sentido.

Aqui estarei para louvar esse feito…

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Braga – o falso grande


Já aqui muito se escreveu sobre a definição de “grande”, pelo que não vale a pena estar a repetir.

Assim, poderemos classificar o Braga como grande? Poderemos dizer que o Braga alguma vez foi grande? Ousará alguém dizer que o Braga pode vir a ser um grande? Só se for grande como o Sporting…

Os mais facciosos, dirão sempre que o Braga é um grande que está a atravessar uma (longa, muito longa…) fase má. Os realistas, nos quais orgulhosamente me incluo, dirão que o Braga é, como sempre foi, um clube de média/pequena dimensão, que esporadicamente lá consegue uns brilharetes.

Algo que os bracarenses muito se orgulhavam, era da sua massa associativa que enchia estádios. Contudo, esses mesmos adeptos ou estavam já numa idade avançada e agora não podem ir ao estádio, ou tornaram-se hooligans e foram proibidos de lá entrar uma vez que, de repente, o estádio Axa passou a estar às moscas.

Neste aspecto, é por isso que o Vitória de Guimarães (sim, tenho uma admiração especial por este clube e por toda a mística que carrega com ele…) é diferente do Braga: sim, diferente significa melhor, superior. Quando o Vitória desceu à segunda liga, os seus adeptos aumentaram e o estádio estava sempre à pinha. Se o Braga descesse de divisão, os únicos espectadores que os jogos iriam ter seriam os stewards… Ah, e António Salvador diria que a culpa é de toda a gente menos dele.

Assim, e não querendo tirar mérito aos feitos recentemente alcançados pelo Braga, penso que é unânime afirmar que o sucesso foi efémero e um caso isolado. Isto por si só já é mau. O que torna tudo isto pior, é perceber que o Braga vai demorar muito tempo para voltar a construir uma equipa capaz de fazer o furor que fez na última época – e isto é mau para o futebol português.

Não seria preferível manter uma estabilidade em vez de atingir picos de sucesso? É que o preço a pagar aquando da queda é demasiado elevado e por vezes pode ter custos irreversíveis… E a época ainda não chegou ao fim…

Até quando esta gestão por picos em vez de uma gestão baseada na estabilidade e no crescimento sustentado, com uma visão de longo prazo?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Fez de mim um lutador"


Foi o melhor jogador e o goleador da Ligue 1 em 2008 com apenas 21 anos. A sua técnica é inquestionável, já no entanto o mesmo não se pode dizer da sua estabilidade emocional, compreensível aliás perante a situação de jovem jogador que sente a pressão para se afirmar e levar ao peito o símbolo de um clube lendário. Karim Benzema sente isso mesmo, a pressão para mostrar resultados, marcar golos e combater a sua inércia preguiçosa e indisciplinada que talvez tenha sobrado de uma adolescência rebelde.

O que é certo é que tem sido interessante de acompanhar o progresso de Benzema esta época. De frágil jogador assustado e assombrado pelas inevitáveis comparações com Higuain e agora Adebayor, têm-se visto uma notável evolução na sua entrega e disponibilidade para a equipa. A técnica está lá aos olhos de todos, de entre todas as dúvidas que pairam sobre ele, Benzema consegue surpreender com pormenores de génio e que mais recentemente até tem decidido jogos. Mas os hábitos preguiçosos também continuam presentes e também se notam cada vez que Benzema não se antecipa ao adversário ou não é rápido o suficiente na percepção das jogadas.

Preservar e melhorar a auto-estima de jovens jogadores como Benzema requerem treinadores especiais, que sejam não só bons no ensinamento técnico e táctico ao jogador mas essencialmente que sejam um “pai” que o acompanhe e que o discipline emocionalmente e o ajude a lutar contra os seus próprios receios. Assim como um verdadeiro professor, um treinador de futebol tem que assumir um papel de psicólogo.

Hoje, noite de Champions, pudemos ver exactamente a dupla faceta de treinador e psicólogo de Mourinho. Ao lançar Benzema em substituição de Adebayor, para além do sinal de confiança que demonstrou ao jogador, o golo que se seguiu constituiu um momento capaz de inverter a auto-estima de qualquer receoso. E são estes os pequenos pormenores que fazem um Special.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Carlos Azenha – um treinador fraco, um homem sem princípios

Nunca coloquei em causa o valor de Carlos Azenha, porque entendo que para colocarmos em causa o valor de alguém, temos de acreditar que esse alguém tem valor, coisa que não acredito relativamente a Carlos Azenha…

Ao falarmos de Carlos Azenha estamos a falar de alguém que foi adjunto de Jesualdo Ferreira e que, na sua primeira experiência como treinador principal, teve uma estreia no mínimo ruinosa. Como se não bastasse, houve algum iluminado que lhe decidiu dar uma segunda oportunidade. Os resultados estão à vista: zero vitórias e uma passagem com distinção para a segunda liga.

O que mais me impressiona em Azenha, é a sua falta de coerência: ao por o seu lugar à disposição, está a assumir não ter condições para continuar, está a mostrar à direcção que entende não reunir capacidades para atingir o objectivo a que se propôs. Se entende que é assim, porque não se demitiu?

Faltou-lhe coragem, pois isso implicaria abdicar do dinheiro que teria que ser pago até ao fim do contrato. Basicamente, pôs-se na porta de saída à espera que a direcção lhe desse um pontapé, para depois vir exigir indemnização.
Isto não é de alguém que faça falta, é de um homem sem princípios.

Ou seja, para além de ser incompetente como treinador, mostrou-se também incompetente como pessoa.

Mais uma anedota, afinal…

Não ficará na história, felizmente!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A verdade da mentira


“Saída de Liedson foi um negócio ruinoso”
“ (Couceiro) Veio resolver o que eu resolvi: nada!”

Infelizmente vivemos num rectângulo à beira-mar plantado onde os “paninhos quentes” predominam e onde a liberdade de expressão parece existir só no papel. Na vida pessoal mas sobretudo na vida profissional, é notório o cinismo com que grande parte das pessoas norteia a sua conduta para com quem os rodeia.

Este tipo de atitudes e de conversas da treta são particularmente visíveis na indústria do futebol. Flash-Interviews monocórdicas, antevisões de jogos repetitivas e palavras de dirigentes sempre no mesmo sentido, são a base do que dia-a-dia se vê no mundo do futebol.
Quando alguém é capaz de colocar os pontos nos “i´s” e de vir a público dizer umas verdades é de imediato colocado como centro das atenções enquanto desestabilizador ou mesmo arrogante.

Vem isto a propósito das famosas declarações de Costinha sobre o actual estado do Sporting. Já o disse anteriormente e volto a sublinhar, que sempre me pareceu que Costinha não tinha o estofo suficiente para enfrentar um cargo com a responsabilidade que lhe foi incumbida e, sobretudo, num clube que vive mergulhado em dificuldades de toda a ordem.


No entanto, alguém é capaz de desmentir tudo aquilo que o ex-dirigente leonino afirmou naquela entrevista? Acredito que não! Mais do que tudo, Costinha teve um grito de revolta de quem se apercebeu que todas as suas ilusões de mudar algo no clube esbarravam na estrutura interna e nos interesses pessoais de certas pessoas. Procurou abalar consciências e também salvaguardar publicamente a sua posição de não-concordância com aquele tipo de gestão.


Todos sabemos como terminou a história mas não deixa de ser importante pensar no quanto a verdade parece custar a quem a diz.


Também o recente bate-papo entre André Villas-Boas e Jorge Jesus está carregado de verdades que são encaradas como arrogância. Afinal de contas quem é que se atreverá a discordar que:

•“O Benfica é protegido por alguma comunicação social?” (AVB)
•“O FCPorto é a equipa mais forte?” (AVB)

•“O Benfica é a equipa que melhor joga actualmente?” (JJ)


Embora a maioria acabe por concordar com estas declarações, o primeiro impacto que este tipo de afirmações tem junto de quem as ouve é de julgar a personalidade da pessoa que as emite.


De facto, por muito que se fale em abertura de mentalidades, considero que esse “shift” ainda não devidamente efectuado. É necessário ser-se frontal e directo. Se assim for, nunca a verdade poderá ser mais danosa para quem a diz…

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Estará de volta?



Confesso que reflecti durante algum tempo acerca do título para este post. Porque o primeiro pensamento para dar como título a este post foi "Terá chegado a tempo?". Isto tudo devido à forma que o Benfica tem evidenciado nestes últimos jogos, nomeadamente neste último contra o Vitória de Guimarães.

Creio que oito (ou onze) pontos é uma distância muito grande dado o nível exibicional que o FCPorto tem exibido esta época. O grande problema do Benfica foi ter dado tamanha distância de avanço logo no início do campeonato. Um início à semelhança destas últimas jornadas teria permitido ter agora um campeonato muito mais renhido.

Levantada a questão temporal sobre este renovado Benfica, importa analisar outro facto: estará de volta e para ficar o Benfica das exibições de gala? Terá encontrado os jogadores capazes de suprimir a saída de Ramires e Di Maria? Gaitán tem melhorado a olhos visto e creio que pode "explodir" na próxima época (assim como Jara). Salvio tem tido pormenores dignos de Di Maria, mas não pertence ao Benfica e é muito caro. O Benfica tem de encontrar solução pensando já num outro jogador semelhante ou arranjando forma de ficar com Salvio (onde estão os jogadores a serem cedidos no âmbito do negócio de Simão Sabrosa?).

Acredito que o Benfica forte, de exibições consistentes e de encher o olho está de volta. E ainda bem, que a Liga Europa está aí de volta...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um campeonato mais fraco?


Estando já a decorrer a segunda volta do campeonato português talvez não será arriscado tirar já algumas ilações. E uma das conclusões a que chego é que o nosso campeonato está mais fraco e mais aborrecido que a época passada.

É certo que a assimetria de forças entre Porto e Benfica nada mudou, apenas registou uma inversão. No ano passado tínhamos um Benfica surpreendentemente forte e dominador perante um Porto também forte mas com um conceito de jogo já desgastado. Contrariamente, este ano é o Porto que apresenta o seu domínio sólido perante um Benfica que apresentou escorregadelas importantes nos jogos iniciais e que mesmo estando a melhorar ainda não apresenta a segurança que transmitia a época passada.

Mas um dos factores que mais pesa para a degradação da qualidade do campeonato português é a perda cada vez maior do nosso terceiro grande. Ano passado o Braga deu mostras de ser um candidato forte a ser o novo terceiro grande clube português, com exibições sólidas que transmitiam sinais de que ali estava a crescer uma nova potência futebolística portuguesa coerente e de estrutura sólida. A verdade é que acabou por desiludir rapidamente. Neste momento luta por um lugar na Europa, com resultados intermitentes e uma equipa com um futebol bem abaixo do que chegou a prometer. Já o Sporting, com toda uma estrutura a precisar de uma revolução à moda da Tunísia ou do Egipto há muito que deixou de dar garantias.

Para agravar ainda mais a situação, a saída de certos e determinados jogadores influentes que para já tem sido insubstituíveis também se fez notar. A ausência de figuras importantes tais como Di Maria, David Luiz, Izmailov e Liedson por exemplo apenas tornam o nosso campeonato menos apelativo.

Que devemos achar de um campeonato largamente dominado por duas equipas? Equipas essas que neste exacto momento estão fora do panorama dos grandes da Europa, limitando-se a lutar por uma Liga Europa.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Crise do FCP – importam-se de repetir?

19 jogos no campeonato, 17 vitórias, 2 empates, 0 derrotas, 11 pontos de vantagem para o segundo classificado (ainda que com mais um jogo), uma Supertaça já ganha, melhor defesa e melhor ataque do campeonato.

Na Europa, um percurso brilhante.

É verdade que já foi eliminado de dois troféus, mas se os troféus fossem postos numa pirâmide de importância, podemos afirmar que foi eliminado dos dois troféus hierarquicamente inferiores…

Assim, há algo que não consigo perceber: se o FCP, com estes números impressionantes, com um plantel que vai contar com os “reforços” Falcão e Álvaro Pereira, com um bom treinador, com a melhor estrutura directiva portuguesa e certamente uma das melhores europeias, está em crise, quem é que não está?

Apesar de considerar a imprensa desportiva portuguesa de boa qualidade, tenho que reconhecer que é demasiado tendenciosa. Assim, aposto que a história de “crise” no FCP veio de algum jornalista com influências lisboetas que não foi capaz de distinguir a sua profissão do seu fanatismo clubístico…

Assim, penso que se o FCP está em crise, todos os adeptos gostariam que o clube deles estivesse numa crise igual à do FCP.

Sejamos francos e honestos: o SLB está no seu melhor momento da época e parece-me ser, de facto, a equipa que melhor futebol pratica. Contudo, penso que já vem tarde uma vez que perdeu demasiados pontos e o que fica para a história são os números e com maior ou menor dificuldade, acho que o FCP possui vantagem suficiente para se sagrar campeão.

Será engraçado para alguns jornalistas poderem escrever na manchete do seu (tendencioso) jornal:

“Campeão, mas em crise…"

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Falta de coerência

Este título espelha um bocado o que se vai passando no futebol português. Eu acho que se as pessoas que lideram os clubes tivessem uma linha de pensamento mais estruturada, com visão a longo prazo e com decisões e opiniões ponderadas, o sucesso lá fora poderia ser uma constante e não apenas a espaços.

O ano passado o Benfica jogou um jogo antes daquilo que estava marcado e não faltaram as vozes a levantarem-se a dizer que era uma forma de o Benficca conseguir um efeito psicológico devido ao aumento da vantaagem sobre o 2º classificado, Sporting de Braga. Pois bem, o FCPorto fez recentemente o mesmo. Não vi os argumentos que se levantaram contra o Benfica levantarem-se agora contra o FCPorto... Um questão de coerência pedia-se neste caso, a todos os que se pronunciaram contra o Benfica na época passada. Gostaria de referir apenas que o atraso do Porto se deveu a preparar um importante embate nas competições europeias. É um jogo internacional, concordo com o adiantamento do jogo para melhor preparar este jogo. É também a imagem do país que está em jogo. Eu só peço coerência a todos os que criticaram o Benfica e agoram assobiaram para o lado... Pode ser necessário a qualquer clube, seja ele Sporting, Braga ou outro.

Outro caso, é o das várias competições internas que possuimos. Sim, várias. E quem se inscreve nelas deve lutar sempre com o intuito de as ganhar, não de perder o entusiasmo a meio devido a maus resultados... Certo é que há competições mais importantes que outras, mas tal não pode nem deve servir como justificativo de derrotas nem de desinteresses súbitos... Questão de coerência...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Importa-se de repetir?

Confesso que tentei resistir à tentação de voltar a abordar o tema “Sporting”.

Mesmo sabendo que (incompreensivelmente) os dirigentes do clube não consultam o FutebolStorming, a indignação com a maneira como o clube está a ser gerido pelos diversos agentes que o constituem, merece que se continue “a bater no ceguinho”.


Comecemos pelo presidente demissionário que ficou mais célebre pelo “forever” do que propriamente pelo sucesso da sua gestão. Vindo agora a público ecos de que a venda de Liedson servirá para pagar salários em atraso, fica no ar a ideia de que aproveitou o fracasso desportivo para se livrar, enquanto era tempo, do buraco em que estava metido. Pode até nem ser isso mas acaba por ser a ideia que transparece para a opinião pública. Abandonar o barco a meio nunca foi boa solução, muito menos quando é o comandante a dar o primeiro sinal de desistência.


Depois temos José Couceiro e Costinha. Que dizer desta dupla? Dando de barato que os dois possuem competências e boa vontade suficiente, vou cingir a questão apenas à vertente organizacional/financeira para expor o meu ponto de vista:

• Organizacional – a estrutura de um clube de futebol não é assim tão complexa que exija a existência de dois elementos que, no fundo, desempenham as mesmas tarefas (ligação equipa/presidente, gestão das contratações, etc). Se não desempenham deveriam fazê-lo já que em termos organizacionais não se justifica a presença de duas pessoas cujas funções se confundem;
• Financeira – numa altura em que o clube vive uma crise profunda e que vende jogadores ao desbarato, porquê possuir dois colaboradores com funções tão idênticas? Não será isto desperdício de recursos financeiros?

No que concerne à equipa de futebol tem sido tudo dito. Por muito que os adeptos não queiram admitir, o plantel actual do Sporting não é capaz de competir, de forma contínua, com Porto e Benfica. Ainda que esporadicamente a equipa nos brinde com bom futebol, o jogo seguinte desmistifica de imediato a ilusão de que a equipa poderá atingir outros patamares. Quando Cristiano é o reforço de Inverno, quando se joga com três médios de contenção contra o último classificado e quando não se consegue contratar ao Marítimo é porque algo vai mal.

Não fosse tudo isto suficiente, olha-se para o que o futuro poderá reservar e não se vê luz ao fundo do túnel. O único jogador capaz de resolver jogos vai agora embora, o treinador está completamente desamparado e desorientado e os adeptos compreensivelmente impacientes. Por fim, vemos que o único candidato à presidência do clube para além de não ter o dom da oratória, também promete mundos e fundos que soam a irreais.

A própósito, deixo um aviso para todos os que pensam na melhor forma de rentabilizar o seu dinheiro: esqueçam os depósitos a prazo, as acções e mesmo a compra de dívida pública portuguesa. Braz da Silva anunciou que vem aí um fundo de investimento (“FIFA 2011”) por ele criado que garante um retorno de 8% ao ano!


Com ideias fantásticas como esta, corre o sério risco de ser contratado por uma instituição financeira e, mais uma vez, o clube ficar sem Presidente… E a história repete-se…