terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sem garra, dedicação e…paixão!

O passado fim-de-semana revelou-se decisivo para encontrar o próximo campeão nacional. Para além de demonstrar a inoperância e inconstância do actual FCPorto, percebeu-se a capacidade do Benfica ganhar os jogos, mesmo quando não faz o suficiente para isso. Foquemo-nos no (ainda) campeão nacional.
 
Para além de ter sido possível observar o bom futebol da equipa gilista, o jogo de Barcelos revelou uma clara falta de vontade dos jogadores portistas. Numa equipa recheada de óptimos valores, é também incompreensível olharmos para o plantel portista e constantemente ver que não se colocam os melhores a jogar. Se Maicon era uma solução de recurso, agora já é “a” opção. Se Defour era para alternar com Moutinho, agora já é solução a seu lado. Se Danilo vinha para defesa-direito, agora já parece jogar a extremo.
 
Enfim, tanta confusão táctica só podia dar em mau resultado. Quando um treinador não consegue “simplesmente” colocar os jogadores a jogar nos seus lugares, teremos meio caminho andado para o fracasso.
 
Aliado a toda esta embrulhada táctica, emergem outros protagonistas. Na verdade, o que todos nós pudemos assistir foi demasiado mau para ser verdade. Sinceramente pensei que depois daquela célebre arbitragem em Campo Maior não assistiria a coisa mais flagrante. Puro engano. De pequenas decisões a grandes erros, o árbitro acabou por ter influência num resultado que, todavia, deveria ter tido o mesmo desfecho pela qualidade apresentada por cada uma das equipas. O problema aqui é que Bruno apita mesmo com muita…paixão!
 
Não devendo o clube escudar-se nas arbitragens, os factos mostram no entanto uma diferença pontual que não deveria existir. Ainda assim, o problema portista está muito além disso – reside sim, na incapacidade de potenciar o melhor de cada jogador.
 
E não é, certamente, em meio ano que Lucho e Janko vão dar a volta a esta situação.

domingo, 29 de janeiro de 2012

A raiva de Pepe


No universo futebolístico podemos vislumbrar uma quantidade enorme de jogadores de grande talento, mas que por razões emocionais se perdem inexplicavelmente e com isso são capazes de comprometer todo o seu futuro futebolístico.

Vejamos o exemplo que está na ordem do dia: Pepe. Um jogador já experiente, de grande inteligência posicional e defensiva, de grande entrega e com capacidades físicas impressionantes que combina uma generosa altura (1,88 m) com uma velocidade notável parece ter tudo para satisfazer plenamente uma equipa de topo. No entanto, os seus problemas de temperamento e descontrolo emocional podem deitar tudo a perder.

Estou convicto de que Pepe precisa de alguma espécie de acompanhamento psicológico para aprender a gerir as suas emoções e não entrar por actos irreflectidos e quase cruéis que alimentem polémica. Talvez seja um caso que faça pensar e concluir que se calhar até nem será má ideia começar a dar valor à figura do psicólogo no staff de uma equipa. Claro que certos treinadores já desempenham bem essa função, mas certamente não conseguem controlar casos em que só com uma espécie de terapia especializada se chega lá.  

“Pepe mata-los” é a nova frase de incentivo de uma claque merengue denominada de “Ultras Sur” já famosa por actos de promoção da violência. Meros sinais de uma onda nada saudável baseada no ódio e no desrespeito que surgem como consequências naturais de actos irreflectidos de certos jogadores, que devem ser evitados a todo o custo. 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Clube do Sobe e Desce


Mais uma vez sou convidado a escrever para este enriquecedor blog que muitas opiniões e informações nos fornece, e mais uma vez eu escrevo com todo gosto e prazer.

Desta vez venho falar-vos de dois rankings de clubes: IFFHS e UEFA.

Como já é sabido, IFFHS lança mensalmente um ranking dos melhores clubes com melhores prestações, dependendo dos resultados e jogos dos últimos 365 dias, e a última listagem dá o clube SLBenfica no 8º posto, à frente do FC Porto (9º posto), não esquecendo Sporting de Braga no 35º e Sporting Clube de Portugal 36º.

Ora, os lugares entre SLB e FCP tem levantado alguma polémica entre vários apoiantes dos referidos clubes, levando os adeptos portistas a afirmarem que “isto a mim não me diz nada”.

Ora, comparado com ranking UEFA, classificação dada de acordo com os últimos 5 anos e títulos conquistados (8º posto para FCP, e 13º posto para SLB), o ranking IFFHS, que não tem qualquer vínculo com a FIFA, não mostra resultados confiáveis e admissíveis no mundo futebolístico. Mas, o que gostava de salientar é que, os mesmos que evidenciavam o 3º posto alcançado no ranking IFFHS há 6 meses pelo FCP, hoje inferiorizam este ranking, demonstrando uma constante mudança de opinião, e uma atitude hipócrita, no que respeita ao que melhor vai aos seus olhos.

Na realidade, e analisando jogos, e não troféus, o SLB tem-se superiorizado ao FCP, e como tal o ranking IFFHS é plausível, mas, como é obvio, e visto no ranking UEFA, o FCP continua a ser o clube que actualmente mais títulos dá ao País.

Caros leitores, sejamos humildes e realistas nos comentários, e se este post feriu algumas sensibilidades pessoais, a página de comentários está à vossa disposição, e livre para trocarmos impressões.

       Tiago Ferreira

Agradecemos ao Tiago a sua colaboração no nosso blog. Aproveitamos mais uma vez para relembrar e convidar todos os nossos leitores a participar e a mostrarem a sua visão do futebol. Este é o vosso espaço. Enviem os vossos textos para futebolstorming@gmail.com

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Domingos Paciência vs SCP

Admiro imenso Domingos Paciência enquanto treinador. Tenho dúvidas quanto ao seu valor enquanto pessoa. Deve ser porque vê mal ao perto: enquanto treinador da U.Leiria, a agressão de Quaresma a um jogador seu quase lhe tocou mas ele disse que estava a olhar para o chão. Mas como não sou psicólogo, vou-me debruçar sobre o treinador.
 
Quando chegou ao Sporting, a grande questão era saber se Domingos seria capaz de fazer do Sporting uma equipa ganhadora ou se o Sporting seria capaz de fazer de Domingos (mais…) um treinador derrotado. Até à data, a resposta é óbvia: Domingos está com um pé dentro do cemitério de treinadores chamado SCP.
 
Domingos deixou-se absorver por características singulares do SCP: euforia fácil, desnorte, imprensa e arbitragens.
 
Iniciou a época a prometer mundos e fundos quando hoje admite a necessidade de redefinir objetivos; até ao jogo com o SLB, o SCP era quase imbatível, reinava a euforia e a confiança excessiva, Van Wolfswinkel era o novo Van Basten, Rui Patrício ia para o Manchester United, Polga poderia voltar à Seleção Brasileira e Insua tinha sido desaproveitado pelo Liverpool; de repente, após o primeiro percalço, não foi capaz de segurar as suas convicções e cedeu aos caprichos da imprensa alterando a equipa vezes sem conta, sem critério aparente (se bem que ele não tenha que justificar as suas opções em público). Contudo, parece-me que apostar em Renato Neto para trinco contra o FCP não deve ser um bom tónico no que a espírito de grupo diz respeito, já para não falar da motivação de André Santos e Carriço. Como um mal nunca vem só, Renato Neto passou de titular a não convocado.
 
Acresce o facto de Jeffren passar de não convocado a ponta de lança, Carriço segue o mesmo exemplo, Polga ser castigado num jogo crucial em Braga sendo lançado o eterno lesionado Rodriguez e Ribas ser uma espécie de tapa buracos que acabará como quase todos os pontas de lança do SCP: no esquecimento e emprestado a um clube de segunda linha.
 
Como se não bastasse, Domingos revela um descontrolo emocional ao mostrar que convive mal com a crítica – que conforme Luís Sobral escreveu, e bem, lhe foi concedida pela imprensa durante muito tempo, tendo nela um crédito que mais nenhum treinador tem (Vítor Pereira, por exemplo, é crucificado ao mínimo erro).
 
Ah, e depois, claro, os árbitros. Foi o árbitro que, “contra o Olhanense, através de faltas laterais sucessivas empurrou o SCP para a sua grande área”.
 
Misture-se a isto tudo Hugo Viana, Mossoró e “toma”, temos o resultado final: 4º lugar a 13 pontos do SLB.
 
Domingos só tem um caminho: esclarecer as suas crenças e as suas táticas e acreditar nelas, e nos jogadores, independentemente do que qualquer blogger ou jornalista possa pensar.
 
Assim, poderá alcançar o sucesso que teve no Braga. Caso contrário, irá ser mais um fantástico comentador televisivo ou um treinador admirado por esse mundo fora (na Índia ou na Grécia, por exemplo…).

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O clube "D"


Hoje o leque de tema disponíveis para falar era alargado. Podia debruçar-me sobre as já habituais adaptações “à La Mourinho”, falar sobre a revolução táctica que Vítor Pereira faz sempre que mexe na equipa não lhe dando qualquer tipo de consistência, ou mesmo voltar a bater no ceguinho e escrever sobre a equipa de sonho que é este Barcelona. Mas não o vou fazer. Vou, sim, falar de um outro clube especial, o Vitória de Guimarães.

Tal como o título indica, este é, a meu ver, o verdadeiro clube “D” – Diferente e Difícil. Já aqui tivemos oportunidade de referir, a nossa admiração por toda a massa associativa vimaranense que vive o clube como mais ninguém. A paixão que colocam em cada encontro, a intensidade com que vivem cada decisão do clube, faz do Vitória um clube verdadeiramente…Diferente.
 
Ano após ano, o investimento tem sido significativo, dotando o plantel de jogadores de reconhecida qualidade e com treinadores que, noutros clubes, deram provas da sua competência. No entanto, o que se vê são constantes deslizes caseiros, local onde o castelo deveria funcionar como uma verdadeira fortaleza a invasões adversárias. Os assobios sucedem-se e, independentemente do treinador, o caminho parece ser sempre o mesmo – despedimento e reinício de ciclo.
 
Por ser um clube mais emocional que racional, considero-o uma equipa verdadeiramente Difícil de gerir. A estrutura não está devidamente preparada, nem consegue ser imune às pressões dos adeptos e isso não transmite tranquilidade a quem mais precisa dela – jogadores e treinadores.
 
E todos nós sabemos quão o sucesso no futebol está dependente da habilidade para gerir o clube de dentro para fora...nunca o contrário!


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Indefinição portista


A forma como vemos uma equipa comportar-se em campo reflecte todo um conjunto de rotinas, filosofias e mentalidades que são incutidas nessa equipa tanto nas sessões de treino, palestras e momentos de balneário. O jogo que vemos em campo no estádio ou pela televisão é justamente o produto final desse trabalho de “bastidores”.

Ora o produto final que a equipa do Fc Porto tem apresentado ultimamente apresenta argumentos suficientes para desiludir muita gente. Provavelmente a culpa estará do lado de quem se ilude, pois sejamos sinceros, o universo portista encontra-se muito mal preparado e habituado para enfrentar ciclos negativos.

Apesar de manter um plantel extremamente competitivo, a equipa portista passa neste momento por uma espécie de crise de identidade no seu futebol. Ainda não consegui identificar qual é o estilo que faz a imagem de marca desta geração Vítor Pereira. Talvez uma mistura tosca do estilo de Villas Boas com um aroma de Jesualdo e as suas rápidas transições ofensivas. Independentemente do que seja, a verdade é que não está a funcionar e o Porto corre sérios riscos de atingir índices de mediocridade capazes de abalar intensamente a sua reputada estabilidade na Europa.

A desorientação portista nota-se a olhos vistos nas suas indefinições relativas à forma como ataca. O jogo paciente, racional e maduro já lá foi, o despejar de bolas para o vazio é constante, o posicionamento das peças ofensivas revelam uma descoordenação não muito habitual. A equipa portista ataca muito, é verdade, mas das trinta vezes que ataca apenas consegue criar uma ou duas situações de golo e este facto pode dizer muita coisa do que se anda a fazer nos treinos.

Para além do estilo de jogo, há certos pormenores que podem fazer uma grande diferença. Um dele é a evolução de Hulk. Simplesmente não existe. Aparenta ser um jogador de enorme potencialidade e de grande técnica, no entanto quanto à inteligência de jogo parece não amadurecer. Continua impulsivo e um pouco indisciplinado tacticamente, e de quando em vez, vem ao de cima a sua pitada de show-off irritante. Estes pormenores trabalham-se com a companhia de bons mentores, mas tal figura parece não existir no Dragão neste momento.

O Porto talvez se encontre numa fase natural de ressaca pós-sucesso muito habitual em equipas cuja estrutura técnica se desconfigura após uma época vitoriosa. Talvez o primeiro passo seja a contratação urgente de um homem golo, já o segundo passo terá que ser dado mais tarde e provavelmente passará por reequacionar a equipa técnica.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Antevisão do clássico


Nunca, neste blog, fizemos previsões ou crónicas de jogos.
Contudo, desta vez, senti que fazia sentido falar do jogo do SCP-FCP.
Porquê? Por algumas razões:
1)    O jogo reveste-se de uma importância brutal. A derrota do SCP significa um adeus prematuro ao título. A vitória do SCP permite mostrar que afinal a equipa do SCP não come só Cerelac e é capaz de triunfar nos grandes duelos.
2)   O Benfica é uma grande parte interessada. Qualquer que seja o resultado do jogo deve ser aproveitado pelo Benfica para ganhar pontos. Perder com uma das piores equipas da liga (Leiria) será motivo de vergonha.
3)   Os onzes: ao ler a imprensa desportiva de hoje vi algo que não me lembro de ver: os três diários apresentam três onzes diferentes para a equipa do SCP.
4)   O resultado: total imprevisibilidade
5)   Yannick Djaló – uma notícia que aparece (propositadamente…) antes do jogo.

Após os factos, as minhas previsões:
1)  A equipa do SCP ainda é Cerelac. Pode ganhar o jogo de hoje, contudo, isso não significará que a equipa tem maturidade e estrutura suficiente para ganhar nos grandes duelos. Se ganhar, será mais fruto da sorte e demérito do FCP do que propriamente da solidez que (ainda…) não tem.
2)  O Benfica tem que ganhar em Leiria. Meio a zero chega. Uma derrota do Benfica em Leiria significa que a equipa, afinal, sucumbe nos momentos de pressão.
3) Não acredito na aposta do jornal “A Bola” onde arrisca Renato Neto de início – parece-me uma opção demasiado arriscada e Domingos não costuma arriscar assim. Pode correr bem, mas as probabilidades de correr mal são enormes. Se na defesa não há duvidas, no meio campo acredito em Elias, o jovem André Martins, Izmailov e Schaars. Capel e Wolfswinkel ficam na frente. No Porto, nada de novo: Djalma no lado direito. No meio campo, Fernando, Moutinho e Defour. Na defesa, a (incompreensível…) aposta em Maicon para lateral direito.
4)  Vitória do FCP. Nos momentos críticos, e apesar de não estar na melhor forma, a máquina está oleada e o FCP não costuma falhar. Falhou na Champions, no melhor jogo da época.
5)   Uma notícia que a ser verdade, tem tanto de surpreendente como incompreensível. Demasiado mau para os adeptos portistas poderem dormir descansados.

Aguardo as vossas previsões e iremos fazer a análise, juntos, depois do clássico.
Prometemos responder a todos os comentários feitos no blog.
Eu arrisquei, e vocês?

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O Robin de Londres


Talvez por se assemelharem ao “produto nacional”, nutro pelos jogadores holandeses especial admiração futebolística. Entre o vasto leque de jogadores da laranja mecânica que poderia citar (do meio-campo para a frente, claro!), individualizo um que, a meu ver, merece especial relevo – Robin Van Persie.
Oriundo das escolas do Feyenoord, cumpre esta época a oitava temporada consecutiva ao serviço do Arsenal. Confesso que não tinha ideia de que já estivesse há tantos anos no clube e é precisamente esse facto que serve de ponto de partida para a minha opinião. Aos 28 anos dá a sensação de que já podia ter “explodido” há mais tempo tal a capacidade que apresenta. Embora também tenha sido seriamente afectado por lesões ao longo das últimas épocas, dá a ideia de que tem andado um pouco perdido por Londres.
No clube londrino, Wenger já o testou em diversas posições – de médio ala, a médio organizador, passando pela posição de nº9. Apesar de, pelas suas características (pouca velocidade, óptima capacidade de passe), considerar que a posição ideal seria a de nº10, o facto é que tem estado a fazer uma época muito positiva ocupando a posição de ponta-de-lança. O forte remate e inteligência têm, de facto, valido muitos pontos ao Arsenal.
Apesar de apresentar um estilo pouco ortodoxo, é dotado de um pé esquerdo de potência e técnica invulgar, sendo um daqueles jogadores que escasseia no futebol actual.
Por tudo isto, considero que merecia uma oportunidade num clube com ambições distintas das de um Arsenal que “apenas” joga um futebol bonito…