segunda-feira, 26 de março de 2012

Vítor Pereira, Jorge Jesus e Sá Pinto – personalidade e coerência


Vítor Pereira, perde de forma justa o clássico SLB – FCP para a Taça da Liga (a tal que Vítor Pereira, Moutinho e Pinto da Costa não queriam ganhar…). Na flash-interview comenta o óbvio sem se alongar muito mas, quando chega à sala de conferência de imprensa, já depois de Rui Cerqueira e Antero Henriques lhe terem dito sobre o que ele devia falar, vulgo, homem de recados, atira-se às arbitragens, fala de bloqueios, foca-se em tudo o que é acessório, menos no jogo. Limita-se a falar de árbitros, em vez de explicar como é que Cardozo consegue ganhar um lance em velocidade (!) a um defesa seu. Afirmou de forma orgulhosa, quando devia ter vergonha, que não fala com Jorge Jesus. De facto, é algo que sempre contribui para o bom ambiente do futebol. Pior: ousa falar de um possível errado fora de jogo de Hulk, depois do que se passou no jogo do campeonato entre SLB e FCP. Coerência e personalidade, ZERO!

Jorge Jesus põe a sua equipa a jogar de forma miserável em Olhão, empata de forma justa – fez o primeiro remate aos 85m, contra uma equipa que luta para não descer – e justifica 90m de total inércia com a justa e óbvia expulsão de Aimar. Ele, juntamente com o seu presidente, garantiram que não falavam de arbitragens. Na hora do aperto, recorreram à crítica fácil e injusta, desviaram as atenções do essencial – a falta de qualidade de jogo da equipa – e mandaram João Gabriel fazer críticas ferozes e injustas aos árbitros.
Acresce o facto de aquando das vitórias, o mérito ser só dele, das suas substituições, do desgaste físico que a intensidade de jogo causou ao adversário, dos jogadores que ele fez crescer, etc. Quando perde, os culpados nunca são nem ele, nem os jogadores: são os árbitros. JJ, tal como Vítor Pereira, revela o mesmo índice de coerência e personalidade: ZERO.

Sá Pinto. Merece uma vénia. Em Barcelos, parece ser algo prejudicado pelo árbitro. Ainda no relvado, retira os jogadores da pressão ao árbitro, impede-os de discutirem, desincentiva o insulto fácil e apela à calma. Na flash-interview e na conferência de imprensa diz que precisa de analisar os lances para depois poder ajuizar, recusa-se a falar do árbitro e foca energias na sua própria equipa. Elogia-os, diz que lutaram até ao fim e promete concentrar-se já no próximo jogo. Não se dispersa em algo que só incendeia os ânimos e concentra-se no essencial. Na conferência de antevisão do SCP – Feirense diz que o jogo com o Gil Vicente já passou e recusa-se a falar da arbitragem. Reitera que quando a equipa ganha é 90% trabalho dos jogadores e apenas 10% é mérito dele. Coerência e Personalidade? TOTAL! Faça-se uma vénia àquele que no passado errou, mas que agora mostrou que está diferente e teve coragem para mudar!

Vamos acreditar que um dia o mestre da tática e o homem de recados também vão mudar…

terça-feira, 20 de março de 2012

Lugares cativos


Independentemente do assunto em questão, gerir algo é sempre extremamente complicado e, em muitas ocasiões, nem sempre pacífico para todas as partes envolvidas. Seja no domínio desportivo, pessoal ou laboral, a gestão de interesses acaba, não raras vezes, em conflito.
Nos dias de hoje, mais do que um mero “fazedor de tácticas” um treinador deve ter competências abrangentes que lhe garantam soluções rápidas para conflitos iminentes. São muitos jogos, um longo plantel e muitas emoções à flor da pele para gerir.
Neste sentido, o Chelsea apresenta-se como um dos clubes onde a gestão de um treinador deve ser mais difícil de ser efectuada. Rodeado de um conjunto de jogadores que já fazem parte da mobília, as notícias que brotam em imensos tablóides dão conta de posições de força constantes aquando de decisões de afastamento destes jogadores.
Quando vemos notícias a dar conta de que Lampard, Terry e Ashley Cole fazem questão de viajar em executiva – ao contrário da restante comitiva -, quando lemos Lampard afirmar com toda a convicção de que ripostou com AVB quando soube que ia ficar no banco, entre outras situações, apercebemo-nos de que, independentemente da qualidade que possa ter, o treinador é e será sempre o elo mais fraco.
Ir afastando gradualmente estes jogadores será o segredo para rejuvenescer a equipa. No entanto, ao mínimo afastamento o treinador é constantemente colocado em causa e isso dificulta todo o processo.
Acredito, assim, que um presidente deve estar bem presente nestes momentos e fazer perceber aos jogadores que os lugares cativos são apenas para os adeptos que, ao contrário dos primeiros, pagam (e bem!) para poder assistir a todos os jogos da época.
Esperemos pelos próximos capítulos em terras de Sua Majestade…   

quinta-feira, 15 de março de 2012

Uma velha guarda descendente



Alguns clubes demoram a renovar-se e essa atitude pode trazer grandes humilhações e quebras de rendimento a emblemas de grande reputação.

O Inter ainda consegue a proeza de alinhar com regularidade jogadores como Zanetti, Cambiasso, Stankovic, Samuel e Ivan Córdoba. Não estou a pôr em causa a qualidade e o estatuto que estes jogadores detêm no futebol mundial, mas são claramente um conjunto de jogadores, já numa curva bem descendente, que nenhum acréscimo traz a uma equipa que precisa de uma reviravolta.

Sem a existência de uma liderança mágica que motive estes jogadores a ultrapassarem-se, toda estas presenças já enferrujadas no plantel provocam um óbvio ressentimento na equipa que se vê limitada nas suas actuações. Para acentuar as dificuldades, Moratti ainda consegue munir a equipa com Ranieri, pseudo-treinador de futebol que, sinceramente, tendo em conta o seu palmarés e o rendimento de equipas anteriores, não percebo como é que ainda consegue obter lugar em equipas de topo.

Torna-se urgente um renovar de quadros em termos de jogadores e, mais uma vez, em termos de equipa técnica. Será o contexto ideal e uma 2ª oportunidade para um jovem treinador voltar a brilhar? É uma hipótese bem realista.

sábado, 10 de março de 2012

A importância da posição 6!


Pode-se afirmar que, mais do que haver jogadores indiscutíveis e insubstituíveis, existem posições para as quais, em regra, não há um segundo bom jogador?
Todos conhecemos clubes que possuem dois excelentes guarda-redes, dois bons defesas, dois bons avançados mas, alguém se recorda, assim de repente, de algum clube, que possua dois médios defensivos (como diria Luís Freitas Lobo, dois números seis, box to box…) de qualidade semelhante?
Comecemos pela realidade nacional: quem substitui Javi Garcia? Ai como o Benfica se ressentiu nos jogos em que ele não jogou.
E quem está à altura de Fernando? Sim, ele não jogou em Barcelos e o FCP perdeu 3-1…
E Rinaudo? Que diferença quando ele regressou! Apetece dizer que foi ele que qualificou o SCP para a final da Taça de Portugal.
E em Espanha, o Barça tem no banco alguém igual a Busquets?
E Xavi Alonso, tem substituto à altura?
Apetece-me afirmar que esta é, não só, a posição chave de uma equipa, uma vez que a equilibra defensiva e ofensivamente, mas também aquela na qual os clubes investem menos, não possuindo um substituto à altura do habitual titular.
E para vocês, qual a posição mais importante de uma equipa?