segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O SCP dá pena, o FCP dá inveja (joga com dois g.redes…)




Assisti ao jogo Basileia vs SCP, convicto que estava a ver o terceiro grande do futebol português. Certamente não é o terceiro grande: é o primeiro grande! Que clube português tem o presidente como guia do museu? Só o SCP!
Durante o jogo, foi bom assistir ao desempenho das duas equipas – a de arbitragem e a do Basileia. Esperei até ao final do jogo para que a equipa do SCP aparecesse, mas foi uma espera em vão.
Não sou sportinguista e senti pena. Sobretudo dos adeptos. Quis que o SCP ganhasse. Quis que o campeonato deles deixasse de ser apenas conseguir ganhar ao maior clube português. O ano passado eles foram campeões. Ganharam ao SLB. Esse é o campeonato deles.
No jogo com o Basileia, foi constrangedor ver os jogadores (?) sem alma, sem paixão, sem vontade. Pior que tudo, foi no final do jogo ouvir Rui Patrício dizer: “Podíamos ter feito mais!” Podiam? Porque não fizeram?
Depois, vem o ridículo presidente do SCP dizer que o clube é muito mais que o futebol. Sim. É verdade. Mas para onde vai a maior parte do orçamento do clube? Pois, também me parecia. Godinho Lopes é o único que vence eleições com um projecto que já não existe e, mesmo assim, mantém-se no cargo.
PS: Não posso deixar de falar do jogo de ontem. Pude ver um grande jogo de futebol. O Braga vs FCP foi um jogo a sério. Pela intensidade a meio campo. Sobretudo isso. Porque em nenhum momento do jogo se sentiu que o Braga queria ganhar o jogo.
Peseiro foi medricas, defendeu sempre com 11 homens atrás do meio campo e da linha da bola. Vítor Pereira arriscou e meteu Kleber em busca da vitória. Conseguiu.
Teve sorte? Teve. O golo de James tem 90% de sorte e 10% de mérito. Mas o FCP fez por procurar a sorte. E ganhou bem.
Afinal, temos que dar mérito à grande defesa com a mão dentro da área feita a remate de Alan. Ah, a defesa foi feita por Alex Sandro.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Curto ou comprido?


Desenganem-se caros leitores que não estamos a falar daquilo que o título sugere. Apenas de futebol.
Na verdade, todos sabemos o quão longa e desgastante pode ser uma época de futebol. Se na ótica do adepto esta é uma realidade agradável, na perspetiva do treinador pode constituir-se uma verdadeira dor de cabeça. Afinal de contas, como gerir o plantel? Escolher um plantel vasto e com muitas opções ou um plantel mais reduzido, apostando na polivalência?
Este é um tema sobre o qual os treinadores dos dois principais clubes nacionais têm opiniões totalmente díspares. Por um lado, Jorge Jesus é apologista de planteis extensos – ainda que com soluções por vezes desequilibradas -, por outro Vítor Pereira prefere um conjunto mais curto onde prevalecem opções capazes de fazer várias posições em campo.
Se eventualmente tivesse ocupado um cargo político e fosse agora pago a peso de ouro para dar a minha opinião, colocaria as minhas fichas na segunda opção. Ainda que correndo o risco de lesões prolongadas em jogadores-chave, considero que esta é a melhor opção de gestão para manter jogadores motivados e capazes de mais rapidamente assimilarem as rotinas e princípios de jogo que o treinador pretende incutir.
Inversamente, um plantel constituído por um conjunto alargado de jogadores, embora sendo garante (à partida) de maior qualidade, não é o melhor para o bem-estar e motivação para o grupo. 
Gerir 8 extremos e 6 pontas não é, de facto, a melhor opção…
Ah, e para que conste… prefiro café comprido!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Novo ciclo, novos objectivos





A equipa leonina começa um novo ciclo agora com o novo treinador. É uma altura em que a prioridade máxima será sair da fase de pânico em que se encontra e alcançar uma certa tranquilidade. Também é uma fase em que os objetivos da equipa se redefinem radicalmente. A verdade é que neste momento não podemos pedir ao Sporting que chegue a um lugar de Champions, e talvez até mesmo garantir um lugar na Liga Europa já será pedir um bocado demais.

Assim, o verdadeiro objetivo do Sporting neste momento será preparar a próxima época com todo o cuidado. Primeiro que tudo, Vercauteren tem que representar forçosamente o primeiro compromisso sólido assumido pelo Sporting. De nada vale o trabalho desta época se o treinador for embora já este Verão, pois significa voltar à estaca zero.

Para além da estabilidade do treinador, o segundo desafio prioritário será a criação de mecanismos e rotinas entre os jogadores. Neste momento, continua a ser uma equipa que dá pena ver jogar e, por amor de Deus, sabemos que os jogadores não são tão maus para jogar como jogam presentemente. Patrício, Insua, Carrillo, Izmailov Rinaudo, Elias, Capel e Wolfwinskel são jogadores de uma certa qualidade a partir da qual é perfeitamente possível  formar uma equipa competitiva.

Por último, as próximas saídas e entradas do plantel terão que ser planeadas e pensadas ao máximo pormenor. As contratações terão que ser cirúrgicas e sem grandes riscos. A verdade é que neste momento até que nem seria mau o Sporting poder reforçar a equipa com um central que dê garantias e também com um segundo avançado que sirva de alternativa válida a Wolfswinskel.

Tranquilidade, paciência, ausência de conflitos e polémicas, muito trabalho de campo e algum aperfeiçoamento do plantel é tudo o que o Sporting precisa para que se atinja um nível aceitável de sucesso. Vamos acreditar que a direção vai ter o mínimo de competência e não entrar em decisões precipitadas e sem sentido.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Vítor Pereira – Parabéns pelo crescimento!


Começou tímido, sendo claramente uma aposta de recurso para tapar a surpreendente e repentina saída de AVB. Por uma questão de (falta de…) tempo, Pinto da Costa apostou em VP não por ser a sua escolha mas porque não tinha alternativa.
Fez toda uma época sob a sina do eterno adjunto. Nunca foi visto nem pelos adeptos nem pela imprensa como “o” treinador, mas apenas como “um” treinador.  Por vezes injustiçado, outras vezes por culpa própria nas suas falhas. Sobretudo de comunicação e postura para com a imprensa.
Esta época, VP merece um aplauso.
O FCP tem feito jogos a roçar a perfeição. A campanha na Liga dos Campeões é exemplar. O último jogo com o Marítimo foi um hino ao futebol atacante, à intensidade, ao rigor táctico.
Sempre que o FCP ganha, o mérito é dos jogadores, da estrutura ou há demérito do adversário. Quando o FCP perde ou empata, a culpa é de VP – nada mais injusto!
VP melhorou a sua postura, é visto de forma diferente por todos os stakeholders do futebol e a sua postura nas conferências de imprensa é genial: o grito de alerta após o Rio Ave, o puxão de orelhas após o jogo da Taça e a subtileza e simplicidade com que analisa o jogo com o Marítimo merecem que lhe seja dito bem alto: Parabéns pelo crescimento!
PS: por incrível que pareça os adeptos que menos gostam de VP são os do FCP. Perdoem-me a ignorância mas não consigo compreender

sábado, 3 de novembro de 2012

Serão necessários óculos?


Em 2006 iniciava no reinado azul e branco um novo projeto. Chamava-se Visão 611 e, tal como muitos outros, tinha tudo para dar certo.  
Com as premissas (ou será, promessas?) já habituais de apostar nos jovens valores da formação e suportado no triângulo – rendimento, desenvolvimento e recrutamento -, os líderes nortenhos consideravam que este seria um projeto que terminaria em 2011 com alguns resultados. Embora em Portugal não haja muito o hábito de se fazer avaliações aos objetivos inicialmente definidos, é fácil concluir pelo fracasso deste projeto.
Se é verdade que rendimento, desenvolvimento e recrutamento tem havido que se farta para os lados do dragão nos últimos anos, não é menos verdade que esses vetores não têm sido colocados em favor do jogador português. De Vieirinha a Ukra, passando por Ventura, Tengarrinha, Sérgio Oliveira, entre muitos outros, a verdade é que nenhum se conseguiu afirmar como verdadeira referência portista. Nem sequer com lugar no plantel principal (a exceção é Castro, jogador banal) o que torna indispensável rever tudo e requerer responsabilidades.
Mais do que assobiar para o lado, é preciso tomar atitudes. Das duas uma, ou finalmente se assume que o futebol português não se coaduna com a aposta firme e unicamente direcionada para o jogador nacional (deixando-se de iludir adeptos com falsas promessas), ou se aposta decisivamente em todos os alicerces que possam suportar esse tipo de estrutura baseada na formação.
Seguir o primeiro dos caminhos e dizer que se quer seguir, de forma cada vez mais incisiva, o segundo é que não resulta.
Pelos vistos este foi um projeto a sofrer de miopia cedo de mais…