quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Reflexão Natalícia





Agora que Fc Porto e Benfica já conhecem o “inimigo” a defrontar na próxima ronda das competições europeias será altura de aproveitar bem esta paragem de Natal para reflectir bem sobre os oponentes.

Após uma época em que começamos com um número muito satisfatório de equipas portuguesas nas competições europeias, as expectativas da presença portuguesa na Europa foram um pouco defraudadas tendo em conta o insucesso de algumas equipas em que depositamos algumas esperanças.

Portistas, cuidado com este Málaga! As excelente prestações na fase de grupos da Champions e na La Liga não são mero acaso. Existe toda uma forma bem rotinada e treinada que compõe a ciência que orquestra o ataque e também a defesa da equipa espanhola. Esta organização meticulosa misturada com jogadores de qualidade acima da média, contratados com base numa significativa fonte de financiamento provenientes de mais um abastado sheikh no futebol, forma uma máquina que chega a assustar.  A mistura da frescura de alguns prodígios como Isco com a vasta experiência de outros colegas como Saviola, Roque Santa Cruz, Toulalan e, claro, os portuguese Duda e Eliseu dão origem a um conjunto de grande respeito.

Já o Benfica também não terá tarefa fácil com um Leverkusen que neste momento ocupa o segundo lugar em frente ao impressionante Dortmund na Bundesliga. Com Kiessling e Schurrle como referências importantes ofensivas, e um talentoso Simon Rolfes no meio campo, vamos certamente esperar uma disciplina e organização tática muito desenvolvida e com travos de pragmatismo germânico. O Benfica encontra-se numa fase de bom futebol rápido e pressionante, no entanto será importante que saiba gerir todos os momentos de jogo, uma vez que qualquer descuido defensivo poderá ser letal perante a mentalidade impiedosa dos alemães.

Esperemos então que a nossa imagem na Europa seja de alguma forma “recuperada” pelas prestações do Porto e Benfica.

Em nome de toda a equipa do FutebolStorming, esperamos que o Natal dos nossos leitores tenha sido maravilhoso e desejamos uma excelente entrada neste novo ano que se avizinha, sempre, claro está, com bom e emocionante futebol a apimentar a nossa vida.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O autêntico navegador!


Esta podia ser a história épica de um homem que, contra tudo o que é expectável pela restante sociedade, acaba por vencer. Mas, na verdade não é. Ou, pelo menos, acho que não será.
Falo, obviamente, do caro Engº Godinho Lopes. Se é verdade que o Sporting já nos tem habituado a um conjunto de presidentes um tanto ou quanto particulares, a verdade é que o atual presidente continua-nos a surpreender diariamente. Ao contrário da gestão “presidencialista” que tanto apregoa, Godinho Lopes tem sido um verdadeiro navegador.
De fato, mais do que seguir um caminho estruturado por ele definido, parece assumir decisões que se suportam única e exclusivamente numa navegação à vista. Procura manter o barco ao sabor do vento e das marés, ao invés de o tentar segurar com toda a força com decisões fortes e incisivas. Se o Sporting começa a ter maus resultados, despede-se o treinador. Continua-se nos maus resultados, despede-se mais um. Não estão contentes? Ora inventa-se uma função no futebol em Portugal e contrata-se um manager!
Longe de mim pensar que a contratação de Jesualdo Ferreira se trata de uma má escolha – bem pelo contrário! Agora ser “treinador dos treinadores”? Das duas uma, ou quer fazer de todos nós parvo ao pensar que não está na cara que no final da época – se não antes – será Jesualdo o treinador -, ou esta é a prova viva que o “burro não sou eu”.
Expressões como “(Jesualdo) não vem única e exclusivamente para treinar…” atestam quem estará enganado.
Na verdade, os nossos antepassados mostram que caraterísticas como coragem, determinação e ousadia faziam parte do ADN dos navegadores. Mas reparem, insegurança e estupidez não estavam nesta lista…

PS: Ah, e a analogia com Inglaterra é de todo errada. Ora digam-me lá um manager de um clube inglês que tenha uma carreira de tantos anos como treinador e não esteja como treinador principal. 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Mourinho: porque errar é humano, errar muito é special one





Após a derrota com o Celta de Vigo, José Mourinho afirmou que tinha errado na convocatória e nas escolhas. Afirmou inclusive que só os estúpidos não mudam de ideias, a propósito da não convocatória do jovem Morata e a convocação do mesmo no jogo imediatamente a seguir com o afastamento de Benzema por motivo de (suposta…) lesão.

É inegável olhar para o Real Madrid e perceber que os 11 que envergam a camisola não jogam enquanto equipa. Efectuando uma curta e leviana retrospetiva, facilmente recordamos facilmente Mourinho mais pelo que fez fora dos relvados do que dentro deles.

O recente episódio de subir ao relvado antes da equipa para receber os assobios alegando a proteção dos jogadores foi apenas um dos maus momentos em que, pelo seu comportamento, mostrou não estar à altura de um clube como o Real Madrid; chamar periodista de merda a um jornalista não é nobre; criticar abertamente o treinador da Castilla também não; o tratamento dado ao caso Kaka é deprimente; a forma como “obrigou” Valdano a sair é triste.

Ou seja, parece-me que Mourinho não tem sabido adaptar o seu comportamento - que assenta no conflito, na guerra e na agressividade linguística - à enorme história do clube que representa.

Acresce a tudo isto as guerras que Mourinho tem travado com os seus jogadores. Até há bem pouco tempo, as guerras serviam como motivação; neste momento essas guerras assumiram tal dimensão que terminam nos jornais com termos como bufos, fugas de informação e traidores.

Para agravar isto tudo, existem claramente no Real Madrid dois grupos: CR7 e os outros.

Após o empate com o Espanyol, Mourinho disse: “todos os jogadores estiveram mal, com exceção do CR7”. Compreende-se. Até eu gostava de levar CR7 comigo ou para o PSG ou para o Manchester City.

PS: associar o desnorte total de Mourinho ao Barcelona parece-me ridículo. O Barça joga num mundo à parte com um jogador claramente de outro mundo. Contudo, não foi por causa do Barça que o Real perdeu com o Celta, empatou com o Málaga ou perdeu no Getafe apresentando um futebol sofrível e deprimente.

PS1: quanto mais tarde Mourinho sair do Real, pior. Ontem era tarde. Porque neste momento só a cláusula de rescisão impede Florentino Pérez de lhe por uns patins. Afinal, se Mourinho for eliminado na Champions, o que vai ficar a fazer no Real até ao final da época?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Os Irregulares






Quais as caraterísticas que são mais determinantes no futebol moderno hoje em dia? Há algumas que são óbvias, tais como a excelente técnica e a capacidade para realizar uma qualidade de jogo fora do comum. No entanto, na minha opinião, existem outras qualidades tão ou mais importantes: consistência e regularidade.

Como treinador, que jogador preferiam ter na vossa equipa? Um avançado de técnica razoável, humilde e trabalhador, que consegue de forma regular marcar um golo em cada jogo, ou um jogador de personalidade vincada e com um certo misticismo à sua volta, de uma técnica realmente fora do comum, mas que só marca golos de dois em dois ou três em três jogos?

Existem jogadores que conseguem misturar as duas facetas de regularidade e qualidade, e temos como exemplo máximo Messi e Ronaldo que nos presenteiam com grandes níveis de eficácia em praticamente todos os jogos, já por isso são considerados os melhores do mundo. No entanto, existem certos jogadores, de técnica fenomenal e de grande mediatismo e popularidade, que não apresentam essa mesma regularidade. Falarei de alguns exemplos.

Pouca gente duvida que o ainda jovem Balotelli tem uma técnica fora do comum, e quando alguém duvida surgem momentos em que ele faz questão de tirar logo essas dúvidas. No entanto, qual é a importância dos feitos futebolísticos que Balotelli tem conseguido nestes últimos tempos? Pois, praticamente nenhuma. Estou em crer que poucos treinadores gostariam neste momento de ter este rebelde e conflituoso jogador na sua equipa, que marca mais golos para o seu mediatismo fora do relvado do que dentro dele. É um típico jogador de momento, que maravilha e desilude ao ritmo da sua disposição emocional, ainda muito dominada por caraterísticas adolescentes (aos 22 anos).

Outro exemplo, de maior impacto, foca-se em torno de um jogador que conquistou uma imagem de marca quase mística em torno da sua figura. Falo de Zlatan Ibrahimovic. Este jogador é talvez o símbolo máximo, neste momento, daquilo que podemos chamar de anti-heroi do futebol moderno.

Em torno de Ibrahimovic, centra-se uma aura de poderoso guerreiro solitário, muitas vezes incompreendido e com uma personalidade forte mas que reside num limbo em que o egoísmo e a confiança se confundem. Estas caraterísticas tendem a fidelizar e a apaixonar seguidores. No entanto, apesar dos seus momentos incrivelmente geniais e espetaculares, poderemos dizer que é um jogador de exibições consistentes e regulares? Tenho as minhas dúvidas. Talvez, indiretamente por causa desse fator, este jogador apresenta zero taças europeias (Liga dos Campeões ou Liga Europa) no palmarés da sua já madura carreira. Ou terá sido apenas azar? Lanço o debate.

Para finalizar, e já que falamos em Ibrahimovic, deixo-vos com este documentário muito interessante, disponível no Youtube, que acompanha a fase inicial da carreira deste mágico jogador antes de ingressar no Ajax e tornar-se mundialmente famoso: