sexta-feira, 5 de abril de 2013

O dedo mágico


59minutos: Nani expulso. Sai Arbeloa entra Modric. Modric empata e Real passa a eliminatória. Mourinho ganha mais um jogo baseado na sua perspicácia e inteligência.
Mais do que propriamente suportado no onze inicial ou na tática usada, considero que as virtudes de um treinador revelam-se, em grande medida, na inteligência estratégica e tática que está implícita nas substituições que efetua ao longo do jogo. Saber adaptar a dinâmica inicialmente delineada ao ritmo do jogo existente e à estratégia apresentada pelo adversário (mutável no decorrer do desafio), torna-se um contributo capital que um treinador pode conferir à sua equipa.
O timoneiro de uma equipa tem de ser simultaneamente ágil e audaz. Capaz de entender os diversos momentos do jogo e encaixar as peças para que melhor se sobreponham ao xadrez do adversário. 
Tiram-me do sério os treinadores que fazem substituições aos 90 minutos (a não ser para queimar, de forma evidente, tempo). Serão ingénuos ao ponto de não perceber que isso põe em causa a credibilidade do seu trabalho? Ou consideram que algo de mágico poderá acontecer?

Ao que muitos apelidam de sorte eu chamo sabedoria. Aos que outros denominam de “troca por troca”, eu chamaria perspicácia. E assim se distinguem os bons dos geniais. Assim se diferenciam Vítor Pereira de André Vilas Boas e de Mourinho.