E por uma mera casualidade, se pode formar um grupo espectacular. Os jogadores são de boa qualidade individual, combinam entre si na perfeição, entendem-se dentro e fora de campo às mil maravilhas. O treinador encontra um balneário saudável e um sem fim de circunstâncias favoráveis incluindo a tranquilidade permitida por uma direcção espectacular e consciente. Os resultados vão surgindo naturalmente.
Mas há o dia em que chegará o verdadeiro teste da liderança no futebol. O dia que começará o nosso julgamento de quão bom é o treinador.
Domingos irá iniciá-lo já na próxima época. Acabou de pegar numa das equipas mais partidas do futebol português. Terá muito que lidar pela frente. Desde ajudar na remodelação de uma equipa com os pesados limites orçamentais impostos e prepará-la para as altas aspirações dos adeptos e administração. Passando por construir um clima de confiança num balneário pródigo em conflitos e atritos. Mas mais importante ainda, trabalhar um modelo de treino e de pensar o futebol completamente novo para começar a criar a cultura vencedora no clube. No fim julgaremos.
André Villas-Boas anda neste momento nas bocas de muitos clubes europeus de grande reputação, que estão à espera de um discípulo milagreiro do Special One. As suas conquistas com a equipa portista este ano foram algo de estrondoso. Pinto da Costa garante que ficará para a próxima época, e acredito que se tal acontecer o sucesso será muito provável. Mas o verdadeiro teste virá quando tiver que fazer as malas. Villas-Boas só realmente se afirmará como Grande quando pegar numa outra equipa, num outro contexto, numa outra realidade, e afirmar a sua filosofia, o seu método.
Pep Guardiola. Muitos já o consideram o melhor do mundo. De facto, o Barcelona de hoje conseguiu chegar a um patamar mítico nunca antes visto. Toda a sua máquina encontra-se perfeitamente alinhada e engrenada para a produção daquilo que é a perfeição no futebol. Sim tem dos melhores jogadores planetários. Sim vive lá o Deus Messi. Mas há algo mais naquele clube completamente transcendente. Algo que ultrapassa e prevalece sobre toda a qualidade individual dos jogadores e treinador. Desde as camisolas da Unicef até ao peso história de um clube que é um verdadeiro planeta futebolístico. Pep Guardiola para mim só será grande quando se afirmar numa outra realidade, num outro mundo que comprovará a verdadeira consistência da sua filosofia e da sua influência.
Chegará sempre a altura da mudança que testa os verdadeiros mestres da estratégia no futebol.
sinceramente nao concordo que um jogador/treinador tenha de estar em mais do que um clube para demonstrar a sua qualidade.
ResponderEliminarPor muito talento que já lá tivesse no Barcelona, não é fácil motivar tantas estrelas e conseguir ganhar ano após ano.
Em relação ao AVB já é um pouco diferente pelo facto de o campeonato português ser de "2ª linha" mas se conseguir por a equipa com o nivel desta época a vergar os tubarões com alguma regularidade não sei até que ponto não terá mais mérito do que o mourinho que está 2/3 anos em cada clube e quando ganha tudo muda de ares. Acredito que ele tenha capacidade para motivar os jogadores depois disso mas era uma coisa que gostava de ver.
da mesma forma acho que o messi pode fazer a carreira toda no barcelona que vai ser o melhor de sempre (na minha perspectiva que nao vi jogar mts grandes jogadores).
já o CR pode ser campeão em Espanha e dps pode ir ser também campeão pra Italia, alemanha, frança, etc. que, apesar de lhe conferir na historia um lugar de grande destaque não significa que seja superior a outro so porque ganhou tudo no mesmo clube.
p.s. note-se que, como tb não é dificil deduzir, dou mais valor aqueles jogadores/treinadores que sentem a camisola e lutam pelo colectivo do que aqueles que andam sempre a saltar À procura do sitio onde lhes dão mais dinheiro. Ainda assim, como é evidente não estou com isto a por em causa a qualidade do CR do Mourinho.