sexta-feira, 20 de julho de 2012

A fantasia de Wenger



Arsenal pode vencer campeonato sem luxos.
                                                                                    Arsène Wenger

Lanço esta frase recente de Wenger para ajudar a discussão sobre o rumo que o futebol leva hoje em dia. Para muitos, esta frase representa a chave do insucesso e o porquê do Arsenal estar arredado dos títulos há já um largo período de tempo, para outros significa uma respeitável mentalidade arrojada e nobre de manter uma filosofia de gestão futebolística de um clube, independentemente de todo o poder capitalista que se vêm apoderando do futebol mundial.

À medida que os anos passam, o Arsenal torna-se cada vez mais num caso raríssimo no futebol, sendo um clube que, após longos anos de insucesso, continua a apostar num manager crente numa filosofia que cada vez me convenço mais ser algo utópica e desfasada da dura realidade.

No entanto, todo o paradigma de gestão do Arsenal é algo de louvável e fantástico. A ideia de explorar e desenvolver talentos mundiais desde tenra idade e aperfeiçoá-los, num ambiente de futebol bonito e de ataque é uma ideia talvez extremamente excitante e fantástica. A atitude de resistência perante a tentação de adquirir jogadores acabados no mercado por largos milhões de euros, parece uma excelente filosofia de revolta perante a concorrência cada vez mais capitalista e menos formadora. Contudo tudo parece tão bonito, tão perfeito, tão humilde e nobre, mas também, infelizmente, tão fantasista.

A dura verdade é que, salvo algumas excepções, os clubes que têm vindo a ganhar títulos nos diferentes campeonatos e competições são os mais despesistas. A vitória da Premier League pelo Manchester City na última temporada, significou o culminar de um clube completamente transformado só com base num único factor: dinheiro.

Assim, será triste dizê-lo mas também será o mais realista: com base em provas recentes, se o Arsenal quiser ganhar algum título num futuro próximo terá que inevitavelmente recorrer a alguns luxos e a um maior pragmatismo, nem que signifique a despedida de Wenger.

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