quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O (estranho) mercado de inverno


O denominado mercado de inverno costuma servir apenas para animar os jornais por mais 1/2 meses, lançando novos nomes para a “salgalhada” com que já nos presenteiam diariamente. Com excepção ao Sporting da era Schmeichel, André Cruz e César Prates e do FCPorto da era Mourinho com a contratação cirúrgica de Carlos Alberto, não me consigo recordar de outros exemplos capazes de me demonstrar que este mercado é profícuo para os clubes (pelo menos para a época em questão). O que nos levou a escrever sobre este tema foi exactamente o cenário de contratações (ou falta delas) com que nos temos deparado neste mês de Dezembro. Vamos por partes!

O Sporting que na era Paulo Bento (sim, foi esta época!!) apregoava estar em contenção extrema de custos e que, por conseguinte, teve um planeamento de época condicionado por esse orçamento, apresenta-se agora em força financeiramente. Será aparente? Graças à pressão dos adeptos e aos resultados confrangedores, o clube que criticava os milhões gastos pelo seu rival da 2ª circular viu-se “obrigado” a seguir a mesma política. “Pela boca morre o peixe” dirão uns. Não é conhecido nenhum proveito extraordinário que o clube tenha tido nestes últimos 2 meses, nem foi subscrito nenhum empréstimo obrigacionista, nem, nem… No entanto, é bom para a competitividade do nosso futebol termos um Sporting forte, capaz de ser consistente e nesse aspecto as contratações já efectuadas poderão ajudar. Mas que é estranho e incoerente lá isso é…

Quanto ao Braga acabou por, neste mercado, perder uma peça fundamental no seu onze base e que, com Alan, formava uma asa direita extremamente forte e rotinada. A venda de João Pereira tornou-se inevitável a partir do momento em que a cláusula de rescisão foi batida e que o jogador demonstrou vontade de partir. Mais um bom negócio: compra barato, vende bem! Miguel Garcia pelos vistos, já está contratado mas parece-me ser um jogador que, apesar de futebolisticamente ser capaz de cumprir adequadamente o papel, já no plano financeiro não será um activo que terá muita rentabilização futura.

“No Porto não há petróleo” – esta foi a citação da semana. Se é verdade que a abundância de dinheiro nos clubes de Lisboa é de estranhar, também não é menos verdade que a quantidade avultada de dinheiro que o FCPorto foi acumulando com sucessivas vendas deveria dar para uns retoques no plantel actual. A meu ver, o FCPorto está a cometer um erro se se verificar a profecia de Pinto da Costa de que não haverá mexidas no plantel em termos de entradas. Penso que um médio capaz de desequilibrar ofensivamente e um avançado móvel, são lugares “à venda” no onze do clube. Se realmente quer ir mais longe na Liga dos Campeões e se quer ombrear com o bom momento de Braga e Benfica, o plantel actual não me parece que dê garantias suficientes.
O Benfica apresenta-se com um plantel forte e extenso, que oferece garantias em quase todos os sectores (excepção feita à posição de defesa esquerdo), jogadores integrados e em bom momento. No entanto, já vai em três contratações nesta reabertura de mercado! Confuso?! Para mim é, sobretudo por dois motivos. O primeiro prende-se desde logo com a origem dos três jogadores: a qualidade está em todo o lado e não importa se são chineses, franceses ou brasileiros, é verdade. Mas para quem dizia querer ter a espinha dorsal da selecção parece-me um mau caminho a seguir. O segundo tem a ver com a necessidade efectiva das contratações efectuadas. Admito que possam ter sido oportunidades de negócio interessantes, mas há que escolher com critério e não comprar “tudo o que aparece”. Há que olhar para dentro da casa, procurar valores internos (Nélson Oliveira?) e passar das palavras aos actos. E já lá vão mais 7,5 milhões gastos…

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Os leitores decidem!

Qual o treinador da Liga Sagres que você considera mais competente e que mais garantias dá para o sucesso de um clube?
Domingos
Jorge Jesus
Jesualdo Ferreira
Carlos Carvalhal
Manuel Machado
André Villas-Boas
Paulo Sérgio
Outro
emu boots

domingo, 27 de dezembro de 2009

Sporting: quantas épocas perdidas?

A grande questão que se coloca a este Sporting é quanto tempo irá demorar a retomar o caminho certo…
Não adianta procurar culpados porque eles são muitos, e de diferentes espécies. Sem entrar em muitos detalhes, é facilmente constatável que o plantel do SCP não possui qualidade suficiente para ombrear com os planteis de FCP, SLB e SCB. Jogadores como Pedro Silva, André Marques, Saleiro, Adrien, entre outros, são jogadores para equipas medianas e não para uma equipa que se diz candidata ao título.
Para além destes jogadores com indiscutível falta de qualidade, o SCP conseguiu provocar o eclipse do instinto matador de Liedson, da garra e da vontade de J.Moutinho, do talento de Izmailov e Vukcevic e da segurança de Polga.

Esta época, apenas estamos a constatar algo que se passava nos últimos anos: o SCP joga um futebol horrível, deprimente, sem ideias, com jogadores claramente desmotivados, algo que já se passava nos últimos anos mas Liedson ia resolvendo.
Agora sem levezinho, vemos que o SCP é uma equipa absolutamente banal…
Para agravar a questão, sofreu uma recente mudança de treinador em que, aparentemente, ninguém ficou a ganhar…
Este poderá ser um momento negro da carreira de um treinador que até aqui tinha estado próximo do brilhantismo com equipas pequenas. Aceitou um projecto mal construído desde início mas, pior do que isso, mostrou que valores, princípios e regras, são coisas que mostra desconhecer ao aceitar ser segunda opção (depois de falhado Villas Boas) e ao aceitar um projecto que sabe tão bem como todos nós que tem muito poucas possibilidades de dar certo.

Por tudo isto, parece-me claro que esta é uma época perdida, pelo que nem Pongolle nem J.Pereira, serão capazes de salvar.
Para bem do futebol português, que precisa do Sporting ao mais alto nível, esperemos seja só esta a época perdida… Porque, pelo andar da carruagem, a situação não se vai endireitar no curto prazo…


sábado, 26 de dezembro de 2009

Um problema de mentalidade


Escrevo isto no “boxing day”. Está tudo dito. O futebol inglês é, para muitos de nós, o que mais nos encanta em todas as suas vertentes: adeptos, árbitros, treinadores e jogadores. A “atmosfera futebolística” no seu esplendor!

Muitos campeonatos têm procurado retirar do campeonato inglês as melhores práticas, tentando-as adaptar localmente, no entanto os resultados práticos continuam por aparecer. Portugal tem sido um desses exemplos. Colocando de parte a questão da qualidade dos jogadores (que obviamente advém das diferentes realidades económico-financeiras), têm sido várias as tentativas (falhadas) para melhorar a qualidade do futebol nacional.

Dois dos exemplos mais paradigmáticos são, sem dúvida alguma, o árbitro Pedro Henriques e Paulo Bento (ou José Eduardo Bettencourt). O primeiro, com o seu estilo muito próprio de apitar, difere totalmente da arbitragem típica portuguesa. Todavia, talvez na tentativa de ser um exemplo a seguir pelo sector tem acabado por adoptar o estilo “deixa-andar” em demasia o que lhe tem custado uma ascensão que merecia. Por outro lado, o já afamado lema “Paulo Bento Forever” que o actual presidente do Sporting proferiu acabou por ser um insucesso em toda a linha. A estrutura do futebol nacional e, acima de tudo, a mentalidade instalada, não se coaduna com sucessivos falhanços desportivos apesar de todo o mérito que Paulo Bento possa ter tido na reestruturação de alguns sectores do futebol leonino.

Enquanto isto acontece por terras lusas, vemos treinadores como Rafa Benitez ou Ársene Wenger a não ganharem nada mas a serem-lhe reconhecidos méritos…sem contestação por parte dos seus próprios adeptos. Possível? Sim, em Inglaterra!

Um clássico com pouco futebol...

Ainda no rescaldo do clássico que centrou todas as atenções no passado Domingo, deixamos neste post a análise de cada um de nós ao jogo. Diferentes perspectivas mas unanimidade na justiça do vencedor do encontro. E vocês?

Ricardo:
Num jogo onde as emoções se previam fortes, o clássico acabou por se pobre em futebol e em brilhantismo, acabando com um vencedor que, dadas as circunstâncias, acabou por ser justo. Tendo em conta as opções mais limitadas que o Benfica tinha, JJ acabou por ganhar o duelo táctico com Jesualdo, apostando em Urreta que muitas complicações deu a Fucile, provocando erros atrás de erros quer a nível defensivo quer ofensivo. Por seu turno, Jesualdo manteve a sua habitual estratégia em jogos de maior nomeada, apostando em Guarin e retirando o elemento que melhor poderia definir o último passe e a saída de forma eficaz para os tais contra-ataques que tanto caracterizam o FCPorto. Já começa a ser um erro demasiado batido para Jesualdo continuar a insistir nesta estratégia!
Luisão e David Luiz a muito bom nível, destacando-se ainda o jogo de muito sacrifício por parte de Ramires (que grande contratação!). Maior desilusão: sem dúvida alguma, Hulk! Conclusão: jogo fraco que serviu para demonstrar que o Benfica está mais forte que nos últimos anos e capaz de dar luta renhida ao clube que tem dominado os últimos anos.
PS: Não consigo entender a política de investimentos de um clube (seja ele qual for) de ter dinheiro para contratações atrás de contratações e não ser capaz de perceber a importância de ter um relvado de topo e que resista inclusivamente às fortes chuvadas. Neste contexto, o FCPorto é uma referência que deve ter sido em conta.

Cacha:
Da Luz sai um Porto desolado, que simplesmente não conseguiu impôr o seu jogo e o seu estilo. Muitos factores se apontam para explicar a desilusão azul e branca, desde o terreno em más condições até à arbitragem “mesquinha” de Lucílio, a verdade é que apenas um factor se destaca e é indiscutível: a melhor abordagem ao jogo por parte do clube encarnado.
Perante as ausências importantes de Aimar e Di Maria, o que surpreendeu neste Benfica foi a sua capacidade de mesmo sabendo das suas limitações, conseguir impor a sua atitude ofensiva e de manter os seus ritmos de jogo de alta intensidade que tanto o têm caracterizado esta época, perante um adversário que normalmente pressiona bem e cuja defesa tipicamente se organiza de forma sólida. Mas um outro aspecto ainda mais determinante na minha óptica, foi a forma como os encarnados conseguiram travar as temíveis transições ofensivas rápidas já bem conhecidas da formação portista. A pressão forte exercida sobre Raul Meireles e Guarin, e o eficaz bloqueio das linhas de passe para Hulk (completamente desinspirado) e Christian Rodriguez, puseram a descoberto as limitações do modelo de jogo azul e branco que pouco melhorou com a entrada de Varela, culminando assim naquilo que chamo de vitória táctica de Jesus neste jogo.
O Benfica amplia assim merecidamente a sua vantagem para 4 pontos na tabela classificativa, o que obviamente não decide nada, pois os campeões não se fazem apenas com vitórias em grandes jogos, mas sim com a regularidade dos resultados positivos.

Tres:
O impensável aconteceu: entre castigados, lesionados, falta de favoritismo, o Benfica venceu. Num jogo mal jogado (por culpa do relvado…) mas com uma intensidade fantástica, ganhou a equipa que acreditou mais. O Benfica, acreditou que podia ganhar, consciente das limitações, das dificuldades e do poderio do adversário. Acreditou na raça de Javi, na imponência de D. Luiz, na crença de Saviola e no talento inesperado de Urreta.
O Porto, jogou como já há muito não se via: desinspirado, com falta de solidez defensiva e sem a garra e a vontade que caracterizam a melhor equipa nacional dos últimos 10 anos nestes grandes jogos. Jesualdo inventou e falhou. Tentou emendar o erro ao intervalo, mas já era tarde.
Quem marcasse primeiro ganhava, uma vez que, qualquer equipa, faria o que o Benfica fez: não jogar à bola. Paragens, faltas, quezílias, etc… Assim, podemos considerar o Benfica um justo vencedor? Penso que sim. Os jogadores fizeram o que lhe competia e lutaram com as armas que tinham e, caso fosse o Porto que estivesse em vantagem, faria o mesmo que o Benfica fez.
Uma conclusão: este Benfica deve ser tido em conta mas, mais do que isso: ninguém se deve esquecer que é uma equipa em construção. Estes jogos dão força à equipa, mas também a fazem subir. E quanto maior é a subida, maior pode ser a queda.
Três medalhas que me apetece atribuir: a de ouro a D. Luis (imperial, simplesmente!); a de Lata a Hulk (a grande desilusão da noite…) e a César Peixoto: o elo mais fraco deste Benfica.
E para vocês, quem decidiu o clássico?
Afonso:
Grande jogo se esperava do clássico. Porto em recuperação, Benfica com vontade de provar que a excelente época que tem vindo a fazer não está a ser por mero acaso.
Talvez por estar em recuperação, não se esperava que Jesualdo Ferreira, mesmo estando a jogar na Luz, entrasse de início com 3 médios ofensivos. Por sua vez, Jesus não mexeu muito tacticamente e até correu riscos ao lançar um jogador que ainda não tinha jogado nenhuma vez este ano, Urreta. Aposta ganha, pois o miúdo entrou com vontade de mostrar serviço e muito pressionador, tal como a táctica de Jesus o exigia.
O jogo começou equilibrado, talvez com algum ascendente do Porto. Depois o Benfica equilibrou o jogo até ao golo e depois deste praticamente só se viu o Benfica. Como um clássico foi um jogo disputado mas sempre muito calculista tanto a atacar como a defender.
Não referindo questões de arbitragem, a meu ver há penalty na mão de Rodriguez e o corte de César Peixoto é limpo. Não houve outros casos muito polémicos dignos de destaque.
Como melhor em campo colocaria David Luiz, que claramente está a tornar-se num jogador que Dunga deveria ter debaixo de olho. Defende muito bem e sabe como sair a jogar.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Eternos Rivais: Perspectivas


Enquanto adeptos comuns, lançamos o desafio de, sinteticamente, expormos os pontos fortes e fracos de Benfica e FCPorto. Estes foram alguns dos aspectos que nos pareceram importantes e que poderão contribuir para decidir o desfecho do jogo do próximo domingo.

Ficamos à espera das vossas opiniões para que, até à hora do jogo, possamos discutir até que ponto uma equipa poderá partir em vantagem para o clássico...

BENFICA
Pontos Fortes
- Capacidade ofensiva – Cardozo e Saviola são arrasadores e em dia “sim” são difíceis de parar;
- Javi Garcia e Ramires vieram dar outro equilíbrio à equipa;
- Joga perante o seu público: entusiasmo dos adeptos e da opinião pública contagia jogadores;
- As performances na Luz têm sido impressionantes e com elevados graus de eficácia;
- Mais e melhores soluções ao onze inicial;
- Relação de grande empatia entre JJ / adeptos;
- As invenções de JJ que (às vezes) resultam;
- David Luiz numa forma excepcional;
- Oportunidade para jogadores “suplentes” se mostrarem num derby;
-As altas intensidades de jogo atacante durante relativos largos períodos de tempo, provocam um caudal ofensivo muitas vezes arrasador e intimidatório (principalmente perante equipas de nível inferior);

Pontos Fracos
- Último resultado;
- Defesa – porquê tantos golos sofridos nos últimos jogos?;
- A pressão de já não ganhar um título há bastantes anos;
- Demasiada dependência em Cardozo à frente e em Luisão atrás (basta analisar os jogos onde não estiveram presentes);
- Por vezes demasiado pendor ofensivo, deixando desguarnecido o sector defensivo, capaz de ser aproveitado por equipas de qualidade;
- Prestações inferiores quando esta época defrontou equipas de maior grau de dificuldade;
- Lateral esquerda – não será Jorge Ribeiro uma solução?;
- Várias lesões e castigos (jogar sem Aimar, é como fazer bacalhau com natas, mas sem natas…);
- Incapacidade de recuperar de resultados desfavoráveis;
- Não existe uma alternativa clara a Javi Garcia (se bem que Ruben Amorim já o tenha substituído com relativo sucesso; a vinda de Airton poderá solucionar este problema);
- Situação financeira do clube não aparenta ser propriamente sólida, o que poderá vir a provocar certas limitações a médio prazo;
- A pressão de converter os altos investimentos feitos esta época em resultados desportivos;
- A vinda de muitos novos jogadores exigem mais tempo para estabelecer rotinas, entrosamento e construção de uma estrutura sólida para exibições de rendimento mais constante;

FCPORTO
Pontos Fortes
- Lida melhor com a pressão – equipa mais habituada a grandes jogos; não costuma falhar;
- Bruno Alves e Fucile como jogadores fundamentais e em grande forma;
- Presença de um conjunto de jogadores mais homogéneo em relação ao ano transacto;
- Jesualdo: vantagem arrasadora sobre JJ no confronto directo;
- Solidez defensiva da equipa;
- Valeri: um talento em ascensão;
- Varela: com jogadores como este, vale a pena ver futebol;
- A curva ascendente de confiança, exibições e resultados em que a equipa se encontra
- Métodos de trabalho e processos de jogo definidos e rotinados de há 3 anos a esta parte;
- Cultura de vitória e profissionalismo instalada no clube;

Pontos Fracos
- Helton – quantas vezes já vacilou nos momentos decisivos?;
- Alguma desconfiança em relação ao verdadeiro valor da equipa;
- O medo de ficar a 4 pontos do SLB;
- Grau de exigência da massa adepta que pode conduzir a precipitações e a maior intranquilidade;
- Sombra de Lucho - Algumas incertezas que o próprio Jesualdo tem na posição 8 (Valeri, Guarin e Beluschi mostram bons sinais mas nenhum se conseguiu impor ainda);
- Problema de “trade-off” com Hulk: se é verdade que é um jogador muito acima de média, também é verdade que acaba por desequilibrar tacticamente a equipa;
- Para além de Varela (chamemos-lhe suplente) as alternativas atacantes não são capazes de “fazer a diferença”;
- Ausência de um avançado mais móvel, na linha de Lisandro;
-Ausência de um organizador criativo puro, um maestro (ao estilo de Deco ou Aimar);
- Rendimentos de Hulk, Mariano Gonzalez e Raul Meireles um tanto aquém das expectativas para já na época;

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Nunca mais é domingo...


"Um clássico é um clássico e vice-versa" (Mário Jardel). Parecendo que já foi dita há muito tempo, esta é uma das expressões que marcam os clássicos e os habituais comentários efectuados antes de cada jogo. São estes os jogos pelos quais todos anseamos, que nos toldam o raciocínio durante 90min e nos levam ao desespero por cada lance falhado dos "nossos" jogadores.

O friozinho na barriga instala-se em cada adepto mal termina a partida anterior ao "tal" jogo..."aquele" que segundo os entendidos pode decidir o campeonato (mas que raramente é decisivo).

Espera-se que cada dia passe depressa. Ainda é quarta-feira e não se vê a hora de começar a emissão especial que antecede os grandes jogos. Saber a constituição das equipas, analisá-las, discuti-las e esperar...esperar para que a bola comece finalmente a rolar!

Até lá, temos que nos contentar com as futurologias que acabam por ser sempre condicionadas pela nossa preferência clubística e pelas análises aos pontos fortes e fracos de cada equipa. É precisamente isto que vamos apresentar no próximo post: a nossa perspectiva acerca do que cada equipa tem neste momento e que poderá ser determinante no desenrolar da partida.

Se se quiserem antecipar estejam à vontade...

Afinal de contas, nunca mais é domingo!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Esquadrão Lusitano


Tal como tinhamos prometido no post anterior, aqui ficam os eleitos de cada um de nós:


Ricardo
Guarda-redes: Eduardo, Quim, Beto

Defesas: Bosingwa, P.Ferreira, Duda, Miguel, R.Carvalho, B.Alves, Rolando, Pepe

Médios: P.Mendes, Tiago, Deco, R.Meireles, Moutinho, M.Veloso

Avançados: C.Ronaldo, Simão, Nani, Varela, H.Almeida, Liedson


Cacha
Guarda-Redes: Eduardo Quim, Rui Patrício

Defesas: Pepe Bruno Alves, Ricardo Carvalho, José Bosingwa, Paulo Ferreira, Duda, Rolando

Médios: Nuno Assis, Deco, Pedro Mendes, Tiago, Miguel Veloso, Raúl Meireles, João Moutinho

Avançados: Nani, Simão Sabrosa, Cristiano Ronaldo, Hugo Almeida, Liedson, Nuno Gomes


Tres
Guarda-Redes: Eduardo, Quim e Rui Patrício

Defesas: Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Pepe, Miguel, Bosingwa, P. Ferreira, Duda e Rolando

Médios: Miguel Veloso, Pedro Mendes, Deco, João Moutinho, Raul Meireles e Nuno Assis

Avançados: Simão, C.Ronaldo, Nani, Liedson, Varela e Makukula


Afonso
Guarda-Redes: Eduardo, Quim, Hilário

Defesas: Miguel, Bosingwa, Ricardo Carvalho, Pepe, Bruno Alves, Rolando, Duda, César Peixoto

Médios: Tiago, Raul Meireles, Miguel Veloso, Deco, Ruben Micael

Avançados: Cristiano Ronaldo, Simão, Nani, Fábio Coentrão, Liedson, Hugo Almeida, Makukula


E vocês quem convocariam? Deixem as vossas opções...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A Aventura Sul-Africana

Inicialmente: “Mais difícil era impossível!”
Já mais a frio: “Quer dizer, vendo bem as coisas todas as selecções são fortes e de qualquer modo agora não se pode mudar o sorteio. É para ganhar todos os jogos!”

Foram estes os vários pensamentos que muitos de nós tivemos aquando da saída das famosas bolas que ditaram a sorte de cada uma das nações participantes em mais um Mundial. E nós o que achamos de cada uma das selecções do nosso grupo? Antes de mais, a utilização do velho chavão de que todas as equipas que estão presentes num Mundial são fortes pode ser, desde já, colocado de lado. Afinal de contas, todos nós sabemos que defrontar Coreia do Norte ou os EUA não é a mesma coisa, bem como a África do Sul difere substancialmente do Brasil.

Análise Geral: Grupo difícil onde se prevê discussão acesa entre Portugal, Costa do Marfim e Brasil. A sorte foi madrasta com Portugal já que em cada pote nos saiu a melhor equipa, exceptuando a “incógnita” Coreia do Norte. Convém ainda salientar que Portugal terá que lidar com 3 tipos de futebol completamente distintos, tendo mais que nunca de ter grande capacidade para adaptar o seu estilo de jogo a cada um dos adversários, não perdendo ainda assim a sua própria identidade.

Análise Específica:
Coreia do Norte
: Ao contrário da sua “irmã gémea” Coreia do Sul, a Coreia do Norte apresenta-se como uma completa desconhecida para a maioria dos amantes do futebol. Associados a jogadores rápidos e muito voluntariosos, os jogadores coreanos apresentam igualmente uma boa dose de ingenuidade. Para compensar estas naturais (e evidentes) fragilidades, a Coreia do Norte costuma apresentar uma estratégia marcadamente defensiva, assente num 5-4-1. Caso o jogo se vá arrastando com o nulo no marcador poderá ser, de facto um adversário incómodo e até “irritante” de enfrentar. No entanto, será também um teste à capacidade lusa de abater muralhas ultra-defensivas. Um pequeno apontamento que, à partida poderá ser irrelevante mas que pode favorecer os coreanos, tem a ver com o fuso horário ao qual já estão mais acostumados que os jogadores Portugueses. Contudo, a par da Nova Zelândia era o adversário mais acessível do pote.

Costa do Marfim: Considerada por muitos como a melhor equipa africana da actualidade, a Costa do Marfim consegue conjugar a raça e determinação africana com momentos de espectacularidade dos seus jogadores mais dotados tecnicamente. Já lá vai o tempo em que apesar da força e do querer, as selecções africanas eram dotadas de uma indisciplina táctica que acabava por deitar por terra todo o esforço. Hoje em dia, grande parte dos seus jogadores está mais que habituado a este tipo de competições, estando presentes em clubes de topo do futebol europeu onde os níveis de exigência são igualmente elevadíssimos. Particular (e óbvio) destaque para a dupla atacante liderada Didier Drogba e Salomon Kalou que certamente darão muito que fazer a Bruno Alves, Pepe, Ricardo Carvalho e Cª. No entanto, jogadores como Zokora, Yaya Touré, Kolo Touré e Romaric são também importantes e referem-se a diferentes sectores da equipa, pelo que não se pode dizer que a selecção apresenta um sector notoriamente mais fraco. Vale, acima de tudo, pelo seu todo e será com toda a certeza um osso muito duro de roer. Precisa-se de um Portugal com a mesma determinação destes Costa-Marfinenses! A nosso ver, a equipa mais difícil que estava presente no pote 2!

Brasil: Num país em que a maioria dos rapazes nasce com uma bola nos pés, facilmente se percebe a quantidade de jogadores que o seleccionador brasileiro tem à sua disposição. O que torna o Brasil numa selecção de topo (senão mesmo a melhor do mundo), é não só a quantidade mas sobretudo a qualidade dos jogadores brasileiros. Basta imaginar os jogadores que não têm sido opção para Dunga e que seriam certamente titulares em muitas selecções igualmente fortes: Ronaldinho, Adriano, Diego e Anderson são claros exemplos disto. O prazer que sentem em jogar futebol conjugado com o crescente profissionalismo que colocam em cada jogo, tornam esta selecção a principal favorita do grupo e, provavelmente, do mundial. A recente humilhação com que brindaram Portugal poderá tanto servir como condicionante para os jogadores portugueses se soltarem, como para os impulsionarem e mostrarem a verdadeira alma lusitana. Esperemos que seja a 2ª hipótese. Claramente, a par da Espanha, o pior adversário do Pote 1.

Analisados os adversários, que jogadores levar ao mundial? Quais deverão ser os 23 premiados com o passaporte para o Mundial? O próximo post irá mostrar os jogadores que cada um de nós levaria..

domingo, 6 de dezembro de 2009

Braga - A nova força lusa?


Ricardo: Apesar de continuar a ter, do meu ponto de vista, o seu ponto fraco numa massa adepta que não se mobiliza o suficiente para o clube ganhar outra dimensão (nomeadamente em termos de receitas de bilheteiras e de quotas), admito (e espero) que este Braga possa vir a ser mais do que um Boavista que teve glória efémera. Apoiado numa estrutura cada vez mais sólida, o Braga tem sido capaz de criar equipas competitivas sustentadas em treinadores competentes e alinhados com as ideias do seu presidente. Torna-se inevitável falar de J.Ferreira, J.Jesus e Domingos como expoentes máximos deste conceito, traduzidos em futebol entusiasmante.
Servindo mais de trampolim de treinadores do que de jogadores, o Braga tem ainda vindo a sobressair na qualidade do scouting, tendo investido nesta área de forma eficiente. A comprovar esta ideia está a escolha de Carlos Freitas (com vasta experiência e conhecimento de mercado) e a vinda de jogadores anteriormente desconhecidos como Rodriguez e A.Madrid e de jogadores de quem muito se espera como Peña ou Osvaldo. No entanto, considero que o grande ponto forte do Braga é a sua capacidade de explorar o mercado interno de forma eficaz, repescando os melhores de cada clube, formando não um conjunto de 11 jogadores mas um vasto lote de alternativas válidas ao onze (que de facto é fortíssimo) e conhecedoras do futebol nacional. As boas relações que mantém com o FCPorto têm igualmente resultado em negócios até mais proveitosos para o Braga do que para o próprio FCPorto, indiciador da boa capacidade negocial de António Salvador.
Considero então, que os “Guerreiros do Minho” têm reunidas, à excepção da componente “adeptos”, todas as condições para dar passos progressivos na sua afirmação enquanto 4º grande do futebol nacional. Esperemos pelas próximas batalhas…

Cacha: Do Minho surge uma verdadeira equipa ainda em crescimento. O percurso do Braga constitui certamente uma raridade no futebol português e uma verdadeira lufada de ar fresco numa competição largamente dominada pelos 3 grandes durante anos consecutivos. Apoiado por uma situação financeira estável, adeptos fervorosos, e uma direcção sólida e focada nos resultados desportivos, liderada agora por António Salvador, o Braga também foi e provavelmente continuará a ser um verdadeiro trampolim para alguns treinadores portugueses de destaque actualmente, tais como Jesualdo Ferreira e Jorge Jesus.
No entanto, o que verdadeiramente cativa neste Braga orientado por Domingos é o bom futebol praticado assente numa dinâmica moderna e num plantel recheado de talentos em todos os sectores do jogo. Numa defesa apoiada por dois dos laterais mais talentosos da Liga Sagres, João Pereira e Evaldo, passa também por um meio campo munido pela força e garra de Mossoró e Vandinho, tudo orquestrado pelo talentoso Hugo Viana cuja contratação assentou que nem uma luva nesta formação. Talvez muitas equipas sejam capazes de se ficar por aqui, mas este Braga ainda se apoia num poder ofensivo letal com o explosivo Alan (talvez um dos jogadores escandalosamente mais sub-aproveitados no Porto), aliados à experiência dos finalizadores Paulo César e Meyong.
Temos evolução, temos equipa, temos Braga e ainda bem para o futebol português.

Tres: Importa antes de mais, definir grande. Ser “grande”, é muito mais que ir em primeiro no campeonato, ou praticar um bom futebol. Ser grande demora tempo, e associado ao tempo, requer mística, carisma, massa associativa espalhada pelo mundo… Ser grande significa ter nome no plano internacional, arrastar multidões, encher estádios, aparecer nas primeiras capas dos jornais e saber lidar com isso… Assim, parece óbvio que o Braga (ainda) não é o quarto grande. Afinal, ainda não ganhou nada de relevante nem marcou o seu território no futebol português. Convém lembrar que muito recentemente, o Boavista, foi campeão, e, talvez por não saber lidar com a sina de poder vir a ser o quarto grande, tornou-se naquilo que todos sabemos…
Neste momento, o Braga é apenas uma equipa que está a jogar bom futebol, que beneficiou da sorte e do facto de a melhor equipa portuguesa dos últimos anos estar em baixo de forma, e de o Sporting passar por uma das maiores crises dos últimos anos e de encontrar um Benfica em reconstrução.
É indiscutível o valor individual dos seus jogadores, que catapultam o treinador e não o contrário...
Será esta equipa capaz de ombrear com o rótulo de candidato, de quarto grande, ou será apenas mais uma equipa que falhou na tentativa de se intrometer na luta entre os três grandes?
Penso que o tempo será o melhor conselheiro porque, reitero o que disse anteriormente: um grande não se constrói de um dia para o outro, que o diga o Boavista, o Leixões, e há uns anos atrás, o Varzim…
Fazer previsões é um terreno perigoso onde, muitas vezes, ilustres já se iludiram, quase em um processo de auto-engano.
Neste pequeno texto, corri riscos, falando em algo cuja variação futura é incerta.
O futuro, porém, dirá se tive sucesso…
Afonso: Em Braga mora uma equipa que, ao contrário do que muitos afirmam, não pode ser chamada revelação. É antes uma confirmação, resultante de um crescimento notado ao longo dos últimos anos e patentes nas boas classificações obtidas nas últimas épocas. Houve uma conjugação de factores capazes de fazer com que o Braga esteja a batalhar entre os crónicos candidatos ao título e reclame o nome de 4º grande de Portugal. Primeiro, o presidente, capaz de se rodear de pessoas capazes na área do futebol (Carlos Freitas) e com uma grande capacidade negocial. Depois, o dinheiro resultante do acordo com a seguradora AXA, que permitiu o encaixe financeiro necessário para a equipa. E por último, os jogadores escolhidos para esta mesma equipa, muitos a quem foram reconhecidas capacidades acima da média mas que não vingaram em equipas de topo (Hugo Viana no Valência, João Pereira no Benfica, Alan, Andrés Madrid, Adriano e Evaldo no Porto) mas que no Braga dão tudo por tudo para relançar a carreira e outros jogadores que despontaram em outros clubes e que vieram parar ao Braga como um clube já grande mas capaz de os projectar para outro maior. Tudo isto leva a uma vontade enorme de ganhar e mostrar qualidade, que tem dado os seus frutos. No que toca ao treinador, dou a mão à palmatória, pois depois da eliminação da Liga Europa nunca acreditei muito que ele tivesse a arte e engenho que teve Jorge Jesus durante a época , mas tem mostrado o devido serviço. Até ver se e até quando dura o seu estado de graça, pois equipa tem ele…

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Balotelli - Diário de um Adolescente


Ricardo: Apesar da carreira ainda curta, ameaça seriamente tornar-se num daqueles eternos incompreendidos e que arrastam consigo uma ideia generalizada que se torna imutável: a de menino rebelde e inconsistente. Admito que, pessoalmente e não raras vezes me irrita vê-lo jogar mas que tem um talento enorme lá isso ninguém questiona. Se o seu feitio se coaduna com as exigências actuais do futebol? Não me parece, a menos que mude de atitude. A ver vamos se Mourinho ainda fica tempo suficiente no Inter para o moldar.

Cacha: Considerado uma das mais importantes promessas italianas, Balotelli será talvez também um dos mais protegidos no Calcio. É um avançado que deslumbra pelo seu físico, extremamente possante e veloz e dotado também de uma boa técnica, este jogador parece à primeira vista uma pérola táctica em qualquer equipa, capaz de preencher qualquer zona no espaço ofensivo.
No entanto, algo falha, algo desilude. Quando Balotelli entra em campo aplaudido no meio de enormes expectativas, o ânimo esmorece à medida que se perde uma bola em fintas inúteis, que se erra um passe fácil, que se tenta o individualismo impossível e fora do contexto. Toda a desilusão culmina em actos irracionais típicos da sua mente adolescente que acabam por lesar o colectivo. Porém, de repente, um rasgo de génio, um golo fenomenal e uma esperança renasce, uma pequena luz volta a irradiar de um dos diamantes mais difíceis de lapidar no futebol.

Tres: Bolatelli representa todos os jovens que aos 18 anos são considerados estrelas, mas que uns dias depois são considerados futuros flops. Chegar atrasado ao treino, não se adaptar ao treinador, não ser disciplinado, são fortes indicações de que de facto o seu futuro será tão bom como foi o de Carlos Alberto. Contudo, convém relembrar que, pode estar a ser negativamente influenciado por dois factores: o facto de estar num clube com exigências muito elevadas, o que lhe coloca grande pressão e o facto de não ter propriamente o melhor treinador do mundo a lidar com jovens. Agora que se fala na hipótese Arsenal, será Arsene Wenger, um mestre a lidar com os jovens, o seu salvador? Quero acreditar que sim, para bem do futebol. E vocês, o que acham?

Afonso: Se há coisa que me faz confusão é talento desperdiçado. Então quando o talento é desperdiçado por alguem que ainda tem a carreira toda à frente ainda é pior. Balotelli podia ser já jogador de seleção, pois tem um poder de explosão há muito não visto num jogador italiano. Talvez precise de sair de Itália para amadurece mas precisa de um treinador que saiba fazê-lo crescer e evoluir. Gostava de o ver treinado por Sir. Alex...