sábado, 24 de setembro de 2011

Os guarda-redes da Liga


 Não conheço os outros campeonatos de forma tão aprofundada como o português. Contudo, duvido que algum deles apresente a qualidade que o nosso apresenta no que a guarda-redes diz respeito, mesmo nos clubes mais pequenos.
Deixo a seguir uma lista de guarda-redes que são claramente acima da média. A ordem hierárquica, essa, fica a cargo dos leitores:

RUI PATRÍCIO
Com 23 anos, assume a titularidade da baliza do SCP e da Selecção Nacional. Tem uma margem de progressão incrível, não só pelo enorme potencial, mas também pela tenra idade que ainda possui. A actual intranquilidade não belisca minimamente o seu percurso. A melhorar vivamente o jogo de pés.
HELTON
Um dos pilares do actual campeão. Com 33 anos está no auge da sua carreira. Maturidade e serenidades invejáveis. Jogo de pés acima da média para um guarda-redes. Nem sempre lhe é reconhecido o seu valor e importância, talvez fruto da sua pouca espectacularidade. Transmite segurança e prima pela discrição. Seguramente no pódio dos melhores guarda-redes da liga.
ARTUR
Chegou tarde a um grande. Com 30 anos tem uma luta contra o tempo para atingir um patamar mundial. Tem potencial para isso, falta saber se terá tempo. Tem feito defesas impossíveis. Entre os postes, de longe o melhor da liga. A melhorar nas saídas aos cruzamentos, usufruindo melhor dos seus 192 cm de altura. Psicologicamente fortíssimo superando o fantasma Roberto e sentando no banco Eduardo.
DIEGO
O elo mais forte da equipa do Setúbal. Brasileiro de 32 anos. Por vezes esquecemo-nos, mas Ricardo é seu suplente. Independentemente dos últimos resultados do Setúbal, ele representará sempre a segurança e a espectacularidade.
PEÇANHA
Uma cara bem conhecida do futebol português. Com as cores do Marítimo, este Brasileiro, continua a primar pela espectacularidade com uma particular tendência para brilhar contra os grandes.
CÁSSIO
Mais um brasileiro. Com 31 anos, é conhecido pelo espectáculo que dá entre os postes. Estará condenado a clubes da dimensão dos castores, o timing para dar o salto já passou. Reparte com Peçanha o título de persona non grata por parte dos clubes grandes.
QUIM
Berni e Marcos estão no banco de suplentes. Não deverá ser por acaso. Não caiu em graça na Luz, mas foi peça fundamental na conquista de títulos. Carregará para sempre o fardo de parecer pequeno, apesar dos seus 182 cm de altura. Contra si, o facto de ter 35 anos. Aposto que esta será a última época ao mais alto nível, tentado ajudar a equipa arsenalista a fazer uma boa época.
NILSON
Um dos pilares da equipa da cidade berço. Apesar de estar claramente em curva descendente, ainda não existe substituto à altura. Chegou a ser falado para substituir Roberto na Luz. Tal como Quim, não consegue fugir ao desgaste causado pelo tempo: os 36 anos não ajudam. Também ele estará em fim de carreira ao mais alto nível.
PEISER
Este Francês de 32 anos é incrível entre os postes. Para a memória fica um jogo na Luz contra a Naval em que defendeu (quase) tudo, sendo apenas batido por Javi Garcia já na parte final do encontro. Umas das boas contratações dos estudantes numa época em que não será pela baliza que não ganharão pontos.
ADRIANO
Até agora, a maior surpresa na liga. Com apenas 28 anos, este brasileiro relegou Jorge Batista para o banco de suplentes. Proveniente da segunda liga, tem sido pela fundamental no excelente clube que o emblema de Barcelos vem realizando. A minha aposta para guarda-redes revelação da liga. Tem qualidades para clubes de maior dimensão.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Algumas considerações



Amanhã é dia de grande clássico. O Dragão receberá a equipa encarnada que está determinada a não voltar a cair na humilhação que sofreu ano passado.

Por um lado temos um Porto que continua à imagem de ano passado, apesar de no último jogo contra o Feirense ter tido uma exibição muito fraca a que não estávamos habituados à algum tempo. Uma diferença importante deste Porto que inicia a época 2011/2012 está sem dúvida no ataque: Cléber é um jogador com algumas boas qualidades mas não é nem de longe nem de perto um substituto à altura de Falcao, Djalma ainda não me convenceu, Varela e Cristian Rodríguez estão longe da sua melhor forma.

Por outro lado temos um Benfica que mantém um treinador e supostamente a sua filosofia de jogo, e que ainda não tendo conseguido voltar ao estilo de jogo sufocante e electrizante de há dois anos atrás, estou convicto que está um Benfica mais forte que ano passado. Perdeu Coentrão é verdade, mas também conseguiu manter certos jogadores chave como Aimar, Saviola, Cardozo e Javi Garcia, tendo adicionalmente conseguido ir buscar ao mercado jogadores muito capazes de colmatar fragilidades de ano passado tais como Witsel, Nolito, Garay e Artur. Vai ser certamente um duelo a não perder amanhã.

Por terras espanholas, uma coisa me tem surpreendido. O Real Madrid nos últimos jogos tem mostrado uma enorme desorientação e falta de atitude. É um aspecto surpreendente uma vez que estamos a falar de uma equipa que supostamente já teve tempo suficiente para estar à "imagem de Mourinho". A equipa mantém todos os seus jogadores importantes com o acréscimo agora de Coentrão e apesar de algumas lesões fez uma pré-época aparentemente tranquila. Não se percebe o porquê das facilidades que concede ao adversário, na sua falta de qualidade no pressing, na falta de ideias na elaboração dos ataques com tantos jogadores rápidos e criativos e essencialmente o porquê de tanto nervosismo e raiva patente nas suas atitudes. Mourinho terá que controlar a situação.

Um último tópico que gostaria de realçar é Radamel Falcao. Este avançado poderosíssimo há muito tempo que mostra ser um jogador de topo mundial cuja classe está a anos luz da qualidade com que se joga no campeonato português. A Europa está aos poucos a descobrir um novo prodígio e uma nova estrela. Para já vai deliciando os adeptos colchoneros com os seus seis golos para todos os gostos em apenas três jogos. Rapidamente o Atlético de Madrid irá perder as saudades de Kun Aguero e Forlán.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

FantasyFootball no FutebolStorming


Como é sabido, vai iniciar-se durante esta semana mais uma Liga dos Campeões. O FutebolStorming, em mais uma iniciativa que visa promover o contacto com os leitores, criou uma liga privada no jogo FantasyFootball do site oficial da Uefa. Para aqueles que se quiserem juntar a nós basta criar a sua equipa no site: http://en.uclfantasy.uefa.com/ e depois e inserir o código 96434-16658 na área das ligas privadas. Estamos a contar com vocês para uma renhida e saudável competição...

sábado, 10 de setembro de 2011

Jorge Jesus vs Vítor Pereira – 2-0

Pior que dizer “setutegarde” em vez de “Estugarda”, é dizer “eu não tenho tempo para ver jogos do Benfica” quando toda a gente sabe que os vê.
Ou seja, pior que não saber falar porque não dominamos certas terminologias ou o nosso nível não estar à altura das circunstâncias, é sermos paus mandados de alguém e querermos mostrar personalidade forte e “mind games” através da mentira.
Pior ainda que a mentira, é a mistura de assuntos sem sentido.
Discutiu-se e vai-se discutir sempre questões de arbitragens (algo que há muito me recusei a comentar neste blog) mas, no meio de uma pergunta de arbitragens misturar questões como o carácter, a personalidade e os princípios, parece-me de mau tom.
Ser um bom comunicador com a imprensa faz parte do treinador, mas é uma parte ínfima.
Acredito que mais importante que comunicar bem com a imprensa, importa a forma como se comunica com o balneário («Jorge Jesus é um exemplo para nós» - Luisão)
Já critiquei ferozmente JJ, contudo, nestes dois duelos particulares com Vítor Pereira, o resultado é inequívoco: 2-0 para JJ.
No primeiro confronto não baixou ao nível de Vítor Pereira, e no segundo afirmou o óbvio: que vê os jogos do FCP porque faz parte do trabalho dele.
Sei que importa muito mais os resultados das equipas que comandam dentro das quatro linhas, mas penso que já que todos sabem achincalhar JJ pela sua forma “particular” (para ser simpático…) de falar, seria engraçado valorizar as vezes em que ele ganha, e as vezes em que os outros falham…

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Com a Selecção não se brinca



O futebol está cada vez mais globalizado e influenciado pelo dinheiro. Hoje em dia os jogadores e treinadores vestem a camisola de um clube prometendo todo o seu amor e dedicação à instituição, e num ápice a trocam mal vislumbram um acenar de alguma proposta salarial bem mais abastada.

Numa selecção de futebol, esta realidade ainda não existe (apesar de algumas nacionalizações duvidosas começarem a fazer crer o contrário). Se há momentos no futebol actual em que ainda realmente acredito que um jogador está a sentir a camisola na sua forma mais pura e honesta, é quando mostra toda a raça e dedicação no seu futebol, envergando a camisola da sua selecção.

Fazer parte da selecção portuguesa não deveria ser considerado um fardo, mas sim um privilégio. Representar e defender Portugal, para um português patriótico e que por conseguinte ama o seu país, deveria ser interpretado como uma forma de reconhecimento do seu valor pela sua Pátria e não deveria provocar no jogador nenhuma outra sensação a não ser orgulho, independentemente deste começar o jogo no banco ou no campo.

Faz-me confusão os casos de renúncia à selecção por parte de certos jogadores ainda completamente aptos a defender o seu país. O caso Ricardo Carvalho é profundamente ridículo. Uma pequena birra envolvendo uma opção do seleccionador, resulta num bater de porta sem qualquer satisfação e num virar de costas a todos os seus colegas de equipa e superiores, mas mais grave ainda, foi um virar de costas a toda uma Nação que confiou nele. Não havia palavra mais indicada para qualificar este comportamento. Foi realmente um “desertor”.

Gostaria só de salientar o comportamento exemplar demonstrado pelo nosso capitão, Cristiano Ronaldo. Apesar das circunstâncias, manteve a postura, transmitiu para a imprensa um discurso de união que protegeu o sentido de missão do grupo e, apesar de não ter tido uma exibição de encher o olho ainda consegue ser o elemento que marca dois golos e faz uma assistência. Um exemplo a seguir.  

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quando acaba o desrespeito?


O futebol deverá ser o expoente máximo no que ao desrespeito pelos contratos concerne. Na verdade, acaba por ser “igual ao litro” ver determinado jogador a assinar um contrato de longa duração. Isso apenas se irá traduzir numa posição de maior força do clube na altura de o negociar.

Tal como existem direitos e deveres no que ao “indivíduo” diz respeito, também no mundo laboral essas duas dimensões existem. Os jogadores, cada vez mais, parecem desconhecer o que a palavra “dever” significa.

Acredito que, na altura de assinarem contrato, não lhes é apontada nenhuma arma à cabeça nem são obrigados a colocarem a sua rúbrica num contrato de 5 anos. Fábio Coentrão, Álvaro Pereira e Raul Meireles enquadram-se na perfeição no cenário que acabei de traçar.

Na altura de querer dar o salto (legítimo em qualquer profissional!) é preciso ter respeito pela entidade que lhes permitiu crescer e ser visível no mundo do futebol. Sem menosprezo para Rio Ave e Cluj, ninguém ousará duvidar que os dois primeiros nunca estariam onde estão se Benfica e FCPorto não tivessem tido a coragem de apostar neles. Já o terceiro jogador merece realce por ter escrito uma carta(!!) a solicitar a mudança de clube. Enfim…Verdadeiras notícias para a rúbrica “No comments” da Euronews!
Tudo isto se enquadra numa palavra: personalidade! E isso parece ser escasso neste meio…