sexta-feira, 29 de julho de 2011

Mourinho – não estará a fasquia demasiado alta?


Mourinho tem por hábito colocar a fasquia alto demais.
Contudo, desta vez, existe um super Barça que teima em atrapalhar o sucesso do treinador português.

Não sei se foi de forma propositada ou não mas, desta vez, a fasquia está mais alta que nunca: “despediu” Valdano, exigiu ser manager tendo apenas dois superiores hierárquicos num clube com a dimensão do Real Madrid, solicitou um cheque de € 30 milhões para a compra de um defesa esquerdo que afinal joga a médio defensivo e continua a alimentar a teoria que a sua segunda época é sempre melhor que a primeira.
Perante isto tudo, o que significa “falhar” para Mourinho no Real Madrid? Ganhar a Liga é suficiente? Ganhar a Champions chegará? E se voltar a ganhar “apenas” a Copa? O que será considerado falhanço?

Tudo o que seja menos que ganhar tudo, será falhanço!
Perante algumas exigências e muitos caprichos, penso que Mourinho exagerou. Assim sendo, tem que aceitar que adeptos, imprensa, críticos, bloggers e dirigentes exagerem também na exigência: máxima!

Não acredito que Mourinho consiga ganhar tudo.
Por outras palavras, acredito que Mourinho falhará.

Estarei enganado?

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Não! Não é só garganta...

É girafa mas não tem só garganta… Chama-se Luisão e acabou de provocar mais um problema no seio encarnado.

Não bastasse o contentor de jogadores que têm chegado de forma ininterrupta ao plantel benfiquista, eis que surge o até agora capitão a demonstrar publicamente aquilo que já todos nós suspeitávamos.

Embora considere que nenhum profissional deva faltar ao respeito à sua entidade patronal como Luisão o fez, também me parece óbvia a má gestão que o Benfica tem feito deste seu activo. Tendo tido oportunidade de o vender há duas épocas por valores a rondar os 20 M, o líder encarnado deveria ter pensado de forma racional e vendido o jogador.

O mesmo se irá passar com Cardozo e ninguém tenha dúvidas disso. Mantenho o que já disse várias vezes - já deveria ter sido vendido em boa altura. Assim, perde-se ano após ano a motivação do jogador e, acima de tudo, a oportunidade de um bom negócio.

Neste aspecto (e em muitos outros) o LFV tem muito a aprender com o seu homólogo portista, PC. É preciso saber o momento para vender e isso nem sempre é fácil.

Afinal de contas, qualquer girafa quer chegar sempre mais alto. Seja desportiva ou monetariamente…

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Será desta?


O Sporting inicia um novo virar de página com a nova direcção e treinador. Toda a estrutura sportinguista merecia urgentemente um abanão profundo para delinear uma nova política, um novo rumo.

A contratação de Domingos foi uma aposta numa nova abordagem através da construção numa equipa remodelada não só em termos de novos jogadores como também em termos de filosofias de jogo e de treino.

Nas compras de pré-época nota-se uma clara preocupação na escolha de jogadores de forma criteriosa e ponderada, contratando-se jogadores com uma certa qualidade e que vão cirurgicamente combater os aspectos mais débeis do plantel.

Um sector que precisava de uma reformulação urgente e prioritária era sem dúvida o sector defensivo. As contratações de Rodríguez e do possante Onyewu vão sem dúvida tornar a linha defensiva sportinguista bem mais respeitável.

Outro aspecto de destaque é a aposta em jogadores ainda relativamente jovens e de boa margem de progressão no sector ofensivo a baixo custo. Bojinov e Diego Capel dão toda a impressão de terem sido verdadeiras pechinchas aproveitadas pelo clube leonino no mercado. A contratação de jogadores de qualidade a baixo custo é a única solução viável para um clube ainda muito frágil a nível financeiro.

Uma ressalva importante. O Sporting ainda não conseguiu descobrir um jogador credível para uma das posições mais importantes no futebol moderno na minha opinião: o médio defensivo. A presença de um jogador que garanta qualidade e competência a fazer esta função seria determinante para a equipa leonina atingir um equilíbrio nas suas transições. Talvez a contratação de Rinaudo (que alguns super optimistas apelidam de novo Mascherano) seja o começo certo para solucionar esta debilidade já quase crónica da equipa verde e branca.  

terça-feira, 19 de julho de 2011

Pinto da Costa: porque os líderes também falham

A entrevista (encomendada…) de Pinto da Costa ao folhetim diário do FC Porto, vulgo, jornal desportivo diário “O Jogo”, revela que os grandes líderes também falham.
Conforme foi escrito no post anterior, pelo grande amigo Ricardo, a política de comunicação é absolutamente crucial para o sucesso e defesa da imagem não só da própria pessoa em análise mas também da instituição que representa.
Da entrevista de Pinto da Costa, há a salientar a revolta por não ter conseguido segurar AVB.
Já nem merecem comentário as declarações relativas ao que AVB disse sobre ter medo de jogar contra o Barça, ou de fracassar na Champions.
Centro-me essencialmente em dois pontos: que quem orientava os treinos não era AVB mas Vítor Pereira e que AVB tem medo da sombra de Mourinho.
Se AVB tivesse medo da sombra de Mourinho, ousaria ir para o Chelsea, precisamente o clube para onde Mourinho foi após a saída do FC Porto?
Se quem dava os treinos era Vítor Pereira, se calhar era um desperdício o dinheiro que se pagava a AVB, na medida em que Vítor Pereira era capaz de segurar sozinho o barco.
Quero reiterar algo já expresso por mim neste blog: Pinto da Costa é genial, absolutamente magistral em tudo o que faz mas, nesta entrevista, revelou toda a sua raiva, desilusão e fracasso por não ter sido capaz de segurar AVB. E em alguns aspectos roçou mesmo a má educação…
PS: dentro das quatro linhas o FC Porto continua fantástico: com 10 jogadores deu uma demonstração cabal de força, de luta e de capacidade de sofrimento que o fazem ser o principal candidato ao título
PS1: também Vítor Pereira demonstrou que a continuidade na crítica infundada às arbitragens se mantém intacta no FC Porto. Não sou eu que o digo. Apenas deixo uma citação de um desportivo diário Português do dia de hoje:
“… a expulsão de Hulk foi tão indiscutível – falta de educação e de respeito, rindo-se do árbitro que lhe exibiu o primeiro cartão amarelo – que torna deplorável a reacção de Vítor Pereira, (…) considerando a arbitragem desastrosa.”

domingo, 17 de julho de 2011

Tiros ao lado


Já tive oportunidade de sublinhar a importância que atribuo a uma política de comunicação adequada no seio de um clube. Eis algumas das afirmações recentes que mais contrariam aquilo que considero ser o ideal:
«O Alex Sandro não era um alvo do Benfica. Só para quem o quis pintar assim. Os jornais avançam todos os dias notícias, algumas com conhecimento de causa, outras não. O Danilo? Digo exactamente a mesma coisa.»
«O Drenthe é um jogador que, ofensivamente, tem algumas qualidades parecidas com o Fábio Coentrão. Mas defensivamente não pode fazer aquilo que eu fiz do Fábio.”
“Posso substituir qualquer jogador, melhor ou pior, menos o Hulk. Se sair o Álvaro Pereira tem um substituto. O Falcao faria falta, mas também encontrámos alguém para o substituir...”
«Miguel Vítor, Jardel e Javi Garcia vão dando para os jogos da pré-época, mas não quando começar a sério»,
Com isto, passamos a saber que existem clubes que fazem propostas por jogadores sem sequer os quererem de verdade e que Jorge Jesus continua com o seu ego bem lá em cima. Mérito do Coentrão? Nem pensar!
Sabemos ainda que o forcing para Falcao renovar foi mais show-off do que propriamente pela importância que tem enquanto jogador já que é facilmente substituível. Nem parece teu Pinto da Costa…
Faltar comentar a última frase de JJ mas acho que deveria ser questionada pelo próprio presidente encarnado: “Então se o Jardel só serve para jogos de pré-época porque foi contratado o ano passado a meio da época?”.
Enfim, todos eles verdadeiros falhanços...verbais!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A alma do negócio

Já começa a ser um cenário típico de pré-época e que certamente reflecte a política de gestão de informação distinta entre dois clubes. Durante semanas, as possíveis aquisições do Benfica enchem páginas de jornais, os sites e blogs desportivos apetrecham-se com vídeos do Youtube prometedores das suas futuras estrelas. De repente, de um dia para outro, o Fc Porto oferece um valor superior e arruma logo a questão.

Os casos recentes de Danilo e de Alex Sandro, ainda não confirmados, reflectem este fenómeno curioso. Muitos tentam deduzir logo imediatamente que é o Porto que se aproveita das capacidades dos olheiros benfiquistas e que no fim usufrui inoportunamente do seu duro trabalho de prospecção. Mas isto é o que nós deduzimos com base no único material que temos para analisar estas situações: os jornais.

Ora tudo o que vem nos jornais é sempre parte da história. Não sabemos qual o clube que inicialmente se interessou pelos jogadores em questão, apenas se sabe qual o clube que deixou fugir primeiro a informação do seu interesse nesses jogadores, e este simples pormenor pode pôr em causa a eventual dedução mais precipitada.

Porque numa coisa podemos estar certos. As preocupações relativas a fugas de informação são bem mais trabalhadas na estrutura portista do que na benfiquista. O modus operandi do Fc Porto em termos de negócios de jogadores do clube tem como pilar chave o segredo e a máxima discrição de forma a não influenciar o bom rumo das negociações. E é assim que, de uma hora para outra, surgem as notícias bombásticas que ninguém espera vindas do clube azul e branco.

São dois processos antagónicos de trabalhar as negociações que, em última análise, pode fazer toda a diferença. O secretismo portista contrasta com a transparência benfiquista, e o povo lá vai sentenciando que é no segredo que está a alma do negócio.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Jogos de pré-época: nem todos fazem sentido…


Considero a pré-época a fase mais importante da época. É aqui que se criam rotinas, que se adquirem altos índices físicos, que se fomenta o espírito de grupo, a coesão, que se motivam os jogadores e que se estabelecem objectivos a alcançar durante uma época que é sempre longa, desgastante e com muitos sobressaltos.
Concordo em absoluto que os clubes devem efectuar jogos de pré-época pois só aí os jogadores adquirem o verdadeiro ritmo competitivo, contudo, há jogos que na verdade não são mais que um treino em que os jogadores envergam a camisola oficial do clube.
Assim, podemos considerar que os jogos particulares de Benfica e Porto, que resultaram em 9-1 e 10-1 respectivamente, aumentaram a intensidade de jogo das equipas? Que serviram para preparar os jogadores para a competição? Que serviram para os treinadores tirarem alguma ilação que ainda não tinham conseguido tirar nos treinos?
Na verdade, acredito que estes jogos são apenas mais para motivar e mobilizar adeptos do que para outra coisa qualquer…
Quero acreditar que um treinador é capaz de, num treino, produzir ritmos mais intensos, intensidades mais altas e níveis de agressividade e equilíbrio maiores.
E se me vêm falar de motivação, um treinador tem que ser capaz de manter os jogadores motivados mesmo num treino, caso contrário, não merece ser digno da profissão que exerce.
Não quero acreditar que algum treino do Porto ou Benfica acabem com goleadas com os números expressivos destas.
Assim sendo, será que vale mesmo a pena efectuar estes jogos, com o único intuito (pelo menos sob o meu ponto de vista…) de mobilizar e motivar a massa associativa?
Ou haverá outros interesses que a minha humilde visão futebolística não consegue alcançar?

sábado, 9 de julho de 2011

Sustentabilidade para o lixo?


Numa altura em que (compreensivelmente) “lixo” e “agências de rating” andam nas bocas do mundo, o mais recente estudo publicado sobre o futebol português atira a gestão financeira dos nossos clubes para patamar semelhante.
Mais do que ser encarado como consequência de uma conjuntura menos favorável, este estudo deixa transparecer uma realidade que deve preocupar todos os agentes do futebol – a pouca sustentabilidade financeira dos clubes portugueses.
Para quem ainda não teve oportunidade de ver, aqui ficam algumas das principais conclusões do estudo:

- O futebol representa 0,2% do PIB nacional;
- Entre 2000/2001 e 2009/2010 os proveitos totais aumentaram 161 milhões de Euros;
- Destas receitas, 70% estão concentradas nos três grandes;
- Nos últimos dez anos, os clubes duplicaram o seu activo sobretudo pela via de aquisição de jogadores e construção de infra-estruturas;
- Dívida aumentou 500 milhões de euros entre 2000/2001 e 2009/2010;
- Financiamento junto dos bancos passou a representar 54% do modelo de financiamento dos clubes, chegando aos 473 milhões de euros;
- Capitais próprios estão negativos em 17 milhões de euros, quando em 2000/2001 representavam 22% da estrutura financiamento que equivalia a 93 milhões de euros…positivos!


Torna-se fácil concluir que o futebol português tem-se conseguido regenerar ano após ano fruto de capitais alheios (os bancos). É igualmente evidente que numa altura em que os bancos nacionais vão certamente fechar a torneira, os clubes não possuem um modelo de financiamento alternativo que não esteja dependente em exclusivo destas entidades.
Mais do que um desafio, é um imperativo apostar noutros modelos. Tal como o mesmo estudo sugere, o futebol nacional deverá posicionar-se como um hub de criação e exportação de jogadores e treinadores.
Partilho desta visão e, sobretudo, acredito que temos as condições ideais para nos posicionarmos como tal: talento, histórico de vendas com sucesso e espírito de emigrante.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ascensão de uma nova estrela lusa?

A entrada em cena de certas figuras interessantes num campeonato despertam drasticamente o nosso interesse em acompanhá-lo mais de perto. É o caso de André Villas-Boas na Premier League.

Todos nós pudemos apreciar o valor que este técnico mostrou em Portugal, e agora o interesse em vê-lo actuar num campeonato bem mais exigente e mediático a cargo de um plantel de características de topo mundial desperta grandemente a nossa curiosidade em ver como se safará.

Após uma apresentação que projectou elevada competência e credibilidade, Villas-Boas começa aos poucos a conquistar o público e os jornais ingleses. A desenvoltura e o espírito jovial à la Mourinho mantém acesa a mística Special na sua figura, no entanto o seu discurso bem mais cauteloso e discreto demarcam com evidência a sua diferente maneira de lidar com as palavras e com o contacto com a imprensa.

Apesar de se encontrar num clube com orçamentos galácticos e condições de treino de topo mundial, a tarefa não se adivinha fácil. O balneário Blue está repleto de jogadores cujos planos de futuro no clube são algo incertos. Casos como Drogba, Lampard, Essien, Malouda, Anelka são exemplos de jogadores de estatutos já bem conquistados e cujos rendimentos e níveis motivacionais já estiveram bem melhores. O próprio Fernando Torres será talvez um dos casos mais bicudos: como pôr a render desportivamente um jogador cujo preço de compra foi uma evidente sobreavaliação do seu verdadeiro valor?

Outro desafio nada fácil será lidar com um patrão em tudo diferente de Pinto da Costa. Abramovich, de personalidade teimosa, capaz de tudo para satisfazer os seus fetiches e caprichos desportivos têm todos os ingredientes para se envolver demasiado e entrar em linha de conflito com o trabalho do Manager. Teimosia esta que valeu a saída de Mourinho e de um punhado bem cheio de treinadores que lhe seguiram.

O patrão não vai perdoar a mais leve derrapagem assim como os polémicos tablóides britânicos escrutinarão ao pormenor todas as nuances, tecendo todo o tipo de teorias, rumores e boatos da vida no balneário e no clube.

Todas estas adversidades vão por à prova a capacidade de André, cuja função será revolucionar com os seus novos métodos de treino, filosofia e coerência nos princípios de jogo, que aliás já começaram a mostrar o ar da sua graça nos primeiros treinos com bola. Apesar de não ter saído do Porto pela porta grande, desejo o melhor sucesso a um treinador que certamente tornará bem mais interessante a programação da Sport TV nas tardes de fim de semana.