A entrada em cena de certas figuras interessantes num campeonato despertam drasticamente o nosso interesse em acompanhá-lo mais de perto. É o caso de André Villas-Boas na Premier League.
Todos nós pudemos apreciar o valor que este técnico mostrou em Portugal, e agora o interesse em vê-lo actuar num campeonato bem mais exigente e mediático a cargo de um plantel de características de topo mundial desperta grandemente a nossa curiosidade em ver como se safará.
Após uma apresentação que projectou elevada competência e credibilidade, Villas-Boas começa aos poucos a conquistar o público e os jornais ingleses. A desenvoltura e o espírito jovial à la Mourinho mantém acesa a mística Special na sua figura, no entanto o seu discurso bem mais cauteloso e discreto demarcam com evidência a sua diferente maneira de lidar com as palavras e com o contacto com a imprensa.
Apesar de se encontrar num clube com orçamentos galácticos e condições de treino de topo mundial, a tarefa não se adivinha fácil. O balneário Blue está repleto de jogadores cujos planos de futuro no clube são algo incertos. Casos como Drogba, Lampard, Essien, Malouda, Anelka são exemplos de jogadores de estatutos já bem conquistados e cujos rendimentos e níveis motivacionais já estiveram bem melhores. O próprio Fernando Torres será talvez um dos casos mais bicudos: como pôr a render desportivamente um jogador cujo preço de compra foi uma evidente sobreavaliação do seu verdadeiro valor?
Outro desafio nada fácil será lidar com um patrão em tudo diferente de Pinto da Costa. Abramovich, de personalidade teimosa, capaz de tudo para satisfazer os seus fetiches e caprichos desportivos têm todos os ingredientes para se envolver demasiado e entrar em linha de conflito com o trabalho do Manager. Teimosia esta que valeu a saída de Mourinho e de um punhado bem cheio de treinadores que lhe seguiram.
O patrão não vai perdoar a mais leve derrapagem assim como os polémicos tablóides britânicos escrutinarão ao pormenor todas as nuances, tecendo todo o tipo de teorias, rumores e boatos da vida no balneário e no clube.
Todas estas adversidades vão por à prova a capacidade de André, cuja função será revolucionar com os seus novos métodos de treino, filosofia e coerência nos princípios de jogo, que aliás já começaram a mostrar o ar da sua graça nos primeiros treinos com bola. Apesar de não ter saído do Porto pela porta grande, desejo o melhor sucesso a um treinador que certamente tornará bem mais interessante a programação da Sport TV nas tardes de fim de semana.
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