segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Poderá a independência retirar dimensão?


A Catalunha enfrenta, há já largos anos, a luta por uma total independência relativamente ao resto do país, tendo Madrid como “alvo” perfeitamente definido. No passado mês de Setembro, foi possível observar o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, entre os 1,5 milhões de manifestantes, marcando um grito de revolta significativo e um momento histórico na vida do próprio clube.
O fortíssimo slogan “Més que un club” que já se constitui como imagem de marca (e marketing) do clube, transporta consigo uma filosofia muito própria – alusão a uma sociedade combativa e orgulhosa da sua cultura, bem como à valorização que dá a um conjunto de valores que vão muito além de qualquer ideologia partidária.
Embora seja perfeitamente natural a presença do presidente, considero que poderá estar a contribuir para que o clube fique no limbo de uma situação difícil de gerir: por um lado pugnar pela independência da região da qual faz parte mas, por outro, querer um clube cada vez mais global e planetário. Conciliar a preservação da imagem de um clube fiel a determinados princípios inerentes a um conjunto restrito de indivíduos, com a necessidade de manter a escala planetária do mesmo, parece ser, assim, o objetivo que se segue.
Acredito que, apesar de tudo, o clube não deverá seguir a mesma política regionalista que, a título de exemplo, os clubes bascos seguiram. Deverá, certamente, trabalhar o marketing com base na promoção dos valores que sustentam o clube, mas nunca de forma a enclausurar o clube numa dimensão demasiado pequena para o futebol estratosférico que jogam.
Ah, e afinal de contas, Messi não é catalão…

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