A Catalunha enfrenta, há já largos
anos, a luta por uma total independência relativamente ao resto do país, tendo Madrid
como “alvo” perfeitamente definido. No passado mês de Setembro, foi possível
observar o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, entre os 1,5 milhões de manifestantes,
marcando um grito de revolta significativo e um momento histórico na vida do
próprio clube.
O fortíssimo slogan “Més que un club” que já se constitui
como imagem de marca (e marketing) do clube, transporta consigo uma filosofia
muito própria – alusão a uma sociedade combativa e orgulhosa da sua cultura,
bem como à valorização que dá a um conjunto de valores que vão muito além de
qualquer ideologia partidária.
Embora seja perfeitamente natural a
presença do presidente, considero que poderá estar a contribuir para que o
clube fique no limbo de uma situação difícil de gerir: por um lado pugnar pela
independência da região da qual faz parte mas, por outro, querer um clube cada
vez mais global e planetário. Conciliar a preservação da imagem de um clube
fiel a determinados princípios inerentes a um conjunto restrito de indivíduos,
com a necessidade de manter a escala planetária do mesmo, parece ser, assim, o
objetivo que se segue.
Acredito que, apesar de tudo, o clube
não deverá seguir a mesma política regionalista que, a título de exemplo, os
clubes bascos seguiram. Deverá, certamente, trabalhar o marketing com base na
promoção dos valores que sustentam o clube, mas nunca de forma a enclausurar o
clube numa dimensão demasiado pequena para o futebol estratosférico que jogam.
Ah, e afinal de contas, Messi não é
catalão…
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