quarta-feira, 14 de abril de 2010

Entrada a pés juntos

Há muito que se discute a relevância que o papel do director desportivo pode assumir no seio de uma equipa de futebol. O sucesso das equipas em Portugal tem estado intimamente ligado ao bom desempenho destes, aparecendo como “contratações” que parecem ser cada vez mais importantes.

Ponto prévio. Considero que a figura de director desportivo é um cargo que deve ser tido seriamente em linha de conta. Salvo raras excepções, a distância que vai desde o presidente de um clube à sua equipa técnica é demasiada para não haver alguém num cargo intermédio capaz de diminuir os problemas de comunicação e capaz de responder às solicitações dos jogadores e staff. Ser capaz de antecipar problemas, encontrar soluções e satisfazer equipa técnica e jogadores será certamente um dos segredos para o sucesso.

Habituado a ser um jogador cerebral, inteligente, racional e cauteloso, Costinha tem tido um início de carreira pós-jogador que contraria todas estas características atrás enunciadas. Acredito firmemente nas suas boas intenções: impor de uma vez por todas ordem no Sporting, blindando-o de uma forma eficaz e fazendo transportar a ideia para a opinião pública de um grupo unido e imune a críticas e boatos do exterior.

Começou como amuleto da sorte: vitória ao Everton e ao FCPorto. Tem procurado expor-se pouco publicamente. Raramente apareceu. Todavia, quando o seu nome vem claramente a público tem sido por via de notícias que, a meu ver, não lhe têm sido muito abonatórias:

1. Decretou blackout sem que qualquer acontecimento “anormal” o justificasse;
2. O caso Izmailov parece ter sido uma decisão tomada exclusivamente por ele, assumindo uma posição de poder quando o seu tempo no clube parece não justificar tal imposição.
3. Aparece na sala de imprensa após o jogo desta terça a queixar-se da arbitragem.

Admito e reconheço no Costinha capacidades para mudar o futebol e a organização interna do Sporting. Isto acontecerá se for capaz de transpor para o gabinete, a sobriedade e inteligência que o caracterizava em campo. Tem que assumir verdadeiramente a pasta de “Ministro” e não começar a sua carreira com várias entradas a pés juntos. A expulsão pode estar aí à porta e não seria a primeira naquela casa…

2 comentários:

  1. Não gostaria de me precipitar (como acho que Costinha já o fez) a comentar as suas funções como Director Desportivo do meu clube.
    Basta de precipitações como a do nosso actual Presidente, quando afirmou que Paulo Bento seria forever. Isso fez toda a diferença do Sporting na época que está quase a chegar ao fim com as consequências que já se conhecem. E queira Deus que fiquem só por aqui.

    SL

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  2. Parabéns Ricardo pelo post. Muito bom! Costinha anda a desperdiçar balas, que lhe poderão fazer falta, dando tiros no pé.

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