terça-feira, 20 de abril de 2010

A Universidade Portuguesa do Futebol

O campeonato português é e será sempre um campeonato pequenino, à escala do nosso país. É um facto de que o nosso campeonato nunca será um campeonato extremamente aliciante e competitivo e que as desigualdades entre clubes dificilmente serão ultrapassadas dadas as dimensões económicas e geográficas do nosso país. Conformando-nos com este facto, resta-nos valorizar as nossas pequenas grandes vitórias tais como por exemplo a formação de alguns dos melhores jogadores a nível mundial.

No entanto, a mais importante vitória do futebol português na minha perspectiva, é a construção que temos feito até agora de uma cultura de estudiosos de futebol que não se limitam a copiar as ideias exteriores, mas sim antes em inovar e estudar novas metodologias de treino e novos conceitos tácticos de jogo. O fenómeno Mourinho que atravessou o campeonato português e que levou o nome de Fc Porto e do futebol português às bocas de todo o mundo constitui um exemplo máximo de como o estudo do futebol num país tão pequeno como Portugal é tão dinâmico e tão capaz de produzir personalidades importantes que afectem directamente o rumo das tendências do futebol moderno.

Para além de Mourinho somos capazes de encontrar vários outros nomes portugueses cujas ideias e sua evolução poderão também elas ter um impacto considerável. Temos também como referência Manuel José que tem espalhado com sucesso a sua visão do futebol lá fora. Mas também importante são as ideias inovadoras de Jorge Jesus que servem como exemplo de como a forma de treinar em Portugal é dinâmica e é fruto de uma renovação e estudo contínuo. Outras personalidades poderão ser incluídas como exemplo de que há de facto uma geração de pensadores e estudiosos do futebol cada um com filosofias muito próprias tais como Jesualdo Ferreira, Manuel Machado e Carlos Carvalhal. Esta cultura de evolução e renovação poderá de facto estar assegurada por treinadores ainda mais jovens sedentos de inovação e estudo e que só agora começam a despontar no futebol português tais como Domingos, Paulo Bento, Jorge Costa e mais recentemente André Villas-Boas. Creio então que apesar das nossas limitações numa coisa nos podemos orgulhar: pensamos o futebol.

Este texto encontra-se igualmente disponível no site
Universo Futebol.

3 comentários:

  1. Concordo contigo, excepto numa coisa, aliás, concordo em metade, isto é, na parte que referes as desigualdades entre clubes no nosso campeonato. Isso é verdade, mas essas desigualdades também se encontram, sou capaz de arriscar, em 95% das ligas mundiais, onde há os clubes maiores e os mais pequenos. Sempre foi, é e será sempre assim.
    Espanha - Barça e Real Madrid.
    Itália - Milan, Inter, Juventus e Roma.
    Holanda - PSV, Ajax, Feyenoord.
    Bélgica - Brugge, St. Liege, Anderlecht.
    Escócia - Rangers e Celtic.
    Inglaterra - Liverpool, Manchester United, Arsenal e mais recentemente Chelsea.
    Alemanha - Bayern, com um ou outro a aparecer de vez enquando de entre os médio-grandes clubes.
    Grécia - Olympiacos e Panathinaicos.

    E estaria aqui mais tempo a escrever, o campeonato francês talvez seja o mais democrático em termos de poder, com um período em que o Lyon dominou por completo, mas foi um aparte na sua história.

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  2. Boas, de volta após uns dias sem tempo para nada mais que um postzinho diário no meu Bimbosfera.

    Em relação ao post em si, concordo com ele, aliás, concordo com ele e com o acrescento que foi feito já nos comentários. Sim senhor!

    Abraço

    Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

    http://Bimbosfera.blogspot.com

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