quarta-feira, 12 de maio de 2010

Jogadores Intemporais


O futebol é um desporto exigente fisicamente, no entanto mais importante que o físico será a inteligência e a técnica com que se joga. Nada é mais eficaz no futebol do que uma leitura de jogo rápida, do que um posicionamento inteligente, um remate colocadíssimo ou uma técnica de passe fantástica daquelas que nunca se esquece. São esses dotes que fazem determinados jogadores simplesmente brilhantes e intocáveis à medida que os anos passam.

Um dos verdadeiros exemplos é Javier Zanetti. O lateral experientíssimo de 36 anos é um dos jogadores sagrados para o onze da equipa de Mourinho, e a sua justificação claramente se observa em pleno relvado. A entrega e profissionalismo que Zanetti impõe no jogo acompanhados de um estilo de jogo composto não de uma vistosa técnica, mas de um posicionamento fantástico e de decisões maduras, racionais e eficazes, fazem com que este jogador mereça uma estátua.

Ainda envolvendo a equipa do Inter, lembramo-nos todos perfeitamente de Luís Figo, que nos últimos anos embora tenha apresentado um compreensível decréscimo de velocidade e capacidade de choque físico, nos maravilhava ainda com a sua capacidade de posse de bola, habilidade de ganhar no um para um e os seus inesquecíveis cruzamentos sempre com sabor a golo.

Viajando um bocadinho para Portugal, gostaria de destacar um jogador que me surpreendeu muito pela positiva nos seus últimos anos de jogador. Toda gente se recorda do impacto que Rui Costa teve aquando o seu regresso ao Benfica. Após a rescisão do contrato com o Ac Milan, o regresso do “Maestro” foi visto com desconfiança por alguns, mas estes logo ficaram convencidos quando Rui Costa protagonizava a sua meia distância sempre certeira e as suas assistências inteligentes e determinantes. A sua influência na máquina de jogo benfiquista foi de uma dimensão tão supreendente que ninguém no fim ficou com dúvidas que Rui Costa é um dos génios intemporais.

De seguida só o próprio nome nos faz fazer uma vénia. Ryan Giggs! O ala que fez toda a sua brilhante carreira apenas num único clube é todo ele uma história de compaixão clubística e personagem de forte destaque na história de toda uma geração da Premier League. Ainda não há muito tempo podíamos ainda todos observar as suas arrancadas fenomenais e os seus dribles fabulosos repletos de experiência. Embora mais recentemente se note a chama do Red Devil um pouco mais apagada, toda a sua utilidade que têm ainda em campo e a sua ainda disponibilidade para serviços internacionais pelo País de Gales mostram toda a sua intemporalidade.

Muitos mais jogadores poderia falar aqui. Poderia eventualmente falar de Verón, o médio fantástico de 35 anos cuja magia ainda sobrevive e que ainda vemos no lote de convocados da Argentina para o Mundial. Também poderia referir Francesco Totti cuja técnica faz ainda a Roma acreditar no Scudetto. Ou no igualmente italiano Di Natale, o avançado da Udinese que lidera largamente a lista de melhores marcadores em Itália aos 32 anos.

São todos exemplos que apenas demonstram que a inteligência e a experiência são atributos determinantes para a beleza do futebol e a sua intemporalidade.

1 comentário:

  1. Bom post. Muito bem escrito e com observações pertinentes.

    Também tenho um de futebol
    http://portuguesesnoestrangeiro.wordpress.com/

    se houver interesse podemos trocar links,

    cumprimentos

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