segunda-feira, 31 de maio de 2010

Futebol / Indústria – até quando?

Já há muito que todos constatamos que o futebol deixou de ser um desporto puro, na verdadeira acepção da palavra, para passar a ser uma empresa com fins lucrativos. Assim se explicam os contractos publicitários megalómanos, as apresentações de jogadores, o mediatismo da comunicação social, os estudos de marketing, as manobras de publicidade e merchandising.

Concluímos então, que os clubes de futebol são empresas que têm um fim lucrativo usando os resultados desportivos e os jogadores como alavanca.

Vem isto a propósito da palavra mais badalada nos últimos dias: crise. Como escapa o futebol à crise actual? Deixo no ar algumas questões que por muitas análises que faça, não encontro resposta:
- como consegue um clube pagar 28 mil euros por dia a um treinador?
- como consegue um clube com um passivo brutal obter crédito junto da Banca?
- será possível haver pessoas a viver com menos de 1 euro por dia, e jogadores a receberem muito mais de um euro por segundo?

A grande questão é: até quando estas desigualdades? Até quando é que os clubes e os seus intervenientes (dirigentes, jogadores e treinadores) terão tratamento especial e irão viver num mundo à parte?

Por um lado querem fazer parte da sociedade, ter as atenções da comunicação social, fazer capas dos jornais, ser abertura dos telejornais mas, na verdade, têm tratamento especial pois conseguem-se inscrever nas competições mesmo tendo dívidas, têm crédito junto da Banca enquanto os particulares não o conseguem e, pior que isso, servem muitas vezes para operações de fuga ao fisco e branqueamento de capitais.

Numa altura em que os impostos aumentam, em que as dificuldades se agravam, os clubes não dão sinais de crise. Até quando irão viver à parte da sociedade da qual fazem parte?

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