Hoje em dia no futebol, a análise do valor criado por um jogador ofensivo mede-se quase obsessivamente apenas por uma estatística: número de golos marcados. A rivalidade mediática entre Messi e Cristiano Ronaldo é um exemplo típico dessa realidade.
Todos os fins de semana,
os jornais e comentadores dão sempre um particular destaque à contagem dos golos
marcados por CR e Messi como se fosse um indicador completamente determinante
para medir a real contribuição do jogador para a equipa, e como se fosse um
sinal que indique que um jogador é melhor que o outro.
A contribuição de um
jogador para o sucesso da equipa vai muito mais para além do golo. Claro que na
função de ponta de lança, a capacidade de finalização entra mais em enfoque na
avaliação da sua prestação, no entanto, nunca poderá ser dado um quase
exclusivo destaque a esta estatística.
Um avançado, hoje em dia,
assume funções cada vez mais polivalentes, surgindo assim novas variáveis a que
se devem dar atenção. Um avançado é geralmente o primeiro elemento responsável
pelo pressing ao portador da bola da equipa adversária (nº. roubos de bola). O
avançado quando assume funções de extremo, passa a ter como função assistir com
qualidade os seus colegas, ou então muitas vezes recua para apoiar o meio campo
e assume-se como organizador de jogo (nº de assistências / percentagem de passes bem sucedidos).
Teremos também que ter em atenção que, muitas vezes, a verdadeira autoria do golo surge da fantástica assistência efetuada, ficando, o finalizador, com a tarefa mais fácil que será só encostar.
Assim, penso, que de
uma certa forma, teremos que dar mais importância à faceta de jogador coletivo
e de equipa em detrimento do jogador goleador.
Quantas vezes CR e
Messi não faturaram, mas mantiveram excelentes índices de trabalho, de esforço
e contribuição para a equipa? Claro que com o passar do tempo, o golo marca as
estatísticas de um jogador com uma força especialmente intemporal, mas o
futebol é muito mais que isso.
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