Ontem foi um dia especial para o futebol português. A Uefa
confirmou a decisão de apontar Pedro Proença como árbitro da final da Champions
de amanhã. A arbitragem, sendo parte integrante do jogo e de papel vital na
qualidade de um jogo de futebol, é sem dúvida a função mais ingrata e injustamente
desprezada no mundo futebolístico.
Elogiado por alguns, mas acima de tudo odiado e criticado por
muitos outros (como qualquer árbitro em Portugal), Proença consegue atingir um
sonho que para ele e muitos colegas deverá significar atingir um topo na
carreira. O seu trabalho tanto a nível nacional como internacional vê-se agora
reconhecido, devendo ser motivo de orgulho para todos nós.
É completamente aceitável na nossa sociedade insultar o
árbitro com todas as palavras, tanto por parte dos jogadores, adeptos,
treinadores e dirigentes. É o árbitro a figura que habitualmente serve de bode
expiatório de muitos fracassos desportivos de vários clubes. Lamentavelmente, vivemos
numa cultura em que facilmente se associa a imagem de um árbitro à corrupção e
à injustiça no futebol.
Toda a vida de um árbitro se desenvolve sob uma pressão
intensa, tanto no decorrer do jogo, como nos rescaldos, também nos debates
televisivos é alvo de todo o escrutínio ao pormenor a partir de imagens
televisivas que se repetem sem fim, infinitamente ampliadas e a ilustrar todos
os ângulos possíveis. Na sua vida privada é ameaçado, recebe telefonemas
anónimos, é agredido em espaços públicos, insultado, vaiado. Mesmo com o passar
dos anos os seus erros ou decisões mais polémicas continuam a ser debatidos e a
ser tema de conversa.
Para atingir o topo na arbitragem, é preciso ter uma psicologia
de verdadeiro aço e ser um verdadeiro herói. Por tudo isto congratulo com toda
a honestidade: Parabéns Pedro Proença!
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