quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Sábio Professor!


Despercebido no Benfica, incompreendido no FCPorto, salvador no Sporting. Assim se resume a história de Jesualdo Ferreira nos três maiores clubes portugueses. Com um percurso de altos e baixos no que concerne ao reconhecimento público do seu trabalho, o facto é que a sua qualidade sempre se manteve intocável e é merecedora de um sublinhado especial.
A verdade é que nem sempre Jesualdo possuiu um discurso apelativo e capaz de chamar a atenção dos demais. Este facto, aliado ao ar sisudo e receoso com que normalmente enfrentava os jornalistas, fez com que os seus resultados – ótimos em Braga e Porto – ficassem para segundo plano no momento de avaliar o seu trabalho de uma forma global. A passagem fugaz por Málaga e a crise financeira que assolou o Panathinaikos aquando da sua estadia, acabaram por ofuscar um pouco as memórias positivas que tinha deixado em Portugal.
Voltemos atrás. Pensemos no que era o Braga antes da sua chegada e em como cresceram jogadores como Fernando, Lisandro ou Hulk. Como com o seu ar aparentemente fechado e pouco aberto ao diálogo, sempre conseguiu manter uma relação de excelência com todos os jogadores com estes a elogiarem publicamente o seu trabalho. Como com a sua experiência, tem tido a capacidade de fazer crescer cada jogador nas mais diversas posições, articulando sempre a movimentação/posicionamento individual com o coletivo que pretende fazer sempre sobressair.
Chegado ao Sporting, parece ter ganho uma nova vida. Acho, inclusivamente, que a manutenção de Jesualdo como treinador é muito mais importante para o clube do que a decisão do próximo presidente. Jesualdo pensa estrategicamente a equipa e o clube simultaneamente, conferindo-lhe um saber único de quem já anda há muito nestas andanças. Estou certo de que a maioria dos sportinguistas pensará da mesma forma.
Todavia, será a primeira vez que Jesualdo terá que construir uma equipa – pelo menos a médio prazo – suportada em jovens e pincelada por 3 ou 4 jogadores mais experientes. Até agora, foi sempre o inverso e, sejamos sinceros, neste cenário é sempre menos difícil atuar. Assim sendo, este é mais um verdadeiro desafio na carreira do Professor.
Resta-nos esperar para ver…     

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