domingo, 9 de maio de 2010

(Ir)Realismo Nacional

Há dias falava com um amigo sobre as reais possibilidades da selecção nacional no campeonato que se avizinha. Sendo, tradicionalmente, um povo lutador, sofredor e que se bate como ninguém contra as adversidades, somos simultaneamente uma nação sonhadora e que, muitas vezes, acaba por não ter os pés bem assentes na terra. Vem isto a propósito da necessidade de encarar o valor da nossa selecção tal como ela é.

Todos sabemos as campanhas notáveis que a selecção efectuou nos últimos anos. Imbuída num espírito nacionalista, de coragem, fé, união e (alguma) sorte à mistura, a selecção de todos nós conseguiu superar todas as expectativas e “obrigações” que tinha para com o povo português. Se todo este sucesso teve repercussões positivas, também não deixa de ser verdade que deixou uma responsabilidade enorme para a geração (de treinadores e jogadores) que sucederam a esta equipa. Mais do que isso, o adepto “comum” já não se contenta com uma “mera” passagem aos oitavos de final e, muitos de nós, deixaram de ter consciência de que os últimos 6 anos não são a regra, mas sim a excepção ao que a nossa história indica.

O sentimento geral que se criou no adepto nacional e que é suportada nos rankings recentemente anunciados é a de que equipas como Holanda, Itália, Alemanha, entre outras, são selecções ao nosso nível ou até inferiores. Não concordo (longe disso!). Já que temos o hábito de fazer a comparação posição a posição no campeonato português para determinarmos quem tem a melhor equipa, peço que façamos o mesmo exercício ao nível de selecções. Aí perceberemos que não podemos “exigir” que ganhemos a este tipo de selecções que possuem muito mais de meia dúzia de jogadores de categoria mundial.

Não digo que tenhamos que pensar pequeno, isso não! Já que criamos patamares de exigência em níveis mais elevados é preciso saber mantê-los. Mas isso não nos deve criar uma euforia desmedida, que nos faça perder a noção do que realmente valemos e podemos fazer. Temos um conjunto de jogadores médio/bom, alicerçado num dos melhores jogadores do mundo que pode fazer a diferença enquanto equipa e é isso que esperamos.

Apesar de não me deixar embalar por este pensamento sonhador e, por vezes, irrealista, não deixo de ser um adepto fervoroso que estará sempre ao lado da selecção de todos nós!

Que este “feeling” que parece servir de mote à participação portuguesa, inspire jogadores e equipa técnica para uma prestação condizente com o tamanho da alma do povo nacional! Boa sorte!

2 comentários:

  1. Portugal entra em todas as competições pa GANHAR!!!! Queremos ser campeões do Mundo...Se não der ok, tudo bem, o importante é a selecção dar o maximo em todos os jogos...

    ResponderEliminar
  2. Parabéns pelo blog,está muito bom.

    Acompanha também:
    http://onossofuteb0l.blogspot.com

    ResponderEliminar