No futebol, os títulos arrecadados no passado conferem um estatuto a um jogador que por sua vez lhe dá uma aura de respeito por parte dos colegas e treinador. Um jogador que no seu palmarés inclui uma taça do mundo dá uma imagem de experiência e maturidade, pois significa que viveu e praticou futebol entre os melhores do mundo e venceu.
Por outro lado, o estatuto de um jogador que se baseia em títulos do passado não garante a qualidade de jogo no presente. A sua forma física pode não a ser a mesma e é muito provável que a motivação também não seja, já para não falar do declínio de qualidade de jogo natural que vem com a idade nos jogadores mais maduros.
Pondo de parte o julgamento da qualidade de decisão de não se incluir Capdevilla na convocatória para o play-off da Champions, a verdade é que é sempre admirável e de elogiar a coragem de um treinador tomar uma decisão com o esforço de ignorar o estatuto e as expectativas inerentes. Será importante destacar que também Capdevilla não demonstrou grande forma para já.
Poderemos pensar que este tipo de decisões pode ferir o orgulho do jogador e criar um clima de descontentamento. Acredito no contrário. Estas decisões simplesmente despertam e espicaçam a sua vontade de trabalhar e dar o seu máximo. Há que dar a entender a todos os jogadores, sem excepção, que o lugar nunca está assegurado e que as linhas entre estar dentro do campo a jogar e estar no banco ou a ver o jogo da bancada são bastante ténues.
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