Ontem foi mais um dia de clássico e o que realmente me
surpreendeu mais pela positiva é que até se jogou realmente bom futebol. Já me tinha
habituado a que nos grandes clássicos e derbies, as grandes expectativas
criadas pelas longas antevisões e reportagens pré-jogo saíam sempre defraudadas.
Na verdade são poucos os jogos deste tipo em que realmente apresentam um bom
espectáculo futebolístico e não se debatem com paragens constantes, quezílias
entre os jogadores, equipas com um estilo de jogo medroso, avesso a iniciativas
ofensivas. Ontem não foi assim, houve polémica sim (quando é que não há?), mas
a boa fluidez do jogo não se comprometeu.
A segunda surpresa da noite, foi a abordagem inicial do Porto
ao jogo com ordens nítidas de Vítor Pereira para a equipa subir a linha
defensiva da equipa e alargar a zona de pressão até junto da área benfiquista,
o que surpreendeu e desnorteou o Benfica nos primeiros 20 minutos de jogo. Afinal,
VP até tem capacidades de apresentar estratégias relativamente imprevisíveis e
ajustadas ao adversário.
Após o golo do Porto, o jogo equilibrou-se, o Benfica perdeu
o desnorte e rapidamente começou a responder ao seu bom estilo, com ataques de
grande velocidade orquestradas principalmente por Aimar, Gaitan e pelas boas
investidas de Maxi que assustavam a baliza portista. Pode-se dizer que o golo
de Cardozo surgiu, com alguma sorte, mas de forma justa e legítima.
Na segunda parte, iniciada com a reviravolta do Benfica
surgiram os já habituais lances da polémica, tendo como destaque a mão nítida
de Cardozo dentro de área que dava penalty para a equipa portista e outro
lance, de maior gravidade, que correspondeu ao desfecho vitorioso da equipa
azul e branca com um golo em fora de jogo.
Polémicas aparte, apenas gostaria de realçar alguns bons
momentos futebolísticos de relevância. O Benfica respondeu em bom estilo ao
aparente domínio inicial portista, com uma recuperação rápida, reencontrou-se
com um imediato ajuste táctico de Jesus na subida de Witsel no terreno que
permitiu conceder mais apoio ao trabalho de Aimar no meio campo, que até então
mal se via. Outro ponto de destaque é o talento letal de Cardozo como ponta de
lança goleador, tendo sido um avançado que chegou a ser contestado pelos seus
adeptos, este jogador deveria ser bem prezado e valorizado pelo clube encarnado
(mesmo nas suas fases negativas), o seu faro de golo, posicionamento e
capacidade de finalização realmente decidem jogos importantes.
Do lado portista, o primeiro destaque vai obviamente para
James Rodriguez. O puto é um prodígio no futebol. Mais uma vez salva o Porto de
um desfecho negativo com a construção de um golo de grande qualidade. Pega na
bola sem medo e proactivamente imagina e elabora jogadas da sua autoria
demonstrando uma inteligência de jogo que na minha opinião supera a de Hulk e
Varela. Outro aspecto importante, centra-se no papel de Lucho no Porto. O seu
tão famoso jogo invisível mas de enorme utilidade está de volta. Lucho joga
despercebido, abrindo linhas de passe e combinando com os colegas contribuindo
para uma fluidez importante do jogo azul e branco.
Como já é habitual e natural, a comunidade encarnada vai analisar
este jogo com enfoque na actuação da equipa de arbitragem. Houve erros de
Proença sim, e o lance do golo em fora de jogo do Porto revestiu-se de alguma
gravidade, no entanto a arbitragem não é de todo um factor que explique
inteiramente o porquê das quebras do rendimento benfiquista nestes últimos
jogos. Sugiro que antes de massacrarem os árbitros pelas suas decisões, se
olhem para eles mesmos e façam uma análise ao seu futebol praticado elaborando
as seguintes questões: Porquê é que consentiram facilmente 3 golos perante um
Zenit relativamente desfalcado em algumas posições? Porquê é que fizeram um
jogo bem abaixo do habitual perante o Vitória? Porque é que hesitaram na finalização
perante um jogo em que deveria ser proibido perder pontos frente ao Académica?
Porque é que o Benfica entrou tão irreconhecivelmente nervoso e hesitante nos
primeiros 20 minutos de jogo frente ao Porto que culminou no golo portista? Há
algo mais que simples decisões de arbitragem aqui, e compete ao Benfica
descobrir o que é e evoluir.
Sim senhor, cachada de volta ao modo miguel sousa tavares .. gosto!
ResponderEliminarRealmente o que mais surpreendeu foi a ousadia de VP, que apesar de ser considerado um treinador sem estofo para o porto teve a coragem que raramente se ve. Ao trocar o rolando pelo james, passando o djalma para lateral direito mostrou que realmente queria ganhar o jogo.
Isto aliado a um james que mesmo vindo de Miami(oh yeah!) 12h horas antes do jogo faz toda a diferença! Aliando isso a um golo (finalmente) do Hulk deu a vitoria .
Dado: SLB perde 8 de 9 pontos possiveis, contra o Porto nao se pode facilitar!
Baby
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ResponderEliminarGrande jogo de futebol, com um justo vencedor, embora o empate também se aceitasse. O Vítor Pereira é fraquinho, mas desta vez esteve muito bem a mexer na equipa, é um facto. Quis ganhar e merece crédito por isso. O Maicon está a ficar um senhor jogador, o James entrou e revolucionou o ataque. Foram os melhores do FC Porto, bem secundados pelo Moutinho, Fernando e Álvaro Pereira.
ResponderEliminarE é como dizes Cachada, o Benfica devia reflectir mais nas suas questões internas do que queixar-se da arbitragem, até porque ficaram 2 penalties por marcar a favor do FC Porto e a falta que origina o segundo golo de Cardozo não existiu. Mas enfim, arranjar desculpas esfarrapadas para os fracassos é algo que está nos genes benfiquistas...
Grande Cacha!!!
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