Algures a 23 de Maio tinha escrito que
era um admirador confesso de Paulo Bento.
Continuo a sê-lo. Hoje mais do que no
dia em que o escrevi.
Admiro-o por ser pragmático e pensar
pela sua própria cabeça.
Foi capaz de, num grupo de futebolistas
com quatro jogadores fora de serie (Coentrão, Ronaldo, Pepe e Moutinho), fazer
uma equipa no verdadeiro significado da palavra.
Sente-se e vê-se que mesmo os
jogadores suplentes, mesmo aqueles que sabem que nunca serão utilizados, sentem
a Seleção e vivem cada vitória como se tivessem marcado um golo, mesmo que
ninguém se tenha lembrado que eles lá estão.
Hoje pouco importa se Manuel Fernandes foi ou
não convocado. Ninguém fala do Quim. Bosingwa e Ricardo Carvalho afinal até nem
fazem falta. Mais importante: ninguém se lembra do frustrado do Manuel José, do
aziado do Carlos Queiroz, do inútil Rui Santos. E ninguém se lembra que foi
Paulo Bento que, milagrosamente, nos qualificou quando já nada o fazia prever…
Hoje somos capazes de ver a Seleção
como um conjunto que vale muito mais que a soma das partes que a constituem.
Hoje somos capazes de, sem bandeiras
nas janelas, sentir a Seleção e vibrar com cada alegria e sofrer com cada
tristeza.
Fomos capazes de nos unir em torno de
uma causa. Mesmo estando céticos ao início. O que dá ainda mais mérito a quem
nos fez acreditar que valia a pena manter acesa a chama da ilusão.
A nós, e aos jogadores.
Porque, tuga que é tuga, acredita.
E, tal como disse a 23 de Maio, “desta
é que é”.
Eu acredito.
PS:
Eu acredito, mesmo que me faça alguma confusão saber que jogamos sempre com 10
jogadores e o adversário com 12. Em comum, os adversários têm o facto de jogar
com um defesa central que se chama Postiga. Mas neste jogo, algures na primeira
parte, trocaram e puseram um tal Hugo Almeida. Mérito para este último que
conseguiu tirar um golo a Cristiano Ronaldo, após corte que o bandeirinha
assinalou fora de jogo…
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