domingo, 6 de dezembro de 2009

Braga - A nova força lusa?


Ricardo: Apesar de continuar a ter, do meu ponto de vista, o seu ponto fraco numa massa adepta que não se mobiliza o suficiente para o clube ganhar outra dimensão (nomeadamente em termos de receitas de bilheteiras e de quotas), admito (e espero) que este Braga possa vir a ser mais do que um Boavista que teve glória efémera. Apoiado numa estrutura cada vez mais sólida, o Braga tem sido capaz de criar equipas competitivas sustentadas em treinadores competentes e alinhados com as ideias do seu presidente. Torna-se inevitável falar de J.Ferreira, J.Jesus e Domingos como expoentes máximos deste conceito, traduzidos em futebol entusiasmante.
Servindo mais de trampolim de treinadores do que de jogadores, o Braga tem ainda vindo a sobressair na qualidade do scouting, tendo investido nesta área de forma eficiente. A comprovar esta ideia está a escolha de Carlos Freitas (com vasta experiência e conhecimento de mercado) e a vinda de jogadores anteriormente desconhecidos como Rodriguez e A.Madrid e de jogadores de quem muito se espera como Peña ou Osvaldo. No entanto, considero que o grande ponto forte do Braga é a sua capacidade de explorar o mercado interno de forma eficaz, repescando os melhores de cada clube, formando não um conjunto de 11 jogadores mas um vasto lote de alternativas válidas ao onze (que de facto é fortíssimo) e conhecedoras do futebol nacional. As boas relações que mantém com o FCPorto têm igualmente resultado em negócios até mais proveitosos para o Braga do que para o próprio FCPorto, indiciador da boa capacidade negocial de António Salvador.
Considero então, que os “Guerreiros do Minho” têm reunidas, à excepção da componente “adeptos”, todas as condições para dar passos progressivos na sua afirmação enquanto 4º grande do futebol nacional. Esperemos pelas próximas batalhas…

Cacha: Do Minho surge uma verdadeira equipa ainda em crescimento. O percurso do Braga constitui certamente uma raridade no futebol português e uma verdadeira lufada de ar fresco numa competição largamente dominada pelos 3 grandes durante anos consecutivos. Apoiado por uma situação financeira estável, adeptos fervorosos, e uma direcção sólida e focada nos resultados desportivos, liderada agora por António Salvador, o Braga também foi e provavelmente continuará a ser um verdadeiro trampolim para alguns treinadores portugueses de destaque actualmente, tais como Jesualdo Ferreira e Jorge Jesus.
No entanto, o que verdadeiramente cativa neste Braga orientado por Domingos é o bom futebol praticado assente numa dinâmica moderna e num plantel recheado de talentos em todos os sectores do jogo. Numa defesa apoiada por dois dos laterais mais talentosos da Liga Sagres, João Pereira e Evaldo, passa também por um meio campo munido pela força e garra de Mossoró e Vandinho, tudo orquestrado pelo talentoso Hugo Viana cuja contratação assentou que nem uma luva nesta formação. Talvez muitas equipas sejam capazes de se ficar por aqui, mas este Braga ainda se apoia num poder ofensivo letal com o explosivo Alan (talvez um dos jogadores escandalosamente mais sub-aproveitados no Porto), aliados à experiência dos finalizadores Paulo César e Meyong.
Temos evolução, temos equipa, temos Braga e ainda bem para o futebol português.

Tres: Importa antes de mais, definir grande. Ser “grande”, é muito mais que ir em primeiro no campeonato, ou praticar um bom futebol. Ser grande demora tempo, e associado ao tempo, requer mística, carisma, massa associativa espalhada pelo mundo… Ser grande significa ter nome no plano internacional, arrastar multidões, encher estádios, aparecer nas primeiras capas dos jornais e saber lidar com isso… Assim, parece óbvio que o Braga (ainda) não é o quarto grande. Afinal, ainda não ganhou nada de relevante nem marcou o seu território no futebol português. Convém lembrar que muito recentemente, o Boavista, foi campeão, e, talvez por não saber lidar com a sina de poder vir a ser o quarto grande, tornou-se naquilo que todos sabemos…
Neste momento, o Braga é apenas uma equipa que está a jogar bom futebol, que beneficiou da sorte e do facto de a melhor equipa portuguesa dos últimos anos estar em baixo de forma, e de o Sporting passar por uma das maiores crises dos últimos anos e de encontrar um Benfica em reconstrução.
É indiscutível o valor individual dos seus jogadores, que catapultam o treinador e não o contrário...
Será esta equipa capaz de ombrear com o rótulo de candidato, de quarto grande, ou será apenas mais uma equipa que falhou na tentativa de se intrometer na luta entre os três grandes?
Penso que o tempo será o melhor conselheiro porque, reitero o que disse anteriormente: um grande não se constrói de um dia para o outro, que o diga o Boavista, o Leixões, e há uns anos atrás, o Varzim…
Fazer previsões é um terreno perigoso onde, muitas vezes, ilustres já se iludiram, quase em um processo de auto-engano.
Neste pequeno texto, corri riscos, falando em algo cuja variação futura é incerta.
O futuro, porém, dirá se tive sucesso…
Afonso: Em Braga mora uma equipa que, ao contrário do que muitos afirmam, não pode ser chamada revelação. É antes uma confirmação, resultante de um crescimento notado ao longo dos últimos anos e patentes nas boas classificações obtidas nas últimas épocas. Houve uma conjugação de factores capazes de fazer com que o Braga esteja a batalhar entre os crónicos candidatos ao título e reclame o nome de 4º grande de Portugal. Primeiro, o presidente, capaz de se rodear de pessoas capazes na área do futebol (Carlos Freitas) e com uma grande capacidade negocial. Depois, o dinheiro resultante do acordo com a seguradora AXA, que permitiu o encaixe financeiro necessário para a equipa. E por último, os jogadores escolhidos para esta mesma equipa, muitos a quem foram reconhecidas capacidades acima da média mas que não vingaram em equipas de topo (Hugo Viana no Valência, João Pereira no Benfica, Alan, Andrés Madrid, Adriano e Evaldo no Porto) mas que no Braga dão tudo por tudo para relançar a carreira e outros jogadores que despontaram em outros clubes e que vieram parar ao Braga como um clube já grande mas capaz de os projectar para outro maior. Tudo isto leva a uma vontade enorme de ganhar e mostrar qualidade, que tem dado os seus frutos. No que toca ao treinador, dou a mão à palmatória, pois depois da eliminação da Liga Europa nunca acreditei muito que ele tivesse a arte e engenho que teve Jorge Jesus durante a época , mas tem mostrado o devido serviço. Até ver se e até quando dura o seu estado de graça, pois equipa tem ele…

4 comentários:

  1. mt bom o blog
    ja ta nos favoritos
    continuem assim ;)

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  2. Que equipa se juntou!

    Um grande abraço para todos.

    Bom trabalho!

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  3. Antes de mais quem me deu a conhecer o forum foi o Nuno de barcelos ;-)

    Sou Bracarense e naturalmente não gosto de ler a palavra sorte associada a epoca do Braga....tivemos sorte em vila do conde??? tivemos sorte em matosinhos??? tivemos sorte contra a naval no AXA??? então eu quero ter azar...A epoca do Braga não se deve á sorte, mas sim a qualidade e raça dos jogadores....e depois li Ser grande significa aparecer nos jornais??? lol então eu quero continuar a ser "apenas" Enorme....a Comunicação social só diz mer##...depois falam em falta de adesão do povo bracarense ao estadio...nos temos 22mil socios e uma assitencia média de 12mil na 1a volta...quantos socios têm os ditos 3grandes??? olhar só para as assistencias é facil...mas é preciso analisar as varias dimensões senão caimos em erro ;-)

    parabéns pelo blog...

    Abram alas ao Lider!!!!!

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  4. Antes de mais obrigado por teres vindo ao blog e teres comentado:) Como pudeste ver somos 4 a dar opinião pelo que é natural que surjam divergências de opiniões. O que queremos é que os leitores transmitam as suas ideias quer elas vão de encontro ou não às nossas.

    Não estarei a dizer nenhuma mentira se disser que todos nós consideramos que a carreira actual do Braga tem muito mérito. A sorte também se procura e todas as equipas a têm se a procurarem. O Braga é um bom exemplo de consistência nos últimos anos e tem, por mérito próprio, subido patamares progressivos. Se tem "dimensão" suficiente para estar ao nível dos "3 grandes"? É mais difícil de responder..

    Continua a visitar-nos!

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