Tal como acontece em muitos meios informativos, também eu vou eleger a frase da semana: “Cristiano é como eu: o ódio motiva-o!” – Hugo Sanchez.
A meu ver Cristiano Ronaldo é o melhor exemplo para demonstrar por A+B a forma como o domínio psicológico pode ser revertido a nosso favor ainda que possamos estar perante situações menos agradáveis. Basta relembrar todos os episódios pelos quais já passou, todas as críticas que lhe são feitas, os augúrios da desgraça que lhe vaticinam e qual é o resultado? Continua a marcar golos e a dar espectáculo! O resto são fait-divers que nada têm a ver com o que interessa para o futebol.
Ao contrário do que muitos pensam, eu considero que o grande potencial dos jogadores não está na técnica ou na cultura táctica que possuem mas acima de tudo na capacidade mental. Por “capacidade mental” entendo um conjunto de aptidões que envolvem não só a inteligência em campo como também a capacidade para saber lidar com a pressão e a habilidade para perceberem que a profissão que escolheram dura pouco tempo e tem que ser levada realmente a sério. Por mais que os treinadores incidam nesta vertente, a palavra final está sempre do lado do jogador.
Quaresma, Postiga, Dani e Miguel são apenas alguns dos exemplos nacionais que podem ser referenciados. De facto, estes jogadores não têm denotado capacidade para saber lidar com todas as exigências que o futebol actual impõe. Se nos dois primeiros casos tem-se tornado por demais evidente a oscilação psicológica (que se reflecte em campo) quando lhe são dirigidas críticas, os dois últimos enquadram-se no tipo de jogador que não conhece as responsabilidades que estão associadas à profissão. De madrugada normalmente não há jogos de futebol.
Por tudo isto, já não ligo muito aos rankings que normalmente surgem dos jogadores com mais futuro, nem considero benéfico todo o endeusamento que é feito aos jovens portugueses que normalmente tem acabado em prestações péssimas nas categorias inferiores. Considero que Cristiano Ronaldo deverá ser uma referência no que diz respeito à perseverança, à capacidade de resistir às críticas, a vontade de vencer e de encarar a profissão em que se insere. Se dura tão pouco tempo deverá ser aproveitada devidamente para que não se chegue aos 40 e se diga: “Eu podia ter sido dos melhores do mundo mas tive azar!”
E quantos de nós não gostariam de ter as oportunidades que estes jogadores tiveram…
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