A indústria do futebol em geral regula-se por três princípios/momentos fundamentais que norteiam a actividade de qualquer clube:
1. Comprar de jogadores de forma criteriosa, combinando da forma mais optimizada possível o binómio qualidade-preço;
2. Rentabilização desportiva dos mesmos;
3. Tradução da rentabilização desportiva em rentabilização financeira.
Assim, quanto melhor um clube funcionar no primeiro destes passos, mais probabilidades terá de conseguir chegar ao fim deste ciclo com sucesso desportivo e financeiro. Fruto da especificidade do nosso campeonato – menos mediático e, em termos gerais, com poucos recursos financeiros – torna-se crucial uma prospecção de jogadores baseada na antecipação e na racionalidade.
Posto isto, surge o momento do negócio. O ideal será, obviamente, manter os jogadores que se revelam mais importantes nos respectivos plantéis durante o maior tempo possível. No entanto, isto deve ser efectuado sem nunca perder o timing do negócio. É preciso ter consciência de que existem momentos de negócio que não se podem perder em nome de uma estabilidade financeira.
Foi isto que, por exemplo, o Benfica não fez com Cardozo – não soube aproveitar o estado de graça da época passada.
É preciso nunca perder de vista a realidade nacional. A gestão do ciclo de vida de um clube em Portugal terá que ser muito criteriosa, obedecendo a linhas estratégicas previamente definidas pela estrutura directiva que permitam flexibilidade e rapidez de actuação.
Só assim seremos capazes de repetir épocas europeias como esta, mesmo vendendo constantemente os melhores jogadores do nosso campeonato. Só assim os clubes portugueses poderão manter sempre o Norte...
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