Um aspecto importante que dita o sucesso de um treinador é a imagem que consegue passar para a imprensa, para os adeptos e para os adversários. Esta imagem é construída em grande parte através da postura e do discurso que transmite nas conferências de imprensa, flash-interviews e restantes entrevistas.
O discurso do treinador para a imprensa é um instrumento potentíssimo que ao ser utilizado de forma competente e inteligente pode assumir efeitos positivos na equipa, injectar confiança em jogadores específicos, tranquilizar e motivar os adeptos e passar mensagens aos adversários. É numa conferência de imprensa em que se começam a travar muitos duelos importantes, onde se jogam os tão badalados “mind games” popularizados por certos treinadores.
Também são nas conferências de imprensa e demais entrevistas que um treinador poderá começar a sua própria auto-destruição. O exemplo mais recente é claramente Jorge Jesus. O mister do Benfica opta por uma estratégia assente num discurso de extrema confiança. Chega mesmo a impor certezas e compromissos para o futuro tentando passar uma imagem de que está convicto nas suas capacidades e na qualidade da equipa. Na verdade, esta mesma estratégia saiu furada esta época, acabando por pôr em enorme risco toda a sua credibilidade e coerência.
As afirmações feitas no início da época tais como “Vamos ter mais um ano de magia”, “Estamos muito mais fortes que o Fc Porto”, foram “frases-compromisso” que agora são atiradas à cara de forma bem forte a JJ, arruinando a sua imagem perante os adeptos e direcção. E mesmo assim, nestes últimos dias continuamos a ouvir Jesus a transmitir palavras de certeza de que para o ano irá voltar a ser campeão. Não estará a voltar a cair no mesmo erro?
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