quarta-feira, 17 de novembro de 2010

União ou talvez não!

Em dia de jogo marcado pelos interesses da candidatura ibérica e no dia em que foi publicado o relatório efectuado pela FIFA, dei por mim a pensar nos benefícios que Portugal poderá retirar de tudo isto. Poderá efectivamente o nosso país tirar o devido usufruto da organização partilhada deste evento? Tenho as minhas dúvidas.

Tal como acontece em muitos outros domínios da nossa vida – pessoal e profissional – as parcerias “estratégicas” são sempre vistas como algo que nos possa transportar para um patamar que, sozinhos, não conseguiríamos (tão facilmente) atingir. No entanto, em cada uma destas “junções” rapidamente nos apercebemos que existe sempre uma parte mais fraca. Ou é uma empresa que adquire outra em falência, ou uma multinacional que compra uma pequena empresa; pode ainda ser o caso do “patinho feio” de um grupo que sente que só se juntando com os que têm mais sucesso na escola poderá singrar.

Neste ponto do texto já todos devem ter compreendido em qual destes eixos enquadro Portugal e Espanha na organização deste Mundial. É óbvio que os dois países têm a ganhar: traz prestígio para o país, aumenta o número de visitantes e aumenta certamente o comércio local tradicional. Ainda assim, os benefícios serão igualmente repartidos? E quem dá mais a quem?

Vejamos dois dos pontos citados como pontos fortes da candidatura ibérica:
- A experiência em organização de eventos anteriores (Portugal – Euro 2004);
- Transportes, em especial a construção prevista na candidatura da linha de alta velocidade (Portugal).

E como é que nós somos retribuídos? Com os jogos que menos visibilidade terão! Em Espanha realizar-se-ão, entre outros, o jogo de abertura e de encerramento do torneio. O nosso país acolherá porventura meia dúzia de jogos com reduzido impacto.

Mesmo sabendo que Portugal não terá que suportar grandes custos com infra-estruturas uma vez que os estádios a usar estão construídos e que quase tudo seriam proveitos, confesso que fico um pouco reticente quanto à posição de “inferioridade” que Portugal pode passar para o exterior. Mais do que nunca Portugal precisa de transmitir uma imagem segura de si mesma e de que se pode equiparar à sua congénere espanhola.

Se for esta a imagem que ficar do nosso país para o exterior contem com um apoiante. Caso se verifique o contrário, não entrarei nesse clima de euforia. E hoje demos quatro boas razões a Espanha para demonstrar que também estamos “vivos”…

1 comentário:

  1. Outra votação já está a decorrer.
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