terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Domingos Paciência vs SCP

Admiro imenso Domingos Paciência enquanto treinador. Tenho dúvidas quanto ao seu valor enquanto pessoa. Deve ser porque vê mal ao perto: enquanto treinador da U.Leiria, a agressão de Quaresma a um jogador seu quase lhe tocou mas ele disse que estava a olhar para o chão. Mas como não sou psicólogo, vou-me debruçar sobre o treinador.
 
Quando chegou ao Sporting, a grande questão era saber se Domingos seria capaz de fazer do Sporting uma equipa ganhadora ou se o Sporting seria capaz de fazer de Domingos (mais…) um treinador derrotado. Até à data, a resposta é óbvia: Domingos está com um pé dentro do cemitério de treinadores chamado SCP.
 
Domingos deixou-se absorver por características singulares do SCP: euforia fácil, desnorte, imprensa e arbitragens.
 
Iniciou a época a prometer mundos e fundos quando hoje admite a necessidade de redefinir objetivos; até ao jogo com o SLB, o SCP era quase imbatível, reinava a euforia e a confiança excessiva, Van Wolfswinkel era o novo Van Basten, Rui Patrício ia para o Manchester United, Polga poderia voltar à Seleção Brasileira e Insua tinha sido desaproveitado pelo Liverpool; de repente, após o primeiro percalço, não foi capaz de segurar as suas convicções e cedeu aos caprichos da imprensa alterando a equipa vezes sem conta, sem critério aparente (se bem que ele não tenha que justificar as suas opções em público). Contudo, parece-me que apostar em Renato Neto para trinco contra o FCP não deve ser um bom tónico no que a espírito de grupo diz respeito, já para não falar da motivação de André Santos e Carriço. Como um mal nunca vem só, Renato Neto passou de titular a não convocado.
 
Acresce o facto de Jeffren passar de não convocado a ponta de lança, Carriço segue o mesmo exemplo, Polga ser castigado num jogo crucial em Braga sendo lançado o eterno lesionado Rodriguez e Ribas ser uma espécie de tapa buracos que acabará como quase todos os pontas de lança do SCP: no esquecimento e emprestado a um clube de segunda linha.
 
Como se não bastasse, Domingos revela um descontrolo emocional ao mostrar que convive mal com a crítica – que conforme Luís Sobral escreveu, e bem, lhe foi concedida pela imprensa durante muito tempo, tendo nela um crédito que mais nenhum treinador tem (Vítor Pereira, por exemplo, é crucificado ao mínimo erro).
 
Ah, e depois, claro, os árbitros. Foi o árbitro que, “contra o Olhanense, através de faltas laterais sucessivas empurrou o SCP para a sua grande área”.
 
Misture-se a isto tudo Hugo Viana, Mossoró e “toma”, temos o resultado final: 4º lugar a 13 pontos do SLB.
 
Domingos só tem um caminho: esclarecer as suas crenças e as suas táticas e acreditar nelas, e nos jogadores, independentemente do que qualquer blogger ou jornalista possa pensar.
 
Assim, poderá alcançar o sucesso que teve no Braga. Caso contrário, irá ser mais um fantástico comentador televisivo ou um treinador admirado por esse mundo fora (na Índia ou na Grécia, por exemplo…).

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