
Se o leitor acompanha minimamente o futebol nacional já deve saber do que vou falar neste post. Sim, vou falar de Roberto e sobre a volatilidade de opiniões que o desporto provoca.
Roberto chegou como o guarda-redes mais caro da história portuguesa e um dos mais caros a nível mundial, ao nível de Van der Sar e Fabien Barthez, apenas para citar alguns exemplos. Um guarda-redes que custe este preço tem de ser capaz de "dar" pontos ao seu clube, tem de transmitir confiança, tem de ser um autêntica parede. Talvez por saber tudo isto, Roberto não resistiu à pressão e sucumbiu logo nos primeiros jogos oficiais, acumulando alguns erros que levaram ao início menos conseguido do Benfica (sendo que a culpa não é inteiramente dele neste mau arranque).
Sem outra solução, Jorge Jesus viu-se forçado a fazer descansar (física e psicologicamente) o seu eleito para a baliza. Quis o destino que Júlio César tivesse de cometer um penalty (e louvo-o por esta acção pois pôs, sem pensar, os interesse da equipa acima dos seus) e que Roberto terminasse abruptamente o seu "retiro".
O Benfica ganhava por 1-0. Tinha de ganhar o jogo sob pena de ficar muito afastado, logo à 3a jornada, dos lugares cimeiros. Roberto entrou em campo. Os adeptos assistiam, desconfiados. O penalty é marcado. Roberto defende. O estádio salta todo como uma mola e clama por Roberto. O Benfica vence o jogo e Roberto é aplaudido de pé. As pazes estavam feitas.
O mundo é assim, passa-se de besta a bestial num instante. A minha opinião é que Roberto é um grande guarda-redes e vai demonstra-lo. É internacional jovem por Espanha por algum razão. Vítor Baía, quando chegou a Barcelona, também cometeu muitos erros. Não deixou de ser um dos melhores guarda-redes portugueses de sempre por isso...
P.S.: A época começou com toda a gente a dizer que esta ia ser mais uma época dos "tuneis" para o Benfica ser campeão... Às pessoas que falam tanto dos túneis, peço um comentário acerca da arbitragem no duplo lance de Álvaro Pereira...