sábado, 7 de agosto de 2010

Critérios (?) jornalísticos

Não sendo a primeira vez que abordo o tema (ver aqui), os episódios mais recentes no panorama jornalístico português, fizeram-me regressar a este assunto – afinal de contas, por que critérios e princípios se regem os meios de comunicação social desportivos?

A “silly season” como muitos já apelidaram, é uma altura em que os jornais e sobretudo as televisões mostram verdadeiramente o seu ADN, os seus interesses e o que mais lhes convém transmitir. Na pré-época não há contratos televisivos a obedecer por parte das estações (como acontece com os jogos do campeonato) e os jogos de preparação são transmitidos conforme o interesse dos canais nos diversos jogos.

Confesso que relativamente aos jornais desportivos já estou há muito tempo vacinado contra o diferente peso que é atribuído a cada clube. Quando muito se fala no fosso existente entre os principais clubes e os restantes no nosso campeonato, considero que os jornais só contribuem para acentuar essa dicotomia.

No entanto, o que me tem suscitado mais reservas tem sido os critérios pelos quais as televisões (e especialmente a Sporttv) têm pautado a sua actuação. Numa altura em que os jogos apenas servem para observar os novos reforços, avaliar os novos treinadores e o entrosamento entre a equipa, ainda se poderá admitir que cada um se faça à vida e transmita Torneios do Guadiana, de Paris e afins e não transmita outros.

O que não é (nem pode ser!) compreensível é a não transmissão de uma eliminatória histórica para a Liga dos Campeões de um clube que merecia mais respeito das televisões nacionais. Se dá prejuízo adquirir o direito de transmissão em comparação com o número de espectadores que posteriormente assistirão ao jogo? Até admito que sim, mas nós também temos prejuízo todos os meses para pagar o canal de desporto. São opções de quem gere mas essas opções são tomadas em diversas empresas de ramos diversos e não parecem ir nesse sentido - existem muitos produtos que até podem dar prejuízo à empresa mas que permitem ir mantendo satisfeitos os seus consumidores. Neste caso a opção não foi nesse sentido - o cliente foi colocado em segundo lugar e os custos em primeiro.

Acho que ninguém consegue compreender isto e, especialmente à Sporttv que é um canal para o qual contribuímos todos os meses para a sua sustentação, deveria ser exigido um tratamento uniforme, isento e despido de interesses escondidos.

Até apetece fazer como o Ronaldo, mandá-los para um sítio que eu cá sei…

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