sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Uma semana animadora


Acabada a semana europeia, penso que não poderíamos estar mais felizes dado o rendimento mostrado pelos clubes portugueses. Exceptuando um modesto Marítimo que sucumbiu perante uma equipa superior e já com um certo calo europeu, os restantes clubes portugueses estão de parabéns por terem mostrado a sua técnica e enorme garra com que se entregaram a estes jogos europeus deixando bons prenúncios para os próximos duelos internacionais.

Vimos um Braga heróico cometer uma proeza por muitos impensável. A eliminação do Sevilha foi um feito de tal ordem que certamente ficará negativamente marcada na história de tão reputado clube espanhol. Mas o que mais surpreende com este sucesso do Braga, é que este feito não foi conseguido através de um exclusivo rasgo de sorte ou um momento excepcional de boa forma, mas sim através de um futebol coerente, consistente e maduro tacticamente que possivelmente prolongará a regularidade do bom futebol apresentado. Notam-se processos de jogo já bem evoluídos e trabalhados na meio campo e ataque do Braga, aliados a uma defesa irrepreensível capitaneada por uma dupla de centrais que promete ser implacável esta época, Moisés e Rodriguez.

Porém, outra equipa merece um enorme aplauso. Erguendo-se do meio de uma descrença sufocante, de críticas arrasadoras e sob uma pressão intensa de ter que começar a mostrar resultados, o Sporting conseguiu com uma admirável garra e atitude dar a volta a uma eliminatória que muitos já não acreditavam. Não foi de facto um futebol bem conseguido por parte da equipa leonina (principalmente na primeira parte), no entanto foi notória e clara a vontade e o querer dos jogadores em fazer alguma coisa para safar o clube de um triste cenário que seria uma época limitada à participação em competições domésticas.

Por fim, vimos o Porto cumprir a sua obrigação ao vencer um adversário claramente inferior. Mas de uma forma geral poderemos dizer que o Porto vence e convence. Nunca perdendo o controlo da situação, vemos a equipa azul e branca bem mais baseada num estilo paciente e de construção de jogo abdicando um pouco das transições rápidas que eram imagem de marca da era Jesualdo. Dando por vezes a mera sensação de alguma falta de objectividade na frente ofensiva, rapidamente somos surpreendidos com excelentes trocas de bola proporcionadas por um meio campo muito bem apetrechado aliado aos momentos de inspiração (nem sempre presentes) de Varela e Hulk e a uma finalização tenaz de Falcão. Em suma, tudo parece indicar que voltamos a ter um Porto confiante e sólido emocionalmente.

Sem comentários:

Enviar um comentário