sábado, 11 de setembro de 2010

Queiroz, leva-me contigo…

Quero ir contigo dar a volta ao Mundo… Ou irás desistir antes de embarcarmos? Irás por entraves quando estiveres a fazer o check-in, ou irás deixar que o segurança te reviste sem lhe espetares um murro e lhe mostrares o teu BI com validade (uma vez que ainda não tiraste o cartão de cidadão…), alegando que estamos numa democracia e ainda temos liberdade de circulação?

Serás capaz de lidar com as críticas, ou irás responder sempre com arrogância, prepotência e altivez a todos aqueles que duvidarem da tua capacidade de concluir a volta ao mundo com sucesso?

Se conseguirmos embarcar, e já dentro do avião, serás capaz de dizer que a congestão que a comida te provocou é da responsabilidade dos tripulantes e não da tua casmurrice em não teres feito a escolha certa?

E se for necessário dormir ao relento, serás capaz? Ou irás resmungar com o rei da selva, insultando a mãe e a tia dele, porque os outros animais e o nascer do sol te incomodaram às 7h da manhã, hora de descanso?

Já agora, se por acaso, devido à nossa incompetência que somos capazes de reconhecer mutuamente, juntando o facto de sermos pouco audazes, incapazes de crescer, de acreditar nas nossas capacidades, limitando-nos apenas a deixar as coisas acontecer, crendo milagrosamente que alguém nos iria levar até ao fim do mundo, tivermos que regressar a casa por não termos sido suficiente bons? Ah, já sei… Aí a culpa não é nossa, afinal, conseguimos o objectivo mínimo: embarcar!

À chegada, ao desembarcar, iremos ter à nossa espera alguns insultos, sentiremos vergonha, iremos ver o quão fracos fomos, o quão incapazes mostramos ser… Sentiremos ainda pena de não ter arriscado, de não ter deixado o nosso povo orgulhoso de nós… Mas não te preocupes: mesmo que na próxima viagem tu não possas ir por qualquer motivo, eu irei a representar-te e irei-te defender até às últimas consequências, mesmo que o povo não entenda porquê…

Mas aí, tu vais-me lembrar a razão porque quis embarcar contigo: caso isto corresse mal, alguém nos iria pagar 3 milhões de euros… Apenas porque fomos incompetentes! Foi por esses 3 milhões que aceitei embarcar contigo…

Abraço amigo,
Agostinho Oliveira

PS: todas e quaisquer semelhanças com a realidade são pura ficção e revelam apenas que o leitor tem uma mente brilhante e fértil em algum acontecimento similar ao relatado anteriormente.

1 comentário:

  1. João Tiago Figueiredo11 setembro, 2010 14:49

    Apesar de não reflectir, de todo, a minha opinião: muito bom texto. parabéns.

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