quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Quando a motivação fica para trás…

O futebol é, muito provavelmente, a área de actividade que mais se pode assemelhar a uma verdadeira montanha russa de emoções, paixões e opiniões. Tão cedo se está no topo como, logo de seguida, nos encontramos em queda vertiginosa. No meio de toda esta turbulência, nem todos os envolvidos reagem da mesma maneira aos fracassos e expectativas goradas associadas à profissão. Os jogadores são, com toda a certeza, aqueles que mais são influenciados por esta roda-viva de sentimentos.

Se é verdade que um colectivo potencia o individual, também é certo que a soma das partes também condiciona (positiva e negativamente) o colectivo. E quando essas partes não se encontram motivadas e com espírito de fazer mais e melhor, todo o colectivo padece. Neste momento, David Luiz parece-me o expoente máximo do que a desmotivação provoca no rendimento de um jogador e, consequentemente, numa equipa.

Creio que ninguém tem dúvidas do excelente central que é – a presença e titularidade na selecção brasileira assim o confirma. No entanto, se fizéssemos o simples exercício de esquecer o que está para trás e avaliar o jogador pelo que está a fazer esta época, diria que nem 10 milhões valeria. Seja pela expectativa falhada do salto para um campeonato mais competitivo, seja por se considerar maior que a própria equipa ou por achar que já ganhou o que tinha a ganhar, o que é indesmentível é a atitude pouco profissional que o atleta está a ter para quem lhe paga todos os meses.

A pressão dos adeptos, a vontade de revalidar o título e de valorizar ainda mais o jogador, fez LFV rejeitar um conjunto de ofertas no início do ano. Embora não acreditando na loucura dos 35 milhões tão noticiados, tenho a certeza que o Benfica irá perder dinheiro por não ter vendido D.Luiz nesta época.

Este problema de falta de motivação é, aliás, um dos constrangimentos mais notórios nos mais variados clubes. Muito mais do que avaliar tácticas e decidir quais os jogadores a actuar, gerir os egos dos jogadores é, muito provavelmente, a gestão mais difícil de se fazer.

Cabe aos líderes de um clube - seja pela voz do seu presidente, do treinador ou de outra pessoa – dar um aviso sério quando os primeiros sinais de desmotivação começam a aparecer.

E quando este tipo de pensamentos começam a "invadir" a dimensão psicológica de um jogador, a sua carreira é a primeira a correr no mesmo sentido da sua motivação - em sentido descendente!

3 comentários:

  1. Esta situação com o David Luiz só mostra que ele não é um grande jogador, pois não são só os pés que jogam...Tenho pena de ver meu Benfica assim, quando pensava que desta é que íamos arrancar para reerguer o nosso glorioso...com jogadores assim, que ganham uma vez e ficam satisfeitos não vamos lá...é neste aspecto que admiro o rival Porto, com pena que digo isto, pois eles só querem ganhar e sempre mais...

    Mas enfim, é continuar a ter esperança em dias melhores...Mas com jogadores mimados, e infantis não vamos lá...

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  2. Boas. Não concordo quer com o post, quer com os comentários. Quem me conhece mais de perto, a minha opinião sobre o David, por exemplo, sabe que não o acho nada de especial, sobretudo quando se punham a falar do seu amor para com o clube, etc e tal. Até critiquei amigos Benfiquistas quando o elogiavam, ainda que defendendo o meu ponto de vista. Acho que ele joga para quem o paga, quem lhe paga é o Benfica, sabe que é novo, e por isso aceitou ficar. Daí, portanto, o meu desagrado para com este texto. Aqui é falada de motivação e egos. Se vamos a falar de egos, bom, os de Vieira e Jesus sem dúvida que são dos maiores nacionais, e Jesus, após vencer brilhantemente o campeonato do ano passado, ficou com um sem igual em Portugal. Mas a equipa está a falhar, por vários motivos, pré-época atípica, com Mundial, com saídas e entradas mal colmatadas, com arbitragens maldosas, quer a favor do Porto e contra o Benfica, e os resultados mostram isso. Agora, a equipa reflecte os resultados. Pode ter havido, aqui e ali, erros pontuais de David Luiz, mas, no ano passado, mais de metade dos poucos golos sofridos tiveram assinatura dele, de erros dele. Que mudou daí para cá? O resultado final. Perdemos mais vezes. Agora os jogadores passaram de bestiais a bestas. Até admito, como vocês aqui, um blog, que o façam, que o critiquem, pois não são, creio, profissionais de jornalismo e isto não é um jornal desportivo. Já aos desportivos, que fazem as notícias que fazem, e que condicionam as opiniões de quem os lê, bom, aí já condeno, e muito, e sinto que esta onda de opiniões tem a ver precisamente com os desportivos.
    Assim sendo, não sendo o maior fã de David Luiz, acho injusto que neste momento seja ele um dos grandes visados das derrotas ou jogos menos conseguidos da equipa. Agora não há «frangos», há David, e isso é injusto, a meu ver.
    De resto, não é por discordar da(s) opinião(ões) que deixo de achar que no vosso blog se fala do que deve ser, futebol, e deixo mais uma vez os parabéns!

    Abraço

    Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

    Bimbosfera.blogspot.com

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