terça-feira, 31 de agosto de 2010

De Heroi a Vilão. E vice-versa.


Se o leitor acompanha minimamente o futebol nacional já deve saber do que vou falar neste post. Sim, vou falar de Roberto e sobre a volatilidade de opiniões que o desporto provoca.

Roberto chegou como o guarda-redes mais caro da história portuguesa e um dos mais caros a nível mundial, ao nível de Van der Sar e Fabien Barthez, apenas para citar alguns exemplos. Um guarda-redes que custe este preço tem de ser capaz de "dar" pontos ao seu clube, tem de transmitir confiança, tem de ser um autêntica parede. Talvez por saber tudo isto, Roberto não resistiu à pressão e sucumbiu logo nos primeiros jogos oficiais, acumulando alguns erros que levaram ao início menos conseguido do Benfica (sendo que a culpa não é inteiramente dele neste mau arranque).

Sem outra solução, Jorge Jesus viu-se forçado a fazer descansar (física e psicologicamente) o seu eleito para a baliza. Quis o destino que Júlio César tivesse de cometer um penalty (e louvo-o por esta acção pois pôs, sem pensar, os interesse da equipa acima dos seus) e que Roberto terminasse abruptamente o seu "retiro".

O Benfica ganhava por 1-0. Tinha de ganhar o jogo sob pena de ficar muito afastado, logo à 3a jornada, dos lugares cimeiros. Roberto entrou em campo. Os adeptos assistiam, desconfiados. O penalty é marcado. Roberto defende. O estádio salta todo como uma mola e clama por Roberto. O Benfica vence o jogo e Roberto é aplaudido de pé. As pazes estavam feitas.

O mundo é assim, passa-se de besta a bestial num instante. A minha opinião é que Roberto é um grande guarda-redes e vai demonstra-lo. É internacional jovem por Espanha por algum razão. Vítor Baía, quando chegou a Barcelona, também cometeu muitos erros. Não deixou de ser um dos melhores guarda-redes portugueses de sempre por isso...

P.S.: A época começou com toda a gente a dizer que esta ia ser mais uma época dos "tuneis" para o Benfica ser campeão... Às pessoas que falam tanto dos túneis, peço um comentário acerca da arbitragem no duplo lance de Álvaro Pereira...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Uma semana animadora


Acabada a semana europeia, penso que não poderíamos estar mais felizes dado o rendimento mostrado pelos clubes portugueses. Exceptuando um modesto Marítimo que sucumbiu perante uma equipa superior e já com um certo calo europeu, os restantes clubes portugueses estão de parabéns por terem mostrado a sua técnica e enorme garra com que se entregaram a estes jogos europeus deixando bons prenúncios para os próximos duelos internacionais.

Vimos um Braga heróico cometer uma proeza por muitos impensável. A eliminação do Sevilha foi um feito de tal ordem que certamente ficará negativamente marcada na história de tão reputado clube espanhol. Mas o que mais surpreende com este sucesso do Braga, é que este feito não foi conseguido através de um exclusivo rasgo de sorte ou um momento excepcional de boa forma, mas sim através de um futebol coerente, consistente e maduro tacticamente que possivelmente prolongará a regularidade do bom futebol apresentado. Notam-se processos de jogo já bem evoluídos e trabalhados na meio campo e ataque do Braga, aliados a uma defesa irrepreensível capitaneada por uma dupla de centrais que promete ser implacável esta época, Moisés e Rodriguez.

Porém, outra equipa merece um enorme aplauso. Erguendo-se do meio de uma descrença sufocante, de críticas arrasadoras e sob uma pressão intensa de ter que começar a mostrar resultados, o Sporting conseguiu com uma admirável garra e atitude dar a volta a uma eliminatória que muitos já não acreditavam. Não foi de facto um futebol bem conseguido por parte da equipa leonina (principalmente na primeira parte), no entanto foi notória e clara a vontade e o querer dos jogadores em fazer alguma coisa para safar o clube de um triste cenário que seria uma época limitada à participação em competições domésticas.

Por fim, vimos o Porto cumprir a sua obrigação ao vencer um adversário claramente inferior. Mas de uma forma geral poderemos dizer que o Porto vence e convence. Nunca perdendo o controlo da situação, vemos a equipa azul e branca bem mais baseada num estilo paciente e de construção de jogo abdicando um pouco das transições rápidas que eram imagem de marca da era Jesualdo. Dando por vezes a mera sensação de alguma falta de objectividade na frente ofensiva, rapidamente somos surpreendidos com excelentes trocas de bola proporcionadas por um meio campo muito bem apetrechado aliado aos momentos de inspiração (nem sempre presentes) de Varela e Hulk e a uma finalização tenaz de Falcão. Em suma, tudo parece indicar que voltamos a ter um Porto confiante e sólido emocionalmente.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Porque afinal não há limite…

Já não há paciência nem sequer pachorra para aturar mais declarações, justificações, pedidos de desculpa, processos… Não, não estou a falar de Roberto.

Refiro-me à palhaçada Carlos Queiroz vs Federação Portuguesa Futebol.

Duas posições claras: Madaíl quer despedir Queiroz sem lhe pagar; Queiroz, sabe que só lhe resta sair, mas quer dinheiro, muito dinheiro!
Ou seja, estamos perante duas pessoas cuja personalidade vale zero! Duas pessoas para quem só o dinheiro interessa.

O que mais me repugna e revolta é a falta de sentido ético, falta de valores e princípios de Carlos Queiroz… Se tivesse alguma dignidade já há muito que tinha pedido a demissão… Não estou a falar dele sequer em termos de resultados, estou a falar de Queiroz enquanto homem (sim, é homem com “h” pequeno), enquanto alguém que aparenta ser alguém bastante diplomático, correcto, educado mas que na realidade não passa de alguém que dá murros nos jornalistas, que não sabe lidar com as críticas e que está completamente agarrado ao lugar de seleccionador, não tendo coragem para pedir para sair!

Compreendo que o futuro dele não seja fácil, afinal, vai sair pela porta dos falhados, dos fracos, daqueles que nunca foram capazes de atingir os objectivos a que se propuseram…

Como duvido que alguém o empregue como treinador, resta-lhe esperar que a federação lhe pague uma indemnização choruda para que aguente (sobre)viver sem precisar do futebol porque esse, já não tem nada para lhe dar: o desporto dispensa bem pessoas sem escrúpulos como Queiroz.

PS: escrevo este texto uns minutos antes de começar o Sevilha – Braga. Que a melhor equipa a jogar futebol em Portugal neste momento seja capaz de se qualificar para os grupos da Champions. E que tenha o bom senso de saber que mesmo qualificando-se, ainda não é um grande do futebol português. Mas isso é outra história…

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A valia do mercado interno


Embora não seja a típica pessoa que alinha em nacionalismos bacocos, defendo a todo o custo o que é português. Apesar de não querer fazer passar uma mensagem demasiado redutora, apoio esta minha convicção num paralelismo com as economias mundiais. Pensem por breves instantes nos países mais desenvolvidos actualmente e num que está a crescer exponencialmente… Já está? Pois bem! Agora reparem no que EUA, China, Japão, Alemanha e Brasil têm em comum - um forte e vasto mercado interno que serve de alavanca para tudo o resto!

Foi com base neste pensamento que decidi investigar um pouco. Com base em dados disponíveis na internet, efectuei uns pequenos cálculos para perceber como é que o nosso campeonato se situa em relação aos restantes no que diz respeito ao aproveitamento dos jogadores nacionais. Os resultados obtidos encontram-se na seguinte tabela:



Foi com pouca surpresa que reparei que, entre os 5 campeonatos que seleccionei, Portugal se encontra em 4º lugar em termos de % de jogadores nacionais nos clubes. O valor nem chega a 50% o que significa que a maioria dos clubes portugueses não chega a ter metade do plantel a falar a língua de Camões (a original!). O Rio Ave é o clube que mais jogadores portugueses tem no plantel, estando no oposto o Braga com apenas 5 (!!) jogadores nacionais. A título de curiosidade, dos outros três grandes o Sporting é o que maior % de portugueses possui (60,7%), seguido de Porto (39,3%) e de Benfica (29%).

Estes dados acabam por não ser novidade relativamente às minhas expectativas iniciais mas, quando comparados com a vizinha Espanha cujo modelo de gestão desportiva assenta sobretudo no aproveitamento da cantera (e com os resultados positivos que estão à vista!), percebemos o longo caminho que ainda temos que percorrer.

É certo que Portugal não pode usufruir de um vasto mercado interno por meras razões territoriais, no entanto deverá procurar potenciar o que tem. E está à vista de todos que qualidade futebolística não falta no nosso país que poderá ser aproveitada.


Medidas? Eu sugeriria uma que passaria por benefícios fiscais (a ser suportadas quiçá por alguma entidade governamental?) para transacções internas para os clubes envolvidos. Todos sairiam a ganhar, o dinheiro circularia dentro do próprio país e não enriqueceria ainda mais outros campeonatos. Para além disso, os clubes mais pequenos apetrechavam-se melhor, a liga aumentaria de competitividade, as receitas televisivas aumentariam, etc.


É necessário valorizar cada vez mais o nosso mercado e, para tal, aceitam-se mais sugestões de medidas a tomar. Está aberto o debate!

PS: Palavra final para o Braga – que grande jogo! Esperemos que se consiga superar na 2ª mão e aumentar o seu prestígio e arrecadar uns milhões preciosos.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A primeira (de muitas) mudanças


Já não é novidade para ninguém que José Mourinho deixa marcas em todos os lugares por onde passa. Até deixa marcas ainda mesmo antes de chegar, como aconteceu na sua saída do Inter para o Real Madrid. Mas só alguém com o seu carisma e personalidade seria capaz de mudar o modelo de gestão desportivo e financeiro de um dos clubes com maior projecção a nível mundial.

O Real Madrid, desde há alguns anos a esta parte, vinha agitando e inflacionando o mercado todos os inícios de época contratando uma vedeta de classe mundial ou até mesmo duas (Ronaldo e Kaka, Ronaldo e Beckham). Tal tinha a vantagem de munir o plantel com qualidade, mesmo que depois se viesse a provar que os jogadores juntos não funcionavam como equipa, mas principalmente tinha a vantagem de, com o marketing, rapidamente se recuperar o investimento e passar a lucrar.

Esta época tudo foi diferente. Mourinho gastou dinheiro, mas fê-lo com moderação. Não comprou jogadores que apenas viessem vender camisolas por esse mundo fora (pelo menos para já) mas comprou jogadores com talento, que ele pudesse moldar, evoluir e crescer. Ninguém duvida do potencial imensurável de Di Maria, Canales, Khedira e agora de Ozil. O talento está lá, a capacidade de moldar uma equipa também (mais fácil ainda com a saída de Raul) e o marketing, com a evolução esperada destes jogadores acabará por aparecer.

Mourinho mudou a gestão do Real Madrid para uma visão a mais longo prazo. Acredito que terá grandes resultados. O duelo com a também super-equipa do Barcelona será do mais espectacular que se viu nos últimos anos. Como já foi dito neste blog, todos estamos ansiosos para ver este duelo de titãs...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Já não é tão fácil assim


Este fim-de-semana recomeçou um ciclo. A nossa tão polémica e conflituosa mas também tão amada e desejada Liga portuguesa regressou em força e volta a estar presente nos nossos planos de fins-de-semana. Vão ser novos temas de conversa, novas polémicas, novos debates, e certamente muito papel e muitos minutos de antena para gastar exclusivamente em volta da agora renomeada Liga Zon Sagres.

Finda esta primeira jornada, algo de inevitável se poderá concluir. A vida dos clubes ditos grandes não terão certamente a vida facilitada. Pudemos sentir isso com base nas dificuldades enormes que o Porto sentiu na Figueira da Foz, e definitivamente com as estreias a perder por parte do Sporting e Benfica.

A verdade é que começo a acreditar que fosso entre os 3 grandes e as restantes equipas do campeonato se vão atenuando de ano para ano. Uma das razões talvez seja a filosofia e mentalidade com que as pequenas equipas começam a abordar estes jogos com os grandes. Vejo como prova ilustrativa as próprias declarações de Jorge Costa após a vitória inesperada de hoje na casa do campeão: “O segredo? Conhecemos bem o Benfica...”

É cada vez mais usual ver equipas mais modestas como um Académica, Naval, Paços de Ferreira e outras a mostrarem um bom trabalho de casa e a jogarem sem medo com base no estudo do adversário e com pressão e marcação inteligente das jogadores-chave da equipa oponente. De facto já não me surpreenderá o aparecimento mais frequente das escorregadelas por parte dos clubes principais, até porque estou consciente que muitas das pequenas equipas estão munidas de jovens treinadores cada vez mais competentes, bem formados e, principalmente, familiarizados com métodos de treino eficazes e de sucesso.

De qualquer das formas, este fim-de-semana tivemos oportunidade de ver um cheirinho interessante da divertida competitividade que o campeonato nos poderá proporcionar. Afinal de contas, quem já não tinha saudades da nossa querida liga?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

As bestas e os bestiais...

E de repente, Luisão é um perneta que não tem velocidade e devia mas era ter ido para o Altético de Madrid e o Varela é um super herói com uma cláusula de rescisão gigantesca…

Não é que dizem por aí, que afinal o Cardozo é um tosco que não vale um tostão, que foi o melhor marcador do campeonato por mero acaso e graças aos penalties e aos túneis, e o Falcão é que é um ponta de lança a sério?

Afinal de contas, o Rolando é um senhor central… Ele corta bolas, ele é forte no jogo aéreo, ele tem velocidade e não é que até marca golos na área adversária? Qual David Luiz qual quê, Rolando no Chelsea ou no City nunca por menos de 40 milhões!!!
Aimar? Quem? João Moutinho? Ah, já sei… Aquele jogador que na época passada era franzino, não foi sequer chamado ao Mundial, não dava dinamismo ao meio campo leonino, mas desde que se mudou para a Invicta, é provavelmente o melhor médio do mundo, sendo seguido de muito longe pelo Javi Garcia…

Gaitan e Jara? Muito caros! Consta-se que o MVP da final da supertaça foi um jogador que veio a custo zero… Tudo o que for acima desse preço, é um mau negócio…
Bem, na verdade, alguém que mastiga a chiclete de boca aberta, que ralha com os jogadores, que se dá mal com (quase) todos os treinadores, que tem jogadores–fetiche (César Peixoto), não pode ser um bom treinador! Só ganhou o campeonato porque os adversários estavam fracos…

Ah, que bom é ter no banco de suplentes alguém que foi adjunto do adjunto do Mourinho! Ele percebe mesmo da bola… Cá a mim nunca me enganara: a pré-época portista foi só para enganar… Ele sim, é o futuro Alex Ferguson (tem é que começar a mastigar chiclete).

Porque afinal, na vida, mas em particular no futebol, é muito fácil passar de bestas a bestiais e vice-versa.

PS: não tenho por hábito nem pertence à filosofia da equipa do Futebol Storming falar das jornadas passadas ou fazer crónicas dos jogos. Apenas um destaque: parabéns a André Villas Boas. É ele o grande vencedor do jogo de Sábado à noite entre os maiores candidatos ao título de campeão nacional.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Coentrão, onde e porquê?



Ponto prévio, ninguem no seu perfeito juízo duvida que Fábio Coentrao irá ser um dos jogadores em maior destaque no campeonato português que se inicia na próxima jornada nem que foi um dos jogadores que mais se destacou no último campeonato do Mundo. Ninguem duvida que ele e capaz de fazer qualquer uma das posições do flanco esquerdo sem problemas. Mas será ele capaz de as desempenhar com igual mestria?

O jogo da supertaça veio esclarecer-me esta duvida. E espero que, para mal dos seus pecados, Jorge Jesus tenha também ficado com esta duvida esclarecida. Fábio Coentrão começou como extremo de grande potencial, teve uma quebra na carreira, reapareceu como lateral com grande potencial e finalmente confirmou todo o seu potencial. Tornou-se um lateral rápido, "carraça" a defender, exímio a atacar e a assistir. Jorge Jesus fez a aposta certa e avisou que estava ali o futuro lateral da selecção nacional. Acertou em cheio.


No entanto, no início desta época, eis que Coentrão aparece novamente como extremo. Porquê?

Para uma nova insistência em César Peixoto (que apesar de bom jogador não creio que venha a ser titular no Benfica), jogador trazido e indicado por Jorge Jesus ou simplesmente para um ajuste tático (que não deu frutos)?


Qualquer que seja a razão acho que Jorge Jesus deve ponderar melhor a sua opção. Está ali um lateral de extrema qualidade, com créditos firmados e com potencial para ser um dos melhores da Europa. A minha opinião é que a aposta como lateral era de continuar.... E a do leitor?

sábado, 7 de agosto de 2010

Critérios (?) jornalísticos

Não sendo a primeira vez que abordo o tema (ver aqui), os episódios mais recentes no panorama jornalístico português, fizeram-me regressar a este assunto – afinal de contas, por que critérios e princípios se regem os meios de comunicação social desportivos?

A “silly season” como muitos já apelidaram, é uma altura em que os jornais e sobretudo as televisões mostram verdadeiramente o seu ADN, os seus interesses e o que mais lhes convém transmitir. Na pré-época não há contratos televisivos a obedecer por parte das estações (como acontece com os jogos do campeonato) e os jogos de preparação são transmitidos conforme o interesse dos canais nos diversos jogos.

Confesso que relativamente aos jornais desportivos já estou há muito tempo vacinado contra o diferente peso que é atribuído a cada clube. Quando muito se fala no fosso existente entre os principais clubes e os restantes no nosso campeonato, considero que os jornais só contribuem para acentuar essa dicotomia.

No entanto, o que me tem suscitado mais reservas tem sido os critérios pelos quais as televisões (e especialmente a Sporttv) têm pautado a sua actuação. Numa altura em que os jogos apenas servem para observar os novos reforços, avaliar os novos treinadores e o entrosamento entre a equipa, ainda se poderá admitir que cada um se faça à vida e transmita Torneios do Guadiana, de Paris e afins e não transmita outros.

O que não é (nem pode ser!) compreensível é a não transmissão de uma eliminatória histórica para a Liga dos Campeões de um clube que merecia mais respeito das televisões nacionais. Se dá prejuízo adquirir o direito de transmissão em comparação com o número de espectadores que posteriormente assistirão ao jogo? Até admito que sim, mas nós também temos prejuízo todos os meses para pagar o canal de desporto. São opções de quem gere mas essas opções são tomadas em diversas empresas de ramos diversos e não parecem ir nesse sentido - existem muitos produtos que até podem dar prejuízo à empresa mas que permitem ir mantendo satisfeitos os seus consumidores. Neste caso a opção não foi nesse sentido - o cliente foi colocado em segundo lugar e os custos em primeiro.

Acho que ninguém consegue compreender isto e, especialmente à Sporttv que é um canal para o qual contribuímos todos os meses para a sua sustentação, deveria ser exigido um tratamento uniforme, isento e despido de interesses escondidos.

Até apetece fazer como o Ronaldo, mandá-los para um sítio que eu cá sei…

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Jogos de pré-época: esclarecedores?


Serão os rendimentos das equipas em pré-época um bom prenúncio do seu sucesso nas competições oficiais? Normalmente a cultura popular diz que não chegando mesmo a afirmar o contrário, ou seja um campeão de Verão nunca arrecada o título. No entanto, equipas como o Benfica de Jesus provam que não é bem assim.

A verdade é que os jogos de pré-época podem ser abordados a partir de diferentes perspectivas por parte dos treinadores. Uns optam por fazer experiências tácticas, colocando determinados jogadores em posições que não são as suas, tentando jogar com planos alternativos e novas dinâmicas nunca antes postas à prova na equipa, tudo em detrimento do resultado ou até mesmo da exibição. É uma opção mais que legítima uma vez que estas experiências constituem aquilo que normalmente é a função dos jogos de treino. Por outro lado, outros treinadores, especialmente aqueles que já têm a equipa montada, abordam os jogos de pré-época como uma fonte de reforço da cultura da vitória, dando valor ao resultado positivo e aos sucessos nos torneios de Verão.

Sendo uma equipa campeã de Verão ou não, penso que aqui o verdadeiro factor determinante é a forma como os jogadores vêem um jogo de treino e a entrega que mostram nesses mesmos jogos. Uma ilustração prática deste facto é a impressionante motivação que consigo vislumbrar nos jogadores benfiquistas na abordagem que tem feito aos jogos de pré-época. Sim é verdade, tudo se encontra facilitado através das dinâmicas mais que enraizadas da época passada e do entendimento que já existe entre os jogadores, mas de facto o nível intenso de jogo que os jogadores encarnados conseguem manter durante grande parte do tempo têm-me deixado surpreendido. E claro tudo se traduz em goleadas perante equipas de renome que se encontram ainda meio adormecidas e ainda a bocejar aqui e acolá acordando ainda de umas férias bem tiradas.

No entanto, será que poderemos dizer que a partir da pré-época já poderemos tirar conclusões de que o Benfica estará a milhas do Porto que aparenta ainda verde e fraquinho? Estou certo que não. No entanto reformulo a pergunta: será que os rendimentos das equipas que teremos oportunidades de averiguar já no próximo sábado de Supertaça nos darão já alguma ideia melhor de como será o campeonato? Talvez. A abordagem de cada equipa a um jogo oficial que vale um troféu oficial já é bem outra história. E vocês que acham?