segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Entrevista a Carlos Cachada, preparador físico do Vitória Futebol Clube


Nome: Carlos Alberto Cunha Cachada
Idade: 29 anos
Área profissional: Professor de Educação Física
Situação profissional actual: Preparador Físico do Vitória Futebol Clube


1.Actualmente é preparador físico do Vitória Futebol Clube. Pode-nos explicar como surgiu essa possibilidade quando ainda estava no Gil Vicente?
Iniciei a minha “aventura” no futebol como observador no Gil Vicente, conciliando esta função com trabalho de campo em clubes amadores. Este forma de iniciar permitiu-me mostrar as minhas aptidões e competências e consequentemente a procurar novos patamares de conhecimento e de aperfeiçoamento.

2.Nos últimos anos, o treino integrado começou a ser bastante utilizado pelas equipas técnicas. Podemos afirmar que, com o passar do tempo, o preparador físico ganhou um papel de maior destaque?
Não é de agora a inclusão de preparadores físicos nas equipas técnicas, se agora tem maior ou menor destaque depende do tipo de filosofia em que está inserido. No entanto, afirmo que não se trata de maior destaque, apenas de participação e de envolvimento na planificação integral do treino.


3.Ao observar a equipa técnica do Vitória, vemos que conta com três Treinadores Adjuntos e um Preparador Físico. Não existe um conflito de ideias, interesses e tarefas? Se sim, como é que essa situação é gerida?
Todos nós temos ideias diferentes as quais tentamos sempre colocar um cunho pessoal mas tudo tem que convergir num ponto comum que são as ideias do líder. Cada elemento tem a noção da sua função e da sua importância, o que interessa é que cada um contribua com os seus conceitos com vista a dotar o líder de informação pertinente e concreta para uma melhor decisão.

4.Dada a distância que, grande parte dos treinadores procura manter para com os atletas, será correcto afirmar que os jogadores têm uma relação mais próxima com os preparadores físicos do que com os próprios treinadores?
Sim é verdade. Os Preparadores Físicos ou os Treinadores Adjuntos tem a sua liderança mas não são os treinadores principais, então os jogadores sentem mais confiança, ou se preferirmos, mais à vontade para desabafar os seus problemas. Estas situações acontecem mais com os jogadores não convocados. Eles demonstram o seu descontentamento ao elemento da equipa técnica mais próximo.

5.Os seus métodos seriam aplicados de forma igual caso estivesse com os mesmos jogadores mas noutro campeonato? Ou seja, as especificidades (mais/menos contacto físico, etc) de cada campeonato condicionariam os seus planos de treino?
Cada caso é um caso. Os meus conceitos e ideologias seriam os mesmos mas teria que as adaptar a realidade existente.

6.Antes de um jogo decisivo, em que a ansiedade dos jogadores aumenta, o treino é feito de forma diferente, de forma a libertar os jogadores? Ou essa é uma questão meramente psicológica?
A ansiedade dilui-se com a experiência do atleta. Temos noção que a ansiedade é maior em determinados jogos. Desta forma, a mesma é inserida no microciclo (microciclo padrão) e, conjugada com os outros factores, sem alterar o mesmo.

7.Fala-se muito em picos de forma. Esses picos existem? Estão associados à vertente física, ou são consequência de uma época longa e desgastante?
Picos de forma existem para quem acredita neles, para quem trabalha para isso. Os picos de forma estão quase sempre associados à componente física. Porventura determinadas pessoas pensam que esse pico de forma existe porque com o decorrer da época, a equipa ganhou outra dinâmica, outro automatismo que não conseguiram criar inicialmente. Pessoalmente aquilo em que trabalho e acredito é numa forma desportiva linear e constante, sem cargas físicas na procura de “picos de forma”.

8.Ser preparador físico de uma equipa como o Vitória de Setúbal, é diferente de ser preparador físico de uma equipa de maior nomeada? Por exemplo, no início da época, ouvimos Jorge Jesus afirmar que no início da época costuma dar cargas fortes aos jogadores mas que este ano, como estava no Benfica, não o iria fazer uma vez que os adeptos exigem vitórias no imediato pelo que a equipa tinha de estar preparada para responder mesmo nos jogos particulares. Como interpreta esta análise?
Continuando a responder as duas questões anteriores, tudo depende da metodologia de trabalho. Não conhecendo a fundo o trabalho do Mister Jorge Jesus, posso deduzir que sentiu necessidade de criar automatismos e dinâmica mais rapidamente. Volto a repetir que não conheço o trabalho desenvolvido pelo Treinador.

9.Qual o jogador fisicamente mais evoluído que já treinou?
São muitos é difícil enumera-los.

10.Até que ponto “castigar” ou “premiar” uma equipa com treinos mais pesados ou com folgas, afecta a planificação de um preparador físico?
Acho que são poucos os treinadores que acreditam nisso. Na equipa técnica em que estou inserido o líder não altera a sua planificação só porque ganha ou perde. Pode às vezes dar mais um dia de folga para descansarem após uma forte sequência de jogos, só isso.

11.Normalmente atribui-se uma grande parte do sucesso de uma equipa à pré-época que esta realiza. Hector Cuper, por exemplo, é apologista de trabalho em altura, com diminuição do ar, e provas duríssimas que levam os jogadores a limites impensáveis. A nossa pergunta reside no seguinte: será o treinador que escolhe um preparador físico à sua imagem, ou o preparador físico segue a filosofia do seu “chefe”?
Ambas são validas. Todo o preparador físico ou adjunto quando é convidado para uma equipa técnica já sabe qual a metodologia de trabalho do líder, se não sabe tenta perceber as suas ideias. Um ponto comum em ambas as situações é que a palavra final será sempre a do líder.

12.Um número anormal de lesões musculares numa equipa, é sinónimo de falhas na preparação física da mesma?
As lesões podem vir por varias razões, falha na preparação física, excesso de carga de trabalho, pouco trabalho para um esforço muito grande, má alimentação, noitadas, etc.

13.No Gil Vicente foi observador das equipas adversárias. Apesar de hoje desempenhar outras funções, sabe reconhecer valores individuais. Se pudesse escolher um jogador de cada um dos “grandes”, quais seriam as suas escolhas?
Do Benfica o Aimar, do Sporting o João Pereira, do Porto o Falcão.

Em nome de todos os elementos do FutebolStorming, agradecemos a disponibilidade demonstrada para fazer esta entrevista, desejando todo o sucesso para o "seu" Vitória Futebol Clube e para si em particular. Obrigado!

6 comentários:

  1. Onde estão as declarações surpreendentes? Onde estão as respostas?

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  2. o meu deus esse triste nem o baluganense sabia treinar ,e estamos a falar de uma equipa da 2diviçao popular de barcelos ,agora preparador fisico ai meu deus como vai o nosso futebol portugues.pois sao as tais panelinhas.

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  3. Toma um reniezinho para a azia e mete um bocado de nivea no cotovelo que deve estar a doer ahah esse foi mesmo um comentario á invejoso ahah.

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  4. pois cá esta o que todos esperava-mos o despedimento , venha a nova equipa tecnica , eu sempre foi contra este homen vir pro setubal, agora ja me dao razao, nao é a toa que observei este preparador , professor e treinador de uma equipa ( baluganense) e tambem so maus resultados treinos nao havia e so problemas agora cá esta a resposta ,abraço e nao é ser invejoso mas realista. setubal ate morrer por isso so se aceita gente seria.

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  5. a inveja é o mal de muita gente dita "boa gente e amiga da verdade" tal e qual este comentários que aqui se vê....
    Força Carlos, força preparadores e treinadores em início de carreira...
    abraço a todos e com dizem aqui aos descontente (invejoso) passem na farmácia e comprem algo para isso

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    1. agora dou razao a estes comentarios pensei que tb era o melhor para o setubal mas no fundo aconteceu o que muita gente dizia, foi tudo embora, enfim maus resultados ,eu penso que o que se diz por ai nao é ser invejoso é mesmo como eles dizem realistas agora dou razao a estas pessoas que tanto alertaram para isto ...porque este carlos cachada ate fez um bom trabalho no gil mas no setubal nao , devo dizer que talvez fosse um pouco "imaturo" para o trabalho como preparador ,tb a equipa tecnica tem que ter muito relacionamento....contudo acho que essa da farmacia nao tem logica pois este homem que escreveu o comentario em cima foi bem realista e acertou e bem no que disse pois ele foi um dos que observou este carlos "acho eu que é ele"" contudo parabéns Zé tinhas toda a razao....

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