domingo, 26 de dezembro de 2010

Jorge Costa – um adeus ou um até já?

Jorge Costa foi alguém que sempre admirei. Nos relvados representava a mística portista. Carregava com ele o simbolismo máximo de um clube: a garra, a determinação, a obsessão positiva pela vitória, mas, acima de tudo, era o expoente máximo que conseguia transmitir a todos os jovens o que era, afinal, a mística portista.

Fora dos relvados, enquanto pessoa, sempre o achei demasiado coerente, profissional, respeitador e respeitado, que sempre se manteve fiel aos seus princípios. Nos momentos difíceis (episódio com Octávio Machado…) manteve-se sempre coerente e mais tarde foi reconhecido por isso.

Quando abraçou a carreira de treinador, penso que foi ainda mais admirado… Manteve os princípios que apregoou enquanto jogador e pôs as suas equipas a praticarem um futebol agradável, ofensivo, capaz de disputar os três pontos em cada jogo.

Após pouco tempo como treinador, sentiu que o futebol português é demasiado complexo, intriguista, corrupto e com um elevado tráfico de influências. Concordo e aceito perfeitamente o facto de querer abandonar o futebol, afinal, mostra ser coerente…

Contudo, o momento que escolheu para o fazer, deixa muito a desejar.

Compreendia facilmente a decisão de se retirar, mas, retirou-se após duas derrotas humilhantes: pura coincidência? Não acredito…

Acredito sim, que o que quis fazer, foi apenas um pedido refinado de demissão, dando a entender que não se estava a retirar devido aos dois últimos miseráveis resultados. Até porque, após a derrota com o Marítimo, ousou dizer: “tenho a certeza que este resultado não se voltará a repetir!” De facto, teve razão. Não perdeu mais por 5-1, perdeu por 5-0 em Braga…

Assim, acredito que apenas se retirou da Académica e irá dar algum tempo para que as pessoas se esqueçam dos seus últimos resultados. Após esse período, voltará. Ainda bem para quem gosta de futebol.

Alguém como ele faz falta.

São dispensáveis as atitudes cobardes de demissão, assentes numa falsa crítica ao futebol português.

Por tudo isto, acredito que isto foi apenas um até já… E para vocês? Irá o “Bicho” regressar como treinador?

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