sábado, 18 de dezembro de 2010

Pensar jogo a jogo


Na vida, uma das principais qualidades para se ser um vencedor consiste na rápida adaptação à mudança. No futebol, este atributo é cada vez mais fundamental. Assim os verdadeiros vencedores são aqueles que conseguem obter sucessos de uma forma constante, lutando contra adversidades que impõe desafios diferentes todos os dias e que nos exigem uma rápida adaptação da nossa parte.

Perante o sucesso que a campanha do Porto de Villas-Boas tem tido torna-se inevitável estabelecer algumas comparações com as práticas de um dos seus mestres do treino, José Mourinho. O que há de comum nas suas metodologias são a ênfase que dão ao estudo do adversário. Todos os jogos representam um desafio único e diferente e cujas características e particularidades dão lugar a um estudo minucioso com o objectivo de escolher uma estratégia que mais se adapte as circunstâncias. Tudo é analisado ao detalhe, desde as movimentações mais usuais dos jogadores adversários, as suas fraquezas, os seus “vícios”, as decisões mais habituais do treinador oponente, até às condições do relvado e previsões meteorológicas para o dia de jogo. O objectivo é tornar com que tudo seja o mais previsível possível e que o factor sorte seja reduzido ao máximo. Todo este planeamento garante uma adaptação a um cenário diferente com circunstâncias diferentes.

Um pormenor que às vezes me cria confusão em certos treinadores é quando a sua equipa está a jogar visivelmente mal e que, mesmo vendo-se a perder, chega o intervalo e nada muda relativamente ao 11 que joga nem à estratégia delineada. Nalgumas situações as substituições chegam-se mesmo a fazer só para além dos 70 ou 80 minutos de jogo acabando muitas vezes por não resolver nada por serem tardias e fora de tempo. Para mim, estes cenários revelam uma fraca adaptação de uma equipa perante as circunstâncias. Já noutras equipas, muitas substituições são realizadas ao intervalo ou logo após um acontecimento marcante no jogo tais como um golo sofrido ou um golo marcado. A questão chave aqui é a velocidade com que a estratégia se adapta com o desenvolver dos acontecimentos.

A adaptação também é uma qualidade importante no que toca ao rendimento de um jogador. Perante uma marcação mais ou menos cerrada do adversário, um Cristiano Ronaldo ou um Messi por exemplo terá que adaptar o seu estilo de forma a tornar-se mais eficaz nas suas funções. Já os defesas, por exemplo, terão que se movimentar de forma diferente dependendo da velocidade e formas de atacar da equipa contrária. Para não falar das diferentes condições de relvado que podem alterar por completo o estilo de jogo que um jogador terá que realizar.

A verdade é que os verdadeiros campeões nunca se acomodam e para ter sucesso hoje em dia no futebol, a mudança e adaptação terão que ser conceitos importantíssimos a ter em conta.

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