Muitas vezes apregoado como um campeonato de segunda, a liga portuguesa tem revelado um conjunto de jogadores de primeira que, posteriormente, se destacam em ligas mais competitivas. Ainda que continue a servir de trampolim para campeonatos mais interessantes do ponto de vista dos jogadores, o que é certo é que temos tido o privilégio de observar vários jogadores brilhantes nos palcos portugueses.
Gaitán e James são dois jogadores que se enquadram perfeitamente neste contexto e que o futuro tratará de confirmar esta visão que, certamente, é partilhada pela maioria. Com estilos naturalmente distintos, ambos têm sido utilizados em posições que considero não serem as mais adequadas para cada um deles – extremo esquerdo.
Embora possuam uma velocidade assinalável, a maior qualidade de cada um dos jogadores reside, fundamentalmente, em dois aspectos: drible curto e capacidade de decisão ao nível do passe. Assim sendo, jogadores com tamanha qualidade técnica não poderão, a meu ver, estar confinados a uma posição tão…lateral.
Apesar de estarem a apresentar níveis de rendimento elevados (Gaitán num patamar claramente superior), não me admiraria que este rendimento subisse ainda mais com uma alteração de funções em campo.
Quando falo em mudanças, não falo na deslocação definitiva destes jogadores para a posição 10. Acho sim, que esta deveria passar a ser a posição que ocupe a maioria do tempo de jogo de ambos, não invalidando as naturais trocas de posição com os extremos.
O potencial enorme destes jogadores associado à juventude de ambos traduz igualmente a qualidade do trabalho que tem sido efectuado por FCPorto e Benfica no domínio de prospecção de jogadores.
Sejam ou não portugueses, certamente que nenhum de nós se importa de continuar a ser presenteado pela magia que jogadores deste calibre têm capacidade para oferecer. E quando assim é, não há clubismos capazes de tapar tamanha evidência…
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