Na quarta feira passada tivemos a oportunidade de assistir a uma emocionante reviravolta na eliminatória da taça de Portugal. Era um dos troféus em que o Benfica apostava forte de forma a compensar o insucesso na conquista do campeonato.
Não era de admirar a estratégia de poupança de jogadores que Jesus elaborava nas últimas jornadas do já perdido campeonato. O Benfica tinha vindo a alinhar com a sua “equipa B” com o objectivo de não colocar em esforço os seus jogadores principais.
Por outro lado o Porto não olhou a poupanças. No jogo de Domingo que antecedeu o grande duelo, frente ao Sporting, fez alinhar toda a equipa principal e não deu sinais de qualquer alteração nos ritmos e na forma de jogar da equipa. O Porto jogou para ganhar e conseguiu-o categoricamente.
Ora o que se passou então quarta feira faz-nos colocar inevitavelmente determinadas questões relativamente à importância de optar por descansar jogadores. O Benfica não pareceu ter beneficiado tanto quanto isso do descanso a que se sujeitou nos jogos de fim de semana. Não me pareceram mais rápidos nem mais expeditos. Certamente houve jogos em que o Benfica se apresentou com melhor frescura física. Por outro lado, o Porto não se apresentou nem melhor nem pior, apenas esteve igual a si próprio com o seu estilo de jogo e ritmos habituais.
A questão que me coloco é que se será de facto a frescura física um factor assim tão determinante para o sucesso? Muitos treinadores vivem obcecados em manter os seus jogadores no estado de forma mais apurado possível, desenvolvendo muito das suas estratégias e processos de treino em torno de conceitos relacionados com “picos de forma”. As novas formas de pensar o treino e o jogo cada vez mais se afastam do componente físico do jogo, centrando-se cada vez mais na criação de rotinas tácticas e posicionais da equipa e também na cristalização de processos e filosofias de jogo. Acredito que foi esse o verdadeiro “músculo” que deu a impressionante vitória de quarta feira à equipa de André Villas-Boas.
Sem comentários:
Enviar um comentário