Existem treinadores que mesmo sendo impossível vislumbrar a forma como lidam com os jogadores no balneário e nos treinos, apresentam visivelmente aquele carisma e aquela ligação de cumplicidade e de confiança com os elementos do grupo.
É certamente irónico. Um país deprimido que vive numa fase muito complicada e cujo maiores problemas que defronta se devem à falta de uma liderança forte e objectiva, é ao mesmo tempo um país fértil na produção de líderes competentíssimos no futebol.
Temos neste momento quatro treinadores portugueses presentes nas meias-finais das competições europeias. Este facto certamente tem algum significado. José Mourinho, André Villas-Boas, Domingos e Jorge Jesus representam certamente toda a seriedade com que o futebol português dá ao estudo e metodologia do treino e às competências de liderança de uma equipa.
Todos apresentam pontos em comum: são estrategas inteligentes, os jogadores adoram-nos, são comunicativos natos, sabem manipular as conferências de imprensa a seu favor, defendem todo o seu grupo de trabalho com unhas e dentes.
Outro ponto importante de salientar é que, com a excepção de Jorge Jesus, estes treinadores portugueses de sucesso fazem parte de uma geração jovem rejuvenescida em termos de ideias e métodos que são capazes de marcar uma nova geração de treinadores.
Afinal temos líderes de qualidade em Portugal, pena só existirem no futebol.
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